JOCUM (Jovens com uma missão e o desafio do evangelismo nos dias atuais em todo lugar)

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Jovens Com Uma Missão é um movimento internacional e interdenominacional de pessoas plenamente comprometidas em conhecer a Deus e fazê-lo conhecido.

(*)Jovens Com Uma Missão é um Movimento internacional e interdenominacional, empenhado na mobilização de jovens de todas as nações para a obra missionária.

Como cidadãos do Reino de Deus, somos chamados para amar, adorar e obedecer ao Senhor Jesus Cristo, para amar e servir seu corpo, a Igreja, e apresentar todo o evangelho, à todo o homem, por todo o mundo.

Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e  regra de fé e prática pela qual devemos nos posicionar.

Após completar 50 anos, Jocum continua fiel ao ideal de fazer Cristo conhecido em todas as nações.

Por John W. Kennedy

Julho de 2010. Enquanto as chuvas de monções inundam o Paquistão, o mundo se mobiliza para socorrer os mais de 20 milhões de vítimas entre mortos, feridos e desabrigados. As enchentes do último verão foram apenas mais uma tragédia num país já vitimado pela miséria e pela instabilidade política e econômica. Um quinto de todo o território paquistanês ficou debaixo d’água, trazendo à imensa população do país riscos imediatos como a fome e a disseminação de doenças. Em meio a diversas entidades internacionais de apoio humanitário, organizações não-governamentais, grupos civis e instituições religiosas que foram para lá, centenas de estudantes evangélicos mobilizam-se para prestar socorro. Eles são alunos da Escola de Treinamento e Discipulado (Eted) de Karachi, a capital do país. Aspirantes a missionários, aprenderam desde cedo que, para fazer Cristo conhecido pelos povos, é preciso legitimar a pregação com ações concretas em favor do próximo – exatamente como o próprio Filho de Deus ensinou enquanto andou por este mundo.

Corta para o passado. Num belo dia no ano de 1960, um certo Loren Cunningham também ficou interessado em dar algum sentido à sua vida espiritual além dos cultos de domingo. Contando com dois amigos crentes e um mimeógrafo usado, montou na garagem de sua casa, em Los Angeles (EUA), um escritório missionário. A ideia inicial era incentivar outros jovens evangélicos a usar um pouco de seu tempo para anunciar a Palavra de Deus e fazer algo útil a alguém. Os voluntários deveriam estar conscientes de sua responsabilidade espiritual perante os perdidos e ser capazes de prover o próprio sustento, fosse com recursos pessoais ou através de doadores. A coisa cresceu, mais e mais pessoas foram se envolvendo e o projeto de Cunningham se transformou numa das mais bem sucedidas iniciativas missionárias de todos os tempos. Uma verdadeira multinacional da fé.

Os dois episódios estão separados por 50 anos, mas fazem parte do mesmo contexto. Jovens com uma Missão (Jocum), a entidade fundada por Cunningham, é a mesma que prestou socorro ao povo do Paquistão e hoje atua em mais 170 países, sob o lema “conhecer a Cristo e fazê-lo conhecido” – inclusive no Brasil, onde o ministério foi instalado em 1975 pelo casal de missionários Jim e Pamela Stier. Os jocumeiros, como os membros da missão são chamados, dão conta de um leque enorme de ministérios: cuidam de refugiados chechenos que vivem na Polônia; reconstroem vilas birmanesas depois da passagem do devastador ciclone Nargys; compartilham o Evangelho em grandes eventos como a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos; abrigam filhos de prostitutas na Índia; ensinam populações africanas a melhorar a produção rural com técnicas simples; montam ambulatórios médicos em regiões conflagradas, das zonas de guerra no Oriente Médio aos morros do Rio de Janeiro; distribuem bíblias em regiões tão diversas como a periferia do Cairo, no Egito, e a Patagônia, extremo sul do continente americano. A isso, soma-se um sem-número de atividades, os chamados impactos evangelísticos, e variadas ações missionárias no contexto urbano, através de apresentações artísticas e muita criatividade. 

O resultado disso tudo vai além da pescaria de almas para Cristo, promovendo também mudanças sociais significativas. “Nós estamos trazendo a mensagem de que Deus os ama e de que queremos ajudá-los”, resume Liz Cochrane, missionária de ascendência suíça que acionou seus contatos com empresários americanos a fim de levantar fundos para a compra de 100 mil filtros para contornar a falta da água potável para os refugiados paquistaneses. Aos 48 anos de idade, ela tem o perfil do jocumeiro típico, que não se detém diante de riscos e desconfortos para fazer a obra. Em 1985, ela chegou a ser presa no Nepal por pregar o Evangelho, então proibido no pequeno país asiático. Para ela, assim como para os cerca de 4 milhões de pessoas que já atuaram na Jocum neste meio século, o maior perigo é ficar longe do centro da vontade de Deus.

Responsabilidade e inovação – Evangelismo, preparação e misericórdia são os três pilares da atuação da Jocum nos cinco continentes.Com força de trabalho da ordem de 17 mil missionários ativos – mais de 50%, não-ocidentais –, um dos maiores desafios da Jocum é prover treinamento e discipulado a toda essa gente. Cada aspirante, independente da nacionalidade, denominação ou idade, deve frequentar um curso obrigatório de seis meses nas Escolas de Treinamento e Discipulado, oferecido nas mais de 1,2 mil bases da missão em todo o mundo (ver abaixo). Depois disso, os estudos podem ser estendidos em bacharelado e mestrado na Universidade das Nações, uma escola nada convencional. A instituição usa o sistema modular, oferecendo foco intensivo em um tópico, seguido pela prática experimental no campo.

Ciente de que os novos rumos da obra missionária demandam mão de obra especializada, inclusive para furar o bloqueio legal à entrada de cristãos em pelo menos um terço dos lugares onde atua, a Jocum forma “fazedores de tendas”. É gente que, à semelhança do apóstolo Paulo, desenvolve uma atividade profissional paralela ao trabalho evangelístico. Cursos dos mais variados, nas áreas de saúde, tecnologia, aconselhamento, magistério e linguística, entre dezenas de outros, são ministrados paralelamente ao ensino bíblico e teológico. Tudo para que o obreiro possa aproveitar todas as oportunidades de falar do amor de Cristo a toda criatura. Viagens missionárias de curta duração durante o verão, blitzen evangelísticas em grandes eventos e assistência médica através de navios-hospitais só algumas das ações criadas pela Jocum. “Quanto mais inovador o ministério, melhor”, diz David Joel Hamilton, vice-presidente de Estratégias da missão.

Descentralização é mesmo a palavra de ordem, e embora exista um conselho chamado Equipe de Liderança Global (GLT, na sigla em inglês) formado por 45 líderes regionais e internacionais, cada base nacional da Jocum tem autonomia administrativa e financeira, planejando suas viagens ao campo, bem como programas de treinamento, recrutamento de obreiros, captação de recursos e determinação de prioridades ministeriais. Enxugar a maquina, reduzindo os cargos administrativos ao mínimo indispensável, foi a maneira encontrada para que a quase totalidade dos recursos disponíveis seja usada nos projetos e impactos. Ninguém é assalariado; cada missionário levanta a sua rede pessoal de mantenedores e assume a responsabilidade pelo próprio sustento.

Atualmente, o presidente internacional da missão é o neozelandês John Dawson. Aos 75 anos de idade, Cunningham permanece ativo, embora não exerça mais a liderança formal da obra. Extremamente respeitado pelo seu legado, ele comemorou os 50 anos de ministério com um tour global, ao lado de Darlene, sua mulher e companheira de missões. Eles participaram de mais de quarenta celebrações regionais, incluindo o Nepal e a Mongólia, onde o trabalho cristão enfrenta sérias barreiras legais e culturais. A festa do cinquentenário culminou no quartel-general da Jocum, em Kailua-Kona, no estado americano do Havaí, no fim de novembro. “Não conheço mais ninguém que, como ele, tenha perseguido o escopo da grande comissão indo a cada país do mundo”, elogia Steve Douglass, presidente de campo da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo Internacional, instituição parceira de Jovens com uma Missão.

