O Milênio

Milênio se refere a uma extensão de tempo (mil anos) em que Cristo estabelece seu domínio no universo, nesta época ficará provado pela última vez que a natureza pecaminosa e a tendência humana, é que o homem por si só jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições, até porque neste tempo satanás estará em prisão…(Pr Isaias Gomes de Oliveira).

       A palavra “milênio” não aparece no Novo Testamento. O termo vem do latim mille, “mil”, e annus, “ano”, portanto “mil anos”; é uma referência aos mil anos mencionados em Apocalipse 20:1_7. Esse período tem relação direta com Isaías 11 e Miqueias 4. O período se inicia com a vinda de Cristo em glória, ocasião em que o anjo vai amarrar e prender a Satanás por mil anos (Ap 20:1). Essa prisão impedirá que ele engane as nações (v.2). É o período da paz universal, o governo de justiça  e paz anunciado pelos profetas (Is 2:3_5; 9:7; 11:1_10; 65:20_25; Mq 4:1_5). A sede desse governo é Jerusalém: “E virão muitos povos  e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei , e de Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Is 2:3). O poder daquele que causa todos os males e as desgraças estará neutralizado nesse período. É a restauração do reino de Davi em Jerusalém (Am 9:11; Zc 8:20_22).

      Sob o governo de Jesus Cristo, haverá saúde nas nações: “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade” (Is 33:24). Os cegos, surdos, mudos e paralíticos serão curados (Is 35:5, 6). A morte terá seu efeito reduzido ao máximo (Is 65:20, e a longevidade humana voltará à terra (Is 65:22). A segurança será perfeita, sem assalto, roubo, furto ou violência (Is 65:21_23); as indústrias bélicas serão transformadas em fabricas de instrumentos agrícolas (Is 2:40, e a produção do campo será uma benção (Am 9:13). Até mesmo entre os animais ferozes e perigosos haverá harmonia (Is 11:6_9; 65:25). Trata-se de um período em que “a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9), e as orações de seus moradores serão atendidas antes mesmas de concluídas com o “amém” (Is 65:24). Mas ainda não será a consumação dos séculos; será na verdade um período probatório até que o plano de Deus seja totalmente concluído, quando o Senhor Jesus, depois de ter o domínio sobre todas as coisas, entregará o Reino ao Pai (1ª Co 15:24_28).

       A terra virá a ser um paraíso sob o governo de Cristo, e os seus santos reinarão com ele: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20:4). Aqui estão incluídos os santos do Antigo Testamento e todos os crentes provenientes da era da Igreja, os quais serão investidos de poder para governar a terra (Ap 2:26, 27; 3:21). Os doze apóstolos governarão sobre as doze tribos de Israel (Mt 19:28; Lc 22:30) juntamente com os santos do Antigo Testamento (Lc 13:28, 29). Integrarão o grupo dos súditos de Cristo os mártires da Grande Tribulação (Ap 6:9_11). “Julgar” ou “julgamento” aparece na Bíblia com o sentido de governar ou governo (1ªSm 4:18; 2ªRs 23:22; 2ª Cr 1:11). Esse parece ser o significado aqui.

O Milênio é um reino de mil anos descrito no capítulo 20 do livro do Apocalipse, a única passagem bíblica que fala explicitamente sobre um reino milenar. Sem dúvida, o Milênio é o tema mais debatido dentro da escatologia bíblica entre os cristãos.

As interpretações sobre o Milênio, ou o Reino Milenar mencionado nessa passagem, são tão divergentes que levaram à formação de pelo menos quatro posicionamentos principais acerca desse tema.

Além dessa divisão principal em quatro escolas distintas, cada escola possui subdivisões, na medida em que há também divergências até mesmo entre os defensores de cada uma delas. Portanto, torna-se praticamente impossível abordar em um único texto todas as variações de pensamentos sobre o Milênio.

Muitos dos cristãos são leigos nos assuntos mais complexos da teologia, de modo que um aprofundamento em determinados temas torna a compreensão difícil e a leitura extremamente cansativa para muitos.

Portanto, para garantirmos a objetividade e clareza deste texto, conheceremos de uma maneira não exaustiva as principais interpretações sobre o Milênio,

O Reino Milenar é o cumprimento das Alianças Divinas

O estabelecimento do reino milenar de Cristo se torna indispensável, porque somente assim, haverá o cumprimento de todas as alianças feitas por Deus com Israel. Uma aliança é um pacto, um acordo. E Deus fez vários pactos, acordos com a nação de Israel, nas quais, Ele próprio Se obrigou a cumpri-los, independente do homem obedecer a Deus ou não.

Quatro são as alianças incondicionais de Deus para com a nação de Israel:


Aliança Abraâmica (Gênesis 12.1-3) – nesta aliança Deus promete fazer de Abraão uma grande nação; esta nação teria a posse da terra; receberiam as bênçãos universais de Deus e através deles, se estenderiam a toda a nação esta mesma bênção por intermédio de Jesus Cristo.
Uma outra provisão na Aliança Abraâmica é que as famílias do mundo seriam abençoadas através da linhagem física de Abraão (Gênesis 12:3; 22:18). Esta é uma referência ao Messias, que viria da linhagem de Abraão.