Cunningham continua levando avante seu sonho de ver milhões de jovens evangelistas vindos dos quatro cantos do globo e invadindo pela fé as nações. Na Universidade das Nações do Havaí, ele é um professor acessível a todos os alunos que desejam abraçá-lo e bater um papo. “Ele é um excelente contador de histórias e sempre deixa a mente dos jovens fascinada, capturando sua atenção”, diz Don Stephens, que serviu como líder sênior na Jocum por três décadas. Quem não conhece sua trajetória não acreditaria nos perigos que Cunningham já enfrentou para levar o Evangelho, desde um avião sem combustível caindo numa floresta do Togo a doenças endêmicas em regiões afetadas por surtos de hepatite e malária – sem falar num acidente de carro, logo no início do ministério, do qual Darlene saiu praticamente morta e recobrou o fôlego após uma oração desesperada do marido. Desde então, o fundador nunca mais perdeu a sua profunda confiança em Deus, a qual, garante, é o que lhe sustenta.

“Compartilhamos sonhos” – “Estou há 20 anos na Jocum e minha motivação para participar desse ministério foi a forma como a organização encara os desafios missionários”, diz Vida, uma jocumeira brasileira. O nome é fictício, já que, na nação onde ela atualmente trabalha, os evangelistas correm risco real de vida se suas atividades forem descobertas. A obreira conta histórias que mais parecem enredo de filme de ação, mas o que realmente a empolga é seguir o chamado. “A paixão de todo jocumeiro é realmente conhecer mais a Deus e fazê-lo conhecido”, recita. Para Vida, a paixão pelas almas e o desafio de sempre caminhar por fé é o que leva as pessoas a se integrarem a Jovens com uma Missão. “Temos acesso a excelentes cursos ligados à Universidade das Nações, que treinam e qualificam o missionário para o ministério”, descreve.

As diferentes escolas e cursos de treinamentos normalmente funcionam nas bases da Jocum e, paralelamente ao aprendizado, diversos projetos são desenvolvidos. Os de maior visibilidade são os impactos evangelísticos em datas específicas como réveillon e carnaval, além de celebrações religiosas como o Círio de Nazaré, em Belém (PA) e as romarias em honra à santa católica Senhora de Aparecida, no interior de São Paulo. É possível envolver-se apenas por determinado período, como as férias escolares. Tudo isso faz com que a passagem pela missão marque para sempre a vida espiritual dos jocumeiros. “Aprendemos a viver em comunidade; trabalhamos e estudamos juntos, compartilhando sonhos”, comenta Vida.

O paraibano Pedro Bezerra de Souza, carinhosamente chamado de Tio Pedro, é outro evangelista entusiasmado. Desde 1991, ele é o diretor de eventos de impacto na base de Contagem (MG). “O amor pelos perdidos e o desejo de levar outros a ter a mesma experiência de salvação é que me trouxe para cá”, conta. Na sua região, ele coordena atividades sociais e evangelísticas que incluem a evangelização de adeptos do candomblé na festa anual de Iemanjá, na Lagoa da Pampulha, e de turistas no Festival de Inverno de Ouro Preto. “Também organizamos almoços e palestras para as profissionais do sexo que fazem ponto na zona boêmia de Belo Horizonte”, conta. Incansável, Pedro tem se empenhado ultimamente em ajudar a levantar fundos para socorrer igrejas afetadas pelo terremoto no Haiti.

O presidente nacional, Wellington Oliveira, resume o espírito que norteia o trabalho: “Somos um organismo, e não uma organização. Uma família de ministérios cujo maior patrimônio são as pessoas”. Na Jocum há 28 anos, ele diz que a missão é um grupo que está atento às mudanças e tem adequado suas estratégias de acordo com as demandas. Foi assim, por exemplo, que obreiros ligados à entidade encabeçaram um movimento contra o infanticídio praticado por alguns povos indígenas, bem como na mobilização nacional contra a pedofilia. “Também apoiamos trabalhos desenvolvidos por igrejas locais”, diz o dirigente. Wellington admite que a ênfase dada a missões perdeu sua intensidade nos últimos anos, mas acredita que a vocação ministerial da juventude cristã não arrefeceu totalmente: “O crescimento do número de jovens que nos procuram é a prova disso”. É preciso, segundo ele, estar atento às mudanças de foco. “Como somos um mundo predominantemente urbano, é natural que, principalmente no Brasil, tenhamos as estratégias da juventude majoritariamente com esta ênfase.”

Multinacional da fé

171 países têm alguma atividade da Jocum em andamento

17 mil é o número aproximado de obreiros ativos hoje

4 milhões de pessoas já atuaram na missão

50 mil alunos passam todos os anos pela Universidade das Nações

1,2 mil centros de atividades missionárias estão em funcionamento no mundo

13% é a taxa anual de crescimento médio da quantidade de missionários

1,3 mil dos obreiros em atividade na Jocum são brasileiros

53 são os escritórios e centros de treinamento missionário no Brasil

100 países contam com o trabalho jocumeiros brasileiros

http://www.cristianismohoje.com.br/

 

A 20 anos atrás, Jair pregou para vários trabalhadores na Vila das Empreiteiras na REDUC.
A mensagem: Atos 16 sobre a atuação do apóstolo Paulo e Silas na conversão do carcereiro na cidade de Filipos.
Toda Glória a Deus, pois isso é realizar Sua missão. Grupos cristãos precisam ser livres, senão a honra é falsa.
 

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“O que nós, jovens, precisamos não é de mais veículos de comunicação nem de mais tecnologia. Precisamos de pessoas, de mais relacionamentos, de mais amor.”

Marcos Botelho

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6 respostas para JOCUM (Jovens com uma missão e o desafio do evangelismo nos dias atuais em todo lugar)

  1. Qual o papel dos cristãos diante da crise humanitária de refugiados?

    Refugiados

    Por Cindy Wu

    A minha amiga, Abeer, é uma ex-refugiada do Iraque. Cristã ortodoxa, Abeer fugiu do Estado Islâmico, temendo pela sua segurança pessoal enquanto igrejas na sua vizinhança eram queimadas. Sua família se reinstalou nos Estados Unidos. Foi aí que nos conhecemos através de um programa de amizade com refugiados. Os nossos filhos tornaram-se amigos imediatamente.

    No Iraque, Abeer era cientista e o marido engenheiro, mas aqui, em Houston, Texas, contentam-se com qualquer trabalho para sustentar os seus filhos e lhes dar uma vida que já não podem almejar para si próprios. Eles juntam-se às dezenas de milhões como eles que deixaram para trás casa, sustento e a vida como a conheciam, na esperança de um novo começo. A história da Abeer é mais comum do que gostaríamos de imaginar.

    Um problema global sem precedentes

    De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), vivemos um momento em que mais de 28.000 pessoas são deslocadas à força todos os dias. Mais de 65 milhões de pessoas — o equivalente à população do Reino Unido — fugiram de suas casas.

    Um terço destes (22 milhões) classifica-se como “refugiado” uma pessoa fora do seu país de origem que “receando com razão ser perseguida em virtude da sua raça, religião, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou das suas opiniões políticas, se encontre fora do país de que tem a nacionalidade e não possa ou, em virtude daquele receio, não queira pedir a proteção daquele país” [1]. Esta crise de refugiados é a pior crise humanitária desde a II Guerra Mundial, ultrapassando o que foi na altura a maior deslocação humana em massa na história.

    A maioria dos refugiados são mulheres e crianças, metade com menos de 18 anos. Milhões de refugiados vivem em situações de deslocação prolongada, esperando décadas por uma resolução. Um quarto dos refugiados de hoje são sírios, com metade da sua população pré-guerra morta ou deslocada à força nos últimos seis anos [2].

    Muitas pessoas se questionam sobre as causas deste surto de migração forçada. Guerra e conflito — especialmente guerras de longa duração — são as causas principais, mas existem outros fatores:

    • Confrontados com privação econômica, os trabalhadores mudam-se em busca de oportunidades.

    • Desastres naturais e degradação ambiental podem levar a deslocação em larga escala, especialmente quando exacerbados por tensões políticas.

    • A perseguição expulsa as pessoas da sua terra-natal, que partem em busca de segurança e liberdade.

    No nosso mundo interligado, não só temos mais conhecimento sobre estas situações, como também somos mais diretamente afetados por elas. Perante este fenómeno global, como os cristãos devem responder?

    Caridade e hospitalidade

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    A Bíblia ordena caridade e hospitalidade ao estranho residente ou viajante, bem como cuidado pelos abatidos e oprimidos. Como consequência, pessoas que seguem Jesus e levam a sua Palavra a sério têm um mandato especial para responder à crise de refugiados. No entanto, as complexidades do sistema de refugiados e a preocupação com a segurança nacional muitas vezes suplantam o apelo à justiça e misericórdia. De fato, os cristãos contam-se entre aqueles que pedem aos seus países para fechar as portas aos imigrantes.

    Em nenhum lugar é talvez isto mais irônico do que nos Estados Unidos, que há muito tempo se orgulha da sua identidade como uma terra fundada por refugiados à procura de liberdade religiosa. Como a “terra dos livres e lar dos bravos”, reinstalamos mais refugiados todos os anos do que qualquer outro país. O nosso ícone nacional, a Estátua da Liberdade, tem uma inscrição de boas-vindas no seu pedestal:

    Dai-me os vossos fatigados, os vossos pobres,

    As vossas massas amontoadas que anseiam por respirar em liberdade,

    O refugo infeliz da vossa costa apinhada.

    Enviai-me esses sem-abrigo assolados pela tormenta,

    Eu ergo o meu farol junto ao portal dourado.

    Apesar disso, o debate acerca da imigração nos EUA continua aceso sobre imigrantes sem documentos, refugiados e muçulmanos, com o nosso presidente a implementar restrições de viagem e a estabelecer um limite historicamente baixo de admissão de refugiados para o ano fiscal de 2018. No meio desta tempestade, os cristãos americanos encontram-se política e eticamente divididos sobre este assunto controverso.

    Independentemente da sua opinião sobre imigração, os cristãos deviam reconhecer que têm um papel naquela que é a principal questão humanitária do nosso tempo. Por onde começamos? Eu sugiro que comecemos com a nossa imaginação.

    Formando a nossa imaginação sobre o estrangeiro

    Quando ouvimos a palavra “refugiado”, que imagens nos vêm à mente? A de uma mulher molhada vestida de hijabe se arrastando até à costa? Uma criança coberta de poeira numa velha tenda no deserto? Ou um cientista que desenvolveu a teoria da relatividade? Um artista premiado? Um filantropo?

    A nossa imagem mental dos refugiados afeta a nossa atitude para com eles. Desde o primeiro esforço internacional para resolver a crise de refugiados do início do século XX que cidadãos expressam preocupação acerca do impacto dos imigrantes na cultura e economia local; refugiados são estrangeiros, que muitas vezes não falam a língua local nem conhecem costumes e práticas locais. Nos últimos anos, a segurança nacional tem sido a coisa mais importante quando se pesa a compaixão pelas pessoas mais vulneráveis do mundo contra a proteção daqueles que nos são queridos, fazendo a reinstalação parecer arriscada, até insensata, para alguns. A aceleração de tecnologias de destruição maciça e infiltração de informação tornam tudo mais ameaçador.

    Informando biblicamente a nossa imaginação sobre o estrangeiro

    Apesar de a nossa natureza humana nos fazer desconfiar de estrangeiro, há momentos em que Deus nos chama para, em vez disso, os acolhermos. Para fazer isso, temos de permitir que Deus molde a nossa imaginação de quem o estrangeiro é, especialmente uma vez que “receber o estrangeiro” é um dos mandamentos mais frequentemente repetidos nas Escrituras hebraicas.

    Os estrangeiros entre os israelitas deviam ser tratados com igualdade, como se fossem nativos (Núm. 15:15-16). Israel recebia convidados estrangeiros e era esperado que protegesse, servisse, amasse e cuidasse deles (Lev. 19:34, Deut. 26:12, Eze. 47: 21-23). Deus decretou que os estrangeiros tinham direito ao seu amor e preocupação, por isso cuidar de refugiados hoje não é apenas uma questão de compaixão ou pena — é uma questão de justiça.

    Muitos refugiados são cristãos sendo perseguidos pela sua fé, fazendo deles nossos irmãos e irmãs no Senhor, e portanto membros da família. Quando estes refugiados vêm, eles mudam a paisagem, não só das nossas nações, mas também das nossas igrejas. De formas significativas, as igrejas estão sendo revitalizadas pelos refugiados [3].

    Cada cristão, além de pertencer à família global cristã, também pertence a outra família — a família global humana [4]. Com mais de 7 bilhões de pessoas no globo hoje, temos de nos lembrar que todos pertencemos à mesma família humana. Esta perspectiva humaniza os refugiados, lembrando-nos de que eles são mais do que estatísticas — são pessoas feitas à imagem de Deus, merecedoras da nossa compaixão e proteção.
    O exodo

    Vocês foram estrangeiros

    Finalmente, talvez o argumento mais convincente para cuidar de refugiados seja que, como eles, nós somos estrangeiros. Desde o patriarca Abraão a Jesus e os seus discípulos, à igreja global, a metáfora do estrangeiro está profundamente enraizada na nossa história e teologia, e portanto, na nossa própria identidade:

    Finalmente, talvez o argumento mais convincente para cuidar de refugiados seja que, como eles, nós somos estrangeiros. Desde o patriarca Abraão a Jesus e os seus discípulos, à igreja global, a metáfora do estrangeiro está profundamente enraizada na nossa história e teologia, e portanto, na nossa própria identidade:

    • Deus escolheu abençoar Abraão tornando-o estrangeiro, não como castigo mas como parte do seu plano para a salvação das nações (Atos 7:6).

    • Antes de Cristo, as nações estavam separadas de Cristo (Ef. 2.12), mas depois Deus adotou-nos na sua família através de Jesus Cristo, e já não somos «estrangeiros nem visitantes» (Ef. 2.14, 2.19).

    O tema do estrangeiro também descreve a nossa relação com o nosso lar celestial. Como refugiados, todos os que estão em Cristo são considerados estrangeiros, viajantes e peregrinos na Terra (1ª Cr 29:15, Hb 11, 1ª Pe 1:17). Contudo, como estrangeiros e exilados não andamos sem direção; estamos só à espera de um país melhor — um país celestial (Hb 11:16); e por isso fixamos os olhos no céu, onde reside a verdadeira cidadania: «Nós, porém, somos cidadãos do céu e de lá esperamos que venha o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo.» (Fl 3:20). Em algumas formas, conseguimos identificar-nos com refugiados porque nós também não temos um lar permanente nesta vida. Estamos em uma jornada partilhada, iguais aos olhos do Senhor, inteiramente dependentes da sua graça.

    A resposta da igreja com uma mentalidade global

    Tendo em conta a magnitude da crise de refugiados, as igrejas de todo o mundo precisam de saber como lidar com trauma e identidade numa sociedade cada vez mais globalizada. Cristãos com uma mentalidade global devem abraçar uma identidade global combinada com uma doutrina de hospitalidade. Esta perspectiva deve informar a forma como vemos as políticas de imigração do governo, especialmente em relação a refugiados.