Aliança Palestiniana (Deuteronômio 30.3-10) – uma extensão da Aliança Abraâmica, onde Deus cita mais detalhes sobre a ocupação da Terra Prometida e as bênçãos concernentes a esta ocupação. Através desta aliança a restauração final e a conversão de Israel são garantidas.

Aliança Davídica (2ªSamuel 7.4-17; 1ªCrônicas 173-15) – nesta Aliança, Deus prometeu que Israel sempre teria um rei da linhagem de Davi, portanto, o trono seria de possessão perpétua da família Davídica, descendentes da tribo de Judá, sendo que este rei reinaria sobre a nação como um todo.

Nova Aliança (Jeremias 31.27-40; Hebreus 8.7-13) – estabelece um novo coração para Israel, uma conversão genuína e autêntica. É estabelecida sobre o sacrifício vicário de Cristo e, por causa disso, garante bênção eterna para todo aquele que crê.


Vida de Teólogo


Nota-se que o devido cumprimento total destas alianças de Deus com Israel será plenamente estabelecido no Reino Milenar.

Escolas principais de interpretação

1) Pré-Milenistas Históricos: entendem a base da interpretação literal das profecias, a Vinda de Jesus Cristo precederá o Seu reinado de mil anos em companhia de Seus remidos.

2)Pré-Milenista Dispensacionalista


3) Pós-Milenistas: acreditam que a Segunda Vinda de Jesus Cristo será precedida da vitória final do Evangelho no período do milênio.

4) Amilenistas: entendem que a descrição de Apocalipse 20 é puramente simbólica.

1)O Pré-Milenismo Histórico e o Milênio

O Pré-Milenismo Histórico defende um reino literal de Cristo na terra durante mil anos que será iniciado com a Sua segunda-vinda. Cristo governará a partir de Jerusalém e será um período sem igual na terra.

No final do Milênio, Satanás estará solto e enganará as nações influenciando-as à guerrearem contra Jerusalém e o governo de Cristo. Então, Jesus destruirá as nações rebeldes juntamente com Satanás, lançando-os em condenação eterna. Após isso, haverá o Juízo Final e o início do estado eterno.

2)O Pré-Milenismo Dispensacionalista e o Milênio

Também defende que o Milênio será literal na terra, e começara após a segunda fase da segunda vinda de Cristo. Diferente do Pré-Milenismo Histórico, essa posição estabelece um tratamento completamente distinto entre Israel e Igreja, ou seja, Deus possui dois propósitos: um com relação à terra e ao povo de Israel, e outro relacionado com o céu e a Igreja.

Para os Pré-Milenistas Dispensacionalistas, Jesus em Sua primeira vinda tentou estabelecer o Reino de Deus na terra, porém foi rejeitado pelos judeus. Então, Deus adiou esse plano e começou a tratar com a Igreja.

Somente após finalizar seus propósitos com a Igreja é que Ele retomará Seu plano para com Israel, e isso ocorrerá principalmente no Milênio, onde as promessas do Antigo Testamento serão cumpridas literalmente na restauração e exaltação de Jerusalém e do povo judeu sob todo o mundo gentio.

Nessa posição escatológica, o Milênio durará mil anos literais, e Jesus estará governando visivelmente num trono em Jerusalém, e será um momento de grande paz e prosperidade sobre a terra.

As nações adorarão a Deus em um Templo reconstruído em Jerusalém, onde também haverá novamente a oferta de sacrifícios de animais, porém não serão ofertas propiciatórias, mas ofertas memoriais em referência à morte de Cristo pela humanidade.

As pessoas viverão normalmente nessa terra maravilhosa, haverá nascimentos e mortes, já que o pecado e a morte ainda não estarão extintos como ocorrerá no novo céu e na nova terra. Entretanto, o mal será amplamente restringido com a prisão de Satanás.

Durante esse reinado, a Igreja dos santos ressurretos estará habitando a Nova Jerusalém, uma cidade celestial que estará pairando nos ares sobre a terra, e, em ocasiões especificas, os crentes poderão descer à terra para participarem de alguns julgamentos ao lado de Cristo.

No final desse período Satanás será solto, enganará as nações e fará uma guerra final contra “o acampamento dos santos“, e Cristo então os derrotará definitivamente. Depois disso haverá o julgamento perante o grande trono branco, onde todos os ímpios ressuscitarão para receberem a condenação eterna no lago de fogo.

3)O Amilenismo e o Milênio

Embora o termo Amilenismo transmita uma ideia de que não exista um milênio, não é isso o que essa corrente escatológica defende. O Amilenismo entende sim que há um Milênio descrito no capítulo 20 do Apocalipse, entretanto não o interpretam como um reino literal de mil anos com Cristo governando sobre a terra após a sua vinda.