    O termo “refugiado” tem sido aplicado genericamente a vários tipos de migrantes afetados por qualquer fator negativo, seja económico ou ambiental. Contudo, ao discutir o fenômeno da migração global, o termo refere-se especificamente a pessoas que fogem da guerra ou perseguição e que podem provar o perigo de voltar ou ficar na sua terra, como vimos acima.

    Os refugiados são especialmente vulneráveis, porque não saem por escolha; uma vez fora das fronteiras do seu país, perdem qualquer proteção de cidadania que tinham e estão à mercê (e com direito à assistência) do regime de proteção internacional. Embora a hospitalidade bíblica não precise de distinguir entre pessoas, os refugiados apresentam um caso particularmente convincente para hospitalidade e misericórdia.

    Quando conseguimos usar a nossa imaginação bíblica para ver os refugiados, percebemos que muitas vezes deixámos o patriotismo e o medo sobrepôr-se à fé e à ação, e acreditamos que experimentamos Deus através da hospitalidade a estrangeiros. Esta realidade espiritual desafia-nos a ver refugiados não como um fardo, mas como um atributo valioso para as nossas comunidades, e a ver questões de imigração como questões morais, não apenas económicas e políticas. O professor de seminário Christine Pohl escreve:

    O acolhimento de refugiados é um dos poucos lugares em política moderna onde a linguagem explícita de hospitalidade ainda é usada. As pessoas ainda associam noções teológicas de santuário, cidades de refúgio, e cuidado pelo estranho com as necessidades das pessoas deslocadas de hoje. Os cristãos têm um papel vital em garantir que as necessidades dos refugiados são levadas a sério pelos governos nacionais. Mas a nossa resposta tem de se estender para além das políticas públicas para um envolvimento mais pessoal em agências de voluntários, comunidades, igrejas e casas onde atos de acolhimento oferecem refúgio e uma nova vida a algumas das pessoas mais vulneráveis do mundo.[5]

    Quando as igrejas estão informadas, têm oportunidade de dissipar medos e empoderar as suas comunidades para se envolverem.

    Podemos acolher através da típica hospitalidade de refeições e comunhão, mas também através da defesa de direitos e educação. Muito do medo à volta da crise de refugiados é baseado em informações erradas. Quando as igrejas estão informadas, têm oportunidade de dissipar medos e empoderar as suas comunidades para se envolverem.

    Os refugiados são perseguidos por causa da sua raça, religião, nacionalidade e afiliação política ou social. Que nós que seguimos Cristo possamos acolher refugiados sem olhar a essas categorias. Temos uma oportunidade tremenda de partilhar o amor de Deus e a luz de Cristo com pessoas de terras distantes que de outra forma poderiam não receber desse ministério. O sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel louvou os «gentios justos» que arriscaram as suas vidas para proteger refugiados judeus. Para os cristãos, andar com pessoas desenraizadas no processo de restaurarem as suas vidas é um ato vicário de graça, uma vez que também nós, uma vez, fomos estrangeiros.

    Notas:
    * Conteúdo publicado originalmente por Análise Global de Lausanne.
    1. Definição oficial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados; por exemplo, ver http://www.unhcr.org/afr/publications/brochures/3b779dfe2/protecting-refugees-questions-answers.html. ↑
    2. Ver artigo intitulado ‘The Refugee and the Body of Christ’, de Arthur Brown, na edição de setembro de 2016 da Análise Global de Lausanne. https://www.lausanne.org/content/lga/2016-09/the-refugee-and-the-body-of-christ. ↑
    3. Ver o artigo intitulado ‘Is God Reviving Europe Through Refugees?’ (Será que Deus está renovando a Europa através dos refugiados?) de Sam George, na edição de maio de 2017 da Análise Global de Lausanne. https://www.lausanne.org/pt-br/recursos-multimidia-pt-br/agl-pt-br/2017-05-pt-br/sera-que-deus-esta-renovando-a-europa-atraves-dos-refugiados.
    4. Para reflexão sobre identidade global, ver Todd M. Johnson e Cindy M. Wu, Our Global Families: Christians Embracing Common Identity in a Changing World (Grand Rapids: Baker Academic, 2015). ↑
    5. Christine Pohl, Making Room: Recovering Hospitality as a Christian Tradition (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), 166. ↑

    • Cindy M. Wu é esposa e mãe educadora de ensino domiciliar residente em Houston, Texas. É co-autora do livro Our Global Families: Christians Embracing Common Identity in a Changing World (Baker Academic, 2015) com Todd M. Johnson, e autora de A Better Country: Embracing the Refugees in Our Midst (William Carey Library Publishers, June 2017), um recurso que desafia cristãos a responder à crise de refugiados global.

    http://www.ultimato.com.br/conteudo/qual-o-papel-dos-cristaos-diante-da-crise-humanitaria-de-refugiados?

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  2. Refugiado

    Refugiado é toda a pessoa que, em razão de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo, ou devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outros países.

    Forma de entrada no país

    Vêm pela própria via e/ou custo, barco, avião ou via terrestre.

    Um pequeno número de refugiados também chega em função do Programa de Reassentamento, que oferece uma solução para aqueles refugiados que continuaram a ter problemas de segurança no primeiro país ao qual chegam, ou que enfrentam insuperáveis impedimentos para a integração na nova sociedade. Por exemplo, a impossibilidade de obter documentação que lhes permita trabalhar, ou a impossibilidade de obter acesso à educação para os filhos menores. Esse caso está previsto na Convenção de 1951, o qual todo cidadão de um país que sente-se ameaçado e perseguido, porém enquadre-se na condição acima, pode solicitar asilo.

    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    A igreja deve fazer o bem a todos, especialmente aos da família da fé (Gl 6.10). Pensando nisso, elaborei um “Guia de Oração”, como um ponto de partida para aqueles que quiserem se informar e se juntar a nós neste movimento. Comentários e sugestões são bem vindos. Em tempo… Me ajuda a divulgar esta iniciativa?

    Um panorama geral

    Vivemos a maior crise humanitária desde a 2a guerra mundial. Conflitos políticos, étnicos e religiosos, grupos terroristas islâmicos (ISIS/Estado Islâmico e Boko Haram, por ex), crises econômicas, corrupção, desastres naturais, somados à insensibilidade dos países ricos, geraram um caos generalizado, que acabou espalhando-se por todo o mundo.

    Existem hoje (dados oficiais de dezembro 2014) mais de 59,5 milhões de pessoas deslocadas forçosamente de suas casas. Destas, 19,5 milhões são “refugiados” (Refugees), ou seja, são obrigadas a viver num outro país. 40 milhões são “deslocados internos” (IDP – Internally displaced persons), permanecem em seu país, apesar de não poderem morar em suas próprias casas.

    49% dos refugiados são mulheres e 50% têm menos de 18 anos.
    Durante 2014, a cada dia, 42.500 se tornaram refugiados e deslocados
    86% dos refugiados são acolhidos por nações em desenvolvimento (Quênia, Paquistão, Turquia, Jordânia, Líbano), o que implica num desafio enorme para seus governos, cidadãos e para os próprios refugiados.
    A média de tempo que um refugiado permanece fora de seu país é de 17 anos!
    Refugiados enfrentam desafios enormes, diariamente, entre eles: falta de esperança, violência, discriminação, fome, falta de abrigo, perda de identidade e perda de poder econômico. Além disso, encaram jornadas perigosíssimas (como atravessar desertos, zonas de guerra, oceanos) expondo a si mesmo e aos seus familiares, para salvar a vida. Por tudo isso, tornam-se vulneráveis às redes de tráfico humano, exploração sexual, tráfico de órgãos, etc. pagando um preço altíssimo a ‘coiotes’ que os levarão por rotas ilegais de imigração, quando não são mortos pelos mesmos depois de haverem pago o ‘serviço’.

    Preparando o coração e mente para orar por refugiados:

    Imagine a si mesmo como um refugiado, como se você e sua família tivessem sido obrigados a mudar para outro país, outra cultura, deixando tudo pra trás… Como você gostaria que as pessoas orassem por você?
    Leia as passagens bíblicas: Dt 10.18,19; Salmo 107.1-9; Salmo 34.18; Mt 25.31-46; Mt 22.37-39; Gl 6.10
    Peça que o Espírito Santo lhe guie enquanto ora pelos refugiados.
    Como orar pelos refugiados:

    Refugiados são pessoas comuns com família, sonhos e esperanças. Assim como oramos por pessoas que conhecemos, podemos orar pelos refugiados. Sua condição de refúgio, contudo, os expõe a desafios únicos que podemos orar. Isto inclui:

    1. Necessidades básicas
    Que suas necessidades essenciais de segurança, abrigo, água, comida e cuidados médicos sejam supridas. Que o Pai Altíssimo ouça o seu clamor e os leve a um lugar de segurança. Em muitas circunstâncias o refugiado terá que aprender uma nova língua e um novo trabalho. Ore por forças emocionais para que consiga enfrentar estes desafios, mesmo com tão poucos recursos e apoio.

    2. Paz e promotores da paz
    Que promotores da paz, verdadeiros conciliadores, sejam levantados e tragam paz aos países onde a guerra, violência e perseguição estão forçando as pessoas a abandonarem suas casas. Ore pela paz: Síria, Afeganistão, Somália, Eritreia, Iraque, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão, República Centro Africana, Nigéria, Myanmar, Vietnã e Colômbia.

    3. Esperança e cura
    Que pessoas amáveis e comprometidas sejam levantadas e levem esperança aos refugiados. Que médicos, psicólogos, pastores e terapeutas sejam canais de esperança, gerando cura física, mental e emocional. Ore especialmente pelas crianças e adolescentes que sofreram agressão física ou que testemunharam atrocidades contra seus familiares. Que suas memórias sejam curadas. Que possam perceber a presença do Pai Eterno com eles, que sejam libertas do medo e ansiedade. Que sua fé seja renovada, produzindo esperança e alegria a cada amanhecer.

    4. Igrejas Acolhedoras
    Que os refugiados encontrem uma igreja acolhedora em seu novo país. Que mais pessoas e igrejas nos países receptores abram seus olhos e corações para perceber, acolher e servir aos refugiados. Existem também muitas igrejas dentro dos campos de refugiados, sendo lideradas por pastores refugiados. Muitos refugiados buscam apoio e esperanças nestas igrejas. Que estas pequenas comunidades sejam fortalecidas em sua fé e seu testemunho, sendo benção ao seu povo.

    5. Mulheres e crianças
    Eles estão entre os mais vulneráveis. São mais da metade dos refugiados no mundo. Que sejam livres do mal, das pessoas que querem explorá-los, como as redes de tráfico humano, de exploração sexual e de tráfico de órgãos. Ore pelos órfãos, pelas mães que perderam seus filhos… Que a igreja seja uma verdadeira família, uma rede de amor, abrigo e proteção aos mais frágeis.

    6. Jovens
    Eles estão longe de casa. Perderam seus amigos e muitos estão longe de seus pais e familiares. Ao olharem para trás, não encontram alternativa. Por outro lado, tem uma grande capacidade para aprendizagem da nova língua, são mais versáteis e fortes fisicamente. Podem aprender uma profissão, e normalmente tornam-se o apoio da família. Que sejam abençoados com flexibilidade, criatividade e perseverança.

    7. Países Receptores
    86% dos refugiados encontram-se em países em desenvolvimento, com economias que enfrentam muitos desafios. Estes países têm que lidar com grandes ondas migratórias, com milhares de refugiados chegando num curto período de tempo, e sem ajuda internacional. É comum que surja preconceito contra os que chegam. Ore para que os refugiados não sofram com o racismo e a xenofobia. Que os governos e a população se abram para acolher. Lembre-se dos países que mais recebem refugiados: Paquistão, Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque, Irã, Egito, Quênia, Chade, Etiópia, China e USA.

    8. ONU (ACNUR) e agências humanitárias que servem refugiados
    Ore pelos milhares de trabalhadores e voluntários que atendem incansavelmente os refugiados ao redor do mundo. Por sua segurança e saúde emocional. Que haja recursos financeiros suficientes para as agências internacionais prestarem os serviços humanitários. Ore também para que os líderes mundiais tenham sensibilidade para com os milhões de refugiados e busquem juntos novas soluções.

    9. RHP – Refugee Highway Partnership e “Rede Evangélica Brasileira de Apoio ao Refugiado”
    Ore por esta nova, crescente e dinâmica rede de pessoas, igrejas e organizações evangélicas que buscam servir aos refugiados e também às igrejas locais, com informações, treinamento e acompanhamento. Que o Pai continue levantando cada vez mais organizações e pessoas, sejam elas voluntários, pastores ou missionários, para ministrar aos refugiados, nos grandes centros urbanos e nos campos em áreas remotas. Dia 12 agosto, em São Paulo, será oficializada a “Rede Brasileira de Apoio ao Refugiado”. Ore por este encontro e por esta iniciativa. Que gere muitos frutos.

    10. Refugiados no Brasil
    Nosso país tem se convertido no destino de muitos refugiados, vindos de diferentes países. Nosso governo tem aberto as portas e isto é louvável. Contudo, há muito ainda a ser feito para que o refugiado seja integrado à nossa sociedade. Somos um país de migrantes, somos acolhedores, mas temos vivido dias de acirramento de ânimos, gerando preconceito e ódio. Ore para que nossa sociedade não se feche ao estrangeiro. Que nossos governos (Federal, Estadual e Municipal) busquem soluções. Ore pelas organizações envolvidas no acolhimento (CONARE, ACNUR, Cáritas, Missão Paz, MAIS, JMN, entre outras), pelas pessoas que trabalham. Por fim, ore pelos milhares de refugiados e solicitantes de refúgio que já estão no Brasil. Que encontrem aqui uma nova vida.

    11. Missão MAIS – Programa de Acolhimento a Refugiados
    Temos tido o privilégio e responsabilidade de sermos os pioneiros entre as organizações evangélicas em servir e acolher refugiados. Louve a Deus, pois nosso programa, desenvolvido em parceria com igrejas locais, já recebeu mais de 160 pessoas, de diferentes países! Ore por nossa equipe, por recursos financeiros, por infraestrutura e novas parcerias. Ore por sabedoria nas decisões, pois recebemos semanalmente vários pedidos de ajuda e nossos recursos são limitados.

    Mais informações acesse: http://www.maisnomundo.org/refugiados

    Por Jose Prado. Publicado originalmente em: http://www.teleios.com.br

    http://www.jocum.org.br/guia-de-oracao-por-refugiados/

    O drama dos refugiados, contudo, não é tema recente. A Segunda Guerra Mundial encerrou em 1945 com 30 milhões de pessoas que precisaram deixar suas casas devido aos conflitos e não tinham para onde retornar depois do fim da guerra. Daí surgiu o conceito de refugiado, definido pela Convenção da ONU de 1951 como sendo qualquer pessoa que tenha o receio de ser perseguida por sua raça, religião, nacionalidade, filiação a grupos sociais ou partidos políticos e que se encontre fora de seu país de origem temendo retornar a ele.

    Outra legislação internacional importante é a Declaração de Cartagena, que acrescenta como refugiados aqueles que, independente de terem sofrido perseguição ou não, tenham sua segurança ou liberdade ameaçadas por conflito interno, violação maciça dos direitos humanos, agressão estrangeira ou outras circunstâncias. Esses 30 milhões de refugiados na Europa só sobreviveram pela solidariedade de países vizinhos que decidiram acolhê-los e proporcionar a eles condições de reconstruir suas vidas.