O Amilenismo defende que o Milênio já foi iniciado na primeira vinda de Cristo, e terminará com a Sua segunda vinda, quando haverá a ressurreição geral dos mortos, o Juízo Final e o estabelecimento do novo céu e da nova terra. No Amilenismo, o Milênio ocorre com o reinado dos santos com Cristo nos céus, conectado com a expansão da Igreja e o avanço do Evangelho na terra.

4)O Pós-Milenismo e o Milênio

O Pós-Milenismo, como o próprio nome sugere, entende que o Milênio também ocorrerá antes da segunda vinda de Cristo, porém, ao contrário do Amilenismo, o Pós-Milenismo entende que o Milênio será um período de grande paz e prosperidade resultante da pregação do Evangelho em todo mundo.

Logo, para o Pós-Milenismo o mundo tende a melhorar antes da volta de Cristo, de modo que o Milênio será caracterizado pela maioria dos habitantes da terra respeitando a Palavra de Deus, numa espécie de cristianização do mundo. Após esse período, Satanás será solto e Cristo o destruirá em Sua segunda vinda, condenando-o eternamente.

Para quem será o Milênio?

1) Jesus Cristo, como Rei Supremo (Zacarias 14.9);
2) Para os Salvos (1Tessalonicenses 4.16-17);
3) Para o remanescente (nações) da Grande Tribulação (Mateus 25.31-46);
4) Para os judeus sobreviventes (Deuteronômio 28.13; Isaías 60.10-15; Zacarias 8.20,23).

O Lugar do Reino: será na Terra, refletindo não somente o aspecto espiritual, mas também o terreal (Isaías 65.21; Mateus 5.25-26; Apocalipse 5.9-10).

A Capital do Reino: será Jerusalém (Salmo 48.1-3). Biblicamente, a Palestina é o centro geográfico da Terra. Será o centro de adoração para todos os povos.

A Universalidade do Reino: o reino do Messias será universal abrangendo o mundo inteiro (Ezequiel 43.1-7; Mateus 25.31; Zacarias 14.9; Salmo 72).

Israel no Reino: tendo Cristo como Seu Messias e Cabeça, Israel se tornará a nação líder do mundo, não mais a “cauda” (Deuteronômio 28.13-44; Isaías 60.10-15; Zacarias 8.20-23).

A Igreja no Reino: a posição da Igreja será de esposa ao lado do Esposo, e a Rainha ao lado do Rei. A Igreja reinará com Jesus Cristo (Apocalipse 19 e 20).


A Hierarquia no Reino

Encontraremos um sistema hierárquico sólido no reino milenar. Jesus Cristo será o Rei. Abaixo dEle estará o grande Rei Davi, como sendo o regente, o príncipe. Depois outros reinarão sob suas autoridades.

Provas de que Davi é o regente no milênio (Oséias 3.5; Ezequiel 37.24-25; 34.23-24; Isaías 55.3-4; Jeremias 30.9; 33.15-21).

Muitos são contra a idéia de que o Davi histórico reinará literalmente no milênio. Alegam que este Davi é o Senhor Jesus Cristo. A estes quero deixar três importantes versos da Palavra de Deus que demonstram que realmente é o Davi histórico, o segundo rei de Israel.
1) Ezequiel 45.22 – O príncipe nesta passagem oferece a si mesmo oferta pelo pecado. Cristo não pode oferecer sacrifício por seu próprio pecado, pois Ele nunca cometeu pecado.
2) Ezequiel 46.2 – O príncipe está comprometido em atos de adoração. O Senhor Jesus Cristo recebe adoração no milênio, mas não está envolvido com atos de adoração, ou seja, Cristo não se envolve com adoração.
3) Ezequiel 46.16 – O príncipe tem filhos e divide sua herança com eles. Isso nunca poderia acontecer com Jesus Cristo.

Portanto, para aqueles que argumentam que o príncipe citado em Ezequiel é o próprio Jesus Cristo, estas passagens se tornam um grande embaraço em suas doutrinas.

Por que devemos afirmar que realmente será o próprio Davi histórico que irá reinar?

1) Porque é muito mais coerente com a interpretação literal das Escrituras.
2) Somente Davi poderia ser regente no milênio sem violar as profecias concernentes ao reinado de Cristo.
3) Os santos ressurretos terão posições de responsabilidade no milênio como recompensa (Mateus 19.28; Lucas 19.12-27). Davi pode ser designado para assumir tal responsabilidade já que era ‘homem segundo o coração de Deus’.
4) Davi será nomeado regente sobre a Palestina e governará a terra como príncipe, ministrando sob a autoridade de Jesus Cristo, o Rei.

Note também que nobres e governadores reinarão sob Davi (Jeremias 30.21; Isaías 32.1; Ezequiel 45.8-9; Mateus 19.28). Da mesma forma, muitas outras autoridades menores também reinarão (Lucas 19.12-27). E os juízes serão novamente levantados (Zacarias 3.7; Isaías 1.26).

A Razão da Nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos – Livro de Apoio das Lições Bíblicas do 3ºT 2017 Adulto CPAD

http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/ReinoMilenarJesusCristo-CleversonFaria.htm

https://estiloadoracao.com/o-que-e-o-milenio-no-livro-do-apocalipse/

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