    Este é um momento ímpar da história da humanidade, pois nunca antes houve tantas pessoas deslocadas por motivos de guerras e conflitos: são 60 milhões de pessoas em todo o mundo segundo o ACNUR, agência da ONU para refugiados. Desses, 4 milhões deles são sírios que saíram de seu país desde que a guerra começou, em 2011 – além dos 7,6 milhões de deslocados internos que continuam na Síria, mas precisaram se deslocar de suas cidades em busca de locais mais seguros.

    Refugiados no Brasil

    Embora o problema pareça estar focado na Europa, o Brasil é há tempos confrontado com a situação dos refugiados sírios. O ACNUR registrou um aumento de 1.200% nas solicitações por refúgio desde 2011. A maior parte delas são de sírios. Há hoje cerca de 8 mil refugiados reconhecidos no Brasil, sendo que 20% deles são sírios, além dos outros milhares que aguardam a decisão do CONARE – órgão responsável pela concessão do visto de refúgio.

    O Brasil é uma opção na hora de buscar asilo por sua avançada e exemplar legislação em relação aos refugiados. Ao contrário de outros países, o refugiado que entra no país e informa à Polícia Federal que vai solicitar refúgio, tem garantido o direito de não extradição enquanto seu processo é analisado, o que pode levar até seis meses.

    Já no processo de acolhida e inserção do refugiado na sociedade brasileira, é a sociedade civil, representada por organizações não governamentais e outros grupos, que toma a frente e mostra solidariedade aos que deixaram seus países. É desse tipo de organização, principalmente da Cáritas de São Paulo e do Rio de Janeiro, que depende o sucesso do solicitante de refúgio. E, se é trabalho da sociedade civil, todos podem se envolver. Quanto mais solidariedade é demonstrada, menos cenas como a do menino Aylan serão vistas.

    Como se envolver

    – Mídias sociais: O preconceito com os refugiados estrangeiros está entre os maiores problemas relatados por eles nos países que os acolhem. É importante recordar a história e saber que a maior parte da população que forma hoje o Brasil, os Estados Unidos, a Europa, etc., é uma população migrante, que deixou sua terra em busca de melhores condições. As mídias sociais são uma excelente ferramenta para extinguir preconceitos, para fazer as histórias dos refugiados conhecidas e clamar por posturas mais humanitárias do Estados em todo o mundo.

    – Sendo voluntário: Além da Cáritas, há outras organizações que se propõe a trabalhar com a inserção de refugiados na sociedade brasileira. É possível ser um voluntário nessas organizações dando aulas de português e em outras ações de integração cultural.

    – Fazendo doações financeiras: Os refugiados no Brasil são mantidos com recursos do ACNUR e de doações que indivíduos que se preocupam com a causa. Você também pode se envolver dessa forma.

    – Acolhendo um refugiado em sua cidade/comunidade religiosa:

    Em sua comunidade religiosa: A missão evangélica MAIS tem um programa para igrejas que desejem participar do processo de acolhida aos refugiados – o RENOVARE. É possível inscrever sua comunidade por meio do link http://maisnomundo.org/refugiados/, bem como saber o que é necessário para participar do programa.

    Em sua cidade: ao contatar a Polícia Federal, os solicitantes de refúgio são orientados a buscar uma organização que os auxilie no processo de retirada de visto, aprendizado do idioma, inserção no mercado de trabalho. Em cidades onde essas organizações não atuam, a solidariedade pode ser prestada por qualquer cidadão que se disponha a ajudar o refugiado a conseguir moradia e emprego e estabelecer-se no Brasil.

    http://www.jocum.org.br/solidariedade-e-fundamental-na-acolhida-aos-refugiados/

    Refugiados — medo, oportunidade, compaixão, ação?
    Klênia Fassoni

    A situação é dramática para milhares de famílias, especialmente para as crianças. Para se ter uma ideia, entre 2011 e 2016, só na Itália, desembarcaram mais de 60 mil pequenos migrantes desacompanhados.

    Entre os refugiados estão os apátridas, estimados em 12 milhões. São pessoas que nasceram nas fronteiras e não possuem documentação: “Apesar de estarem vivendo por gerações em algum país, oficialmente não existem em nenhum lugar”. Elas não têm noção exata de pertencimento e carregam consigo problemas de identidade.

    O maior campo de refugiados do mundo — Dadaab, no Quênia — abriga 600 mil pessoas (o equivalente à população de Ribeirão Preto, SP, com 605.114 habitantes) e existe desde 1991. O campo de Nakivale, na Uganda, é um dos mais antigos. Existe desde 1958: sessenta anos são suficientes para ver florescer de três a quatro gerações.

    As reações à crise diferem ao redor do mundo. Alguns países têm aberto suas portas para os refugiados, outros os veem como ameaças em potencial. Há unanimidade quanto à complexidade do fenômeno.

    A igreja cristã global tem — na maior parte das vezes — buscado a via do acolhimento. Mas também há vozes discordantes e alarmistas, principalmente em torno da suposta ameaça do islamismo.

    http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/367/refugiados-medo-oportunidade-compaixao-acao

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  3. A maldição do carnaval – origens e razão

    por Artigo compilado

    A maldição do carnaval

    A maldição do carnaval –origens e razão

    Por que o carnaval é maldito? Não se trata de uma festa popular, que arrebata multidões, proporcionando alegria a tanta gente em nosso país? Para que se tenha uma ideia do significado de uma festa, evento ou comemoração, devemos ter em mente quatro aspectos: a origem, os meios, a natureza e os fins ou resultados. Meditemos nesses quatro aspectos, aplicando-os ao carnaval.

    Quanto à Origem

    Segundo o Dicionário Aurélio, carnaval era “no mundo cristão medieval, período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (Epifania) e se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais. Consistia em festejos populares e em manifestações sincréticas, oriundas de ritos e costumes pagãos, como as festas dionisíacas, as saturnais e as lupercais, e se caracterizava pela alegria desabrida, pela eliminação da repressão e da censura, pela liberdade de atitudes críticas e eróticas. (…) Os três dias imediatamente anteriores à quarta-feira de cinzas, dedicados a diferentes sortes de diversões, folias e folguedos populares, com disfarces e máscaras; tríduo de momo”.

    Aparentemente, a origem do carnaval não passava de uma “combinação de desfiles e enfeites e de festas folclóricas”, mas, na realidade é uma festa que teve origem e se desenvolveu em festas dos chamados “Ritos de Fertilidade da Primavera Pagã”, oriundos da Festa a Osíris, no Egito. Em Roma, o carnaval teve origem nas Festas das Bacanais, em homenagem a Baco, “deus do vinho”, e na Saturnália em homenagem a Saturno, que era um deus romano. Era considerado um dos Titãs, filho do Céu e da Terra. Diz a mitologia que Saturno recebeu uma foice de sua mãe e matou seu pai para tomar seu lugar entre os deuses. Foi expulso por seu filho Júpiter (Zeus) e fugiu para o Lácio, onde fez reinar paz e abundância.

    Naquelas comemorações, era comum a prática de orgias e libertinagem sexual. Nobres e plebeus se uniam, sem constrangimento, dando lugar a fantasias eróticas e sexuais de toda a espécie. Bebedice e glutonaria predominavam entre os foliões.

    Em termos resumidos, essa é a origem do carnaval. Certamente, o carnaval nasceu em meio a um ambiente de mitologia, adoração a deuses falsos, e à entrega a um comportamento libertino e lascivo. Em nada, em sua origem, o carnaval condiz com a postura de alguém que se diz cristão. Podemos dizer, sem exagero, que em sua origem o carnaval é maldito.

    Quanto aos Meios

    Desde sua origem, os meios para a realização do carnaval são duvidosos e carnais. A natureza humana após o pecado tornou-se tendente ao mal, levando o homem a praticar tudo o que não agrada a Deus. Nas bacanais e nas saturnálias, festas-mães do carnaval, dois elementos eram indispensáveis: bebidas alcoólicas e desregramento moral, expresso em licenciosidade e orgias sexuais.

    Hoje, não é diferente. Além das bebidas, do exibicionismo de sensualidade ilícita, o carnaval incorporou o uso de drogas, consumidas em excesso na época da chamada “maior festa popular do Brasil”.

    O desregramento sexual é tão grande, que o governo do País, receoso do aumento dos casos de Aids, utiliza milhões de reais para financiar a distribuição de preservativos. O carnaval tem sido, no Brasil, a época em que os acidentes automobilísticos ocorrem em número excessivo. O número de pessoas assassinadas ou violentadas é incrementado. Jovens e adolescentes são expostos a situações de violência de modo exacerbado. Muitos casos de violência e mortes, entre os que festejam essa festa maldita, não são noticiados pela imprensa. Casos de estupro e agressões são encobertos “para não prejudicar a festa do povo”.

    Dessa forma, os meios motivadores do carnaval são ilícitos e desonestos. Atendem aos instintos mais baixos da natureza humana.

    Natureza do Carnaval

    Para o fiel, que serve a Deus, tudo em sua vida deve glorificar a Deus. Diz Paulo: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Coríntios 10.31). Não podemos vislumbrar no carnaval qualquer coisa que seja para a glória de Deus. O carnaval é de natureza carnal, mundana e diabólica.

    É absurdo, para não dizer trágico, que existam crentes de algumas igrejas que formam “blocos de crentes” para “brincar” o carnaval. E procuram usar argumentos racionais para justificar sua participação na festa de Momo. Alguns dizem que estão lá “na avenida” ou no sambódromo para divulgar a mensagem do Evangelho através do carnaval. E dizem que algumas pessoas aceitam Cristo, quando veem o “bloco de crentes” passar.

    Trata-se de argumento enganoso. Uma armadilha para pessoas incautas. Na realidade, quando crentes brincam o carnaval, estão avalizando a realização da festa da carne. A mensagem que passam, na verdade, é: “Podem brincar o carnaval. É salutar e desejável. Somos crentes em Jesus e aqui estamos, irmanados com vocês. O carnaval é lícito”. Não podemos ver de outra forma tal atitude, à luz da Palavra de Deus.

    Diz ainda Paulo: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberda­de. Não useis então da liberdade par dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5.13,24). Imaginamos que os argumentos de alguns “crentes carnavalescos” podem ser até bem intencionados, mas são todos equivocados, quando confrontados com nossa regra de fé e prática, que é a Bíblia Sagrada.

    Resultados do carnaval

    Segundo notícias na imprensa, centenas de mortes ocorrerem durante a festa carnavalesca. Não se sabe o número de jovens e adolescentes que se envolvem em brigas e agressões. Não é divulgado o número de adolescentes estupradas.

    Como o cristão não adota a máxima de Maquiavel, de que “os fins justificam os meios”, o carnaval, em todos os seus aspectos, deve ser condenado, como festa que causa mais males do que bem, mais tristeza do que alegria, mais pecado do que bons resultados econômicos e sociais.

    Os resultados do carnaval revelam as consequências de sua natureza profana e diabólica. Os crentes em Jesus jamais devem participar desse tipo de festa, em que o centro é a carne.

    Pr. Elinaldo Renovato

    Assembleia de Deus em Parnamirim/RN

    http://www.cacp.org.br/a-maldicao-do-carnaval-origens-e-razao/

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  4. rfbarbosa1963 disse:

    Como todos já devem saber, durante grande parte de minha vida eclesiástica, congreguei na IPNV de Mal Hermes. Como entre outras coisas, fui professor de escola dominical, era uma prática minha a aquisição de literatura específica. Entre outras coisas, fui assinante da revista Chamada da Meia Noite e Noticias de Israel. Nas mesmas haviam vários modelos de folhetos que durante um bom tempo adquiri pela EBCT.

    Jamais comentei com as pessoas de meu relacionamento eclesiástico, mais apesar de congregar longe, me incomodava todos os anos o intenso movimento na cidade de Duque de Caxias no período de carnaval. Então resolvi fazer evangelismo pessoal. Normalmente adquiria os folhetos e como era líder do GERE(Grupo Evangélico da REDUC) distribuía estes folhetos na Vila das Empreiteiras em meu horário de almoço ou aqui mesmo na cidade de Duque de Caxias, no período de Carnaval e/ou fora deste período nos bares, lanchonetes próximos do Caxias Grill, normalmente à noite após o expediente administrativo. Como meu pai, Sr Daniel, possuía um chaveiro em frente a Igreja Matriz de Santo Antonio, deixava com Ele vários folhetos que distribuía próximo ao chaveiro.

    Então, como congregava na IPNV Mal Hermes, não me sentia a vontade de comentar com um dos meus pastores desta atividade e solicitar a confecção de um carimbo, indicando a Minha igreja. Resolvi confeccionar um carimbo do Grupo Evangélico da REDUC e todos os meus folhetos eram carimbados, indicando para procurar uma igreja próxima de sua residência. Foram milhares de folhetos que distribui nestes locais, ou seja, na Vila das Empreiteiras, nos períodos de Carnaval, no Centro de Duque de Caxias nos bares e restaurantes ou mesmo próximo ao chaveiro do meu próprio pai que os distribuía.

    Entendo que o mínimo que nós podemos fazer é não fechar os olhos e olhar para as pessoas com o olhar de Cristo. Jesus repreendeu alguns dos seus discípulos a 2000 anos atrás:

    Lucas 9:51-56
    “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.
    E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada,
    Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.
    E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?
    Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
    Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.”

    Outrossim, todo ano vejo multidões de foliões nos diversos rincões da nação brasileira. A própria cidade do Rio de Janeiro recebe milhares de foliões. Ao ler o livro de galatas acerca das obras da carne, Gl 5:19_21, podemos confirmar que muitos estão entrando pela porta larga. Fico triste ao ver pela televisão ou mesmo pela cidade isto.

    Por isto, não nos cabe a responsabilidade de julgar as pessoas, mas apenas mostrar para elas através de um simples folheto, conversa entre pessoas ou testemunho pessoal que há um lugar melhor do que acompanhar a multidão em bebedeiras, festas pagãs, prostituição, sexo fácil sem compromisso e outras coisas semelhantes a estas, como descrito em Galatas.

    Galatas 5:16-26
    “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
    Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
    Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
    Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
    Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
    Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
    Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
    Contra estas coisas não há lei.
    E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
    Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
    Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.”

    Lembremos:

    Mateus 7:13
    “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;”

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  5. rfbarbosa1963 disse:

    O Carnaval: A maior festa da carne

    A maior festa popular brasileira

    Carnaval

    Origem Histórica

    Segundo definição genérica, o carnaval é uma festa popular coletiva, que foi transmitida oralmente através dos séculos, como herança das festas pagãs realizadas a 17 de dezembro (Saturnais – em honra a deus Saturno na mitologia grega.) e 15 de fevereiro (Lupercais – em honra a Deus Pã, na Roma Antiga.). Na verdade, não se sabe ao certo qual a origem do carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo polêmica.

    Alguns estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primavera. De fato, em certos rituais agrários da Antigüidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres pintavam seus rostos e corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez.

    Originariamente os católicos começavam as comemorações do carnaval em 25 de dezembro, compreendendo os festejos do Natal, do Ano Novo e de Reis, onde predominavam jogos e disfarces. Na Gália, tantos foram os excessos que Roma o proibiu por muito tempo. O papa Paulo II, no século XV, foi um dos mais tolerantes, permitindo que se realizassem comemorações na Via Lata, rua próxima ao seu palácio. Já no carnaval romano, viam-se corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes, corridas de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos.

    O baile de máscaras, introduzido pelo papa Paulo II, adquiriu força nos séculos XV e XVI, por influência da Commedia dell’Arte. Eram sucesso na Corte de Carlos VI. Ironicamente, esse rei foi assassinado numa dessas festas fantasiado de urso. As máscaras também eram confeccionadas para as festas religiosas como a Epifania (Dia de Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas elegantes da nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução.

    Na França, o carnaval resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a renascer com vigor na época do Romantismo, entre 1830 e 1850. Manifestação artística onde prevalecia a ordem e a elegância, com seus bailes e desfiles alegóricos, o carnaval europeu iria desaparecer aos poucos na Europa, em fins do século XIX e começo do século XX.

    Há que se registrar, entretanto, que as tradições momescas ainda mantêm-se vivas em algumas cidades européias, como Nice, Veneza e Munique.

    Etmologia da Palavra

    Assim como a origem do carnaval, as raízes do termo também têm se constituído em objeto de discussão. Para uns, o vocábulo advém da expressão latina “carrum novalis” (carro naval), uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas comemorações. Apesar de ser foneticamente aceitável, a expressão é refutada por diversos pesquisadores, sob a alegação de que esta não possui fundamento histórico.

    Para outros, a palavra seria derivada da expressão do latim “carnem levare”, modificada depois para “carne, vale !” (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação “Dias Gordos”, onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma).

    Posição da igreja evangélica no período do carnaval

    Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se, por, isso de uma manifestação popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pela Bíblia.

    Seja no Egito, Grécia ou antiga Roma, onde se cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeira desenfreada, danças sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e religiosas.

    Traçando o perfil do século XXI, não é possível isentar a Igreja evangélica deste movimento histórico. Então qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas? Devemos por outro lado, ficar aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização?Ou isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o entendimento?

    Cremos que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a personalidade da Igreja de Deus nasce de princípios estreitamente ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos atributos, é santo.

    Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos freqüentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra ela? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo?
    No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram, continuamos vendo, imoralidade, promiscuidade sexual e bebedeira.
    Como cristãos não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus Romanos 8.5-8; I Co. 6.20).

    Evangelismo ou retiro espiritual?

    A maioria das igrejas evangélicas hoje tem sua própria opinião quanto ao tipo de atividade que deve ser realizada no período do carnaval.

    Opinião, esta que, baseia-se em parte na teologia que cada uma delas prega. Este fato é que normalmente justifica sua posição. A saber: enquanto umas participam de retiros espirituais, outras, no entanto, preferem ficar na cidade durante o carnaval com o objetivo de evangelizar os foliões.

    Primeiramente, gostaríamos de destacar que respeitamos as duas posições, pois cremos que os cristãos fazem tudo por amor com a intenção de ganhar almas para Cristo, edificando seu Corpo. Entendemos também o propósito dos retiros espirituais: momentos de maior comunhão com o Senhor. Muitos crentes tem sido edificados pela pregação da Palavra e atuação do Espírito Santo nos acampamentos das igrejas.

    Todavia, a oportunidade de aproveitarmos o carnaval para testemunhar é pouco difundida em nosso meio.

    Em meio à pressão provocada pelo mundo, a igreja deve buscar estratégicas adequadas para posicionar-se à estas mudanças dentro da Bíblia, e não dentro de movimentos contrários a ela. A Bíblia é a fonte, e não fatores externos.

    Cristãos de todos os lugares do Brasil possuem opinião diferentes a este respeito de maneira adequada para evangelização no período do carnaval. Mas devemos notar que Cristo nunca perdeu uma oportunidade para pregar.

    Partindo deste princípio não podemos deixar de levar o evangelho não importando o momento.

    Assim devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e optar pela melhor atividade para nossa igreja nesse período tão sombrio que é o carnaval.

    Veja o vídeo

    Coragem Jornalista fala no ar toda a verdade sobre o carnaval

    O Ministério CACP disponibilizou em fevereiro de 2017 uma entrevista com o saudoso Pr Natanael Rinald(*) que disponibilizo neste momento, contextualizado com este comentário sobre o carnaval.

    Carnaval: Pr. Rinaldi Responde

    (*)Pr Natanael Rinald, faleceu em 2016 com 60 anos na carreira apologética e com especialidade no estudo de seitas e heresias, ele era um teólogo respeitadíssimo no meio evangélico, com uma carreira de mais de 60 anos na defesa da fé cristã. Entre outros livros, vídeos e artigos, Rinaldi é coautor, com o pastor Paulo Romeiro, da obra “Desmascarando as seitas” (CPAD), considerada um marco na literatura evangélica brasileira na área de apologética cristã. Ele foi também articulista das revistas “Obreiro” e “Resposta Fiel”, ambas da CPAD.

    Bibliografia:
    http://www.cacp.org.br/carnaval/

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  6. rfbarbosa1963 disse:

    Há alguns anos atrás tive a oportunidade de conhecer a JOCUM.
    Neste tempo exercia o magistério em uma escola localizada em Nova Campinas, bairro localizado próximo ao Parque Paulista e a Santa Cruz da Serra em Duque de Caxias. O pessoal apresentou uma peça teatral na escola e ao final transportei alguns deles para Santa Cruz da Serra em uma das bases da Jocum. No caminho tive a oportunidade de conhecer o Lázaro e um pouco do trabalho deles. Neste ínterim, marcamos para o pessoal apresentar alguma coisa na REDUC. Eles se apresentaram na Vila das Empreiteiras e no Auditório da Superintendência. A Vila das empreiteiras é uma vila em que majoritariamente trabalham as pessoas que pertencem às firmas contratadas ou terceirizadas, local onde há refeitórios, “banheiros” onde as pessoas fazem sua higiene pessoal, trocam de roupas entre outras coisas. Muito bem, lá há também um auditório, onde o pessoal se apresentou.
    A Vila das empreiteiras durante um bom tempo foi um local de evangelismo eficaz. Várias pessoas aceitaram a pessoa do Sr Jesus como Senhor e Salvador de sua vida. Outros retornaram para a fé cristã após um período de afastamento.
    Confesso que fiquei de certa forma surpreso com a quantidade de pessoas que participavam das reuniões. Havia dias que eram centenas de pessoas nas reuniões e estas reuniões eram de certa forma curta, pois elas se davam no horário de almoço, ou seja, de aproximadamente 1 hora, sem considerar que as pessoas primeiramente almoçavam para logo depois ir para as reuniões. Teve um período que a frequência era tão grande, que um homem de Deus que estava à frente desta atividade, cujo nome é Dionísio de Lima Tindô precisou providenciar um caminhão com carroceria para colocar os instrumentos de som. Normalmente o caminhão e as pessoas ficavam localizados em um local de onde os empreiteiros poderiam após o almoço se deslocar e assistir as reuniões nas próprias ruas e logo depois se deslocar para os seus locais de trabalho. Vejam uma foto abaixo de uma reunião na vila das empreiteiras, que retirei do blog Paracleto na mensagem acima.

    Jocum

    O Auditório da Superintendência fica localizado no prédio da superintendência, no coração da REDUC, local onde a frequência de pessoas tanto contratadas e concursadas varia bastante.
    A apresentação do pessoal da JOCUM com peças evangelísticas relativamente curtas foram muito bonitas e eram centradas nos vícios e na real possibilidade de libertação dos mesmos. Lembro-me agora de uma trilha sonora que tocava enquanto os irmãos apresentavam a peça. Encontrei ocasionalmente hoje, em 12/10/2018, ao fazer algumas pesquisas na internet e resolvi incluir a mesma neste comentário.

    Segue abaixo um link para acessar uma peça teatral deles:

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