A Lei de Deus

Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança – Não tomarás o nome do Senhor em vão

TEXTO ÁUREO

“Nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanaríeis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.12).

VERDADE PRÁTICA

O terceiro mandamento proíbe o juramento indiscriminado e leviano, pois o voto é um tipo de compromisso que deve ser reservado para uma solenidade excepcional e incomum.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 20.7; Mateus 5.33-37; 23.16-19.

Êxodo 20:7

“Não tomaras o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”

Mateus 5:33_37

“Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.

Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus,

nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,

nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.”

Mateus 23:16_19

“Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.

Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, que santifica o ouro?

E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.

Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar, que santifica a oferta?”

OBJETIVO GERAL

Interpretar corretamente o mandamento “Não tomarás o nome do Senhor em vão”.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Houve um tempo em que bastava a palavra de uma pessoa e o compromisso estava firmado. Hoje, as pessoas dizem que as palavras “o vento as leva”. Vivemos numa sociedade em que seus membros banalizaram o compromisso verbal. É comum muitos mudarem de posição, não que isso seja errado, pois não há nada mais digno do que reconhecermos quando estávamos equivocados, mas recuar em sua palavra pelo bel-prazer não é correto. O Senhor Jesus ensinou aos discípulos que a nossa linguagem tem de ser sim, sim ou não, não. Não pode haver meio-termo quanto às nossas decisões. Não podemos usar “os céus” ou “a terra” para encobrir as nossas decisões.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

       A dificuldade humana para dizer a verdade e cumprir com os seus compromissos na antiguidade eram motivos de juramentos triviais em coisas efêmeras da vida. Deus é santo e exige santidade de seu povo. Assim, o relacionamento de todas as pessoas deve ser honesto e cada um deve falar a verdade. A lei estabelece limites, pois Deus está presente nos relacionamentos pessoais de seu povo.

       A revelação bíblica de Deus foi progressiva e utilizou-se de diversos métodos. O nome revelado de Deus mais os títulos que o povo de Israel ou o próprio Deus lhe conferiu faz parte desta revelação progressiva de Deus, revelando o seu ser, a sua essência e sua relação com sua criatura de forma geral. O Velho Testamento, pela natureza da religião monoteísta dos hebreus, caracteriza Deus na pessoa do Pai (conforme entendem os teístas), entretanto os nomes de Deus revelam a essência de Deus dentro desta revelação progressiva, ainda que no Velho Testamento tais nomes estejam relacionados às ações de Deus na pessoa do Pai, pois para o hebreu não havia ainda uma teologia da Trindade sistematicamente formulada e nem tampouco uma doutrina clara nesse sentido.

       Ao estudarmos os nomes de Deus, precisamos ter em mente a natureza teológica desses nomes e não suas formas simbólicas. O nome na cultura hebraica estava relacionado às características intrínsecas das pessoas e não ao aspecto da beleza do nome em sua forma escrita. Alguns personagens bíblicos, pela experiência profunda que tiveram com Deus também tiveram seus nomes mudados: Abrão para Abraão, Jacó para Israel, etc., e todos os nomes estavam de certa forma relacionados às experiências dos pais com Deus ou às circunstâncias dos nascimentos dos filhos: Moisés, Samuel, etc. Assim, precisamos entender os nomes de Deus dentro do pensamento cultural hebreu a fim de chegarmos ao conhecimento mais profundo da natureza e da essência de Deus: 

PONTO CENTRAL

 O cristão não deve jurar nem pelo céu, nem pela terra. A sua linguagem deve ser sim, sim ou não, não; e o que passa disso vem do Maligno.

I – O NOME DIVINO

Nos tempos do Antigo Testamento, o nome era empregado não simplesmente para distinguir uma pessoa das outras, mas também para mostrar o caráter e a índole do indivíduo. Houve caso de mudança de nomes em conseqüência de uma experiência com Deus como Abraão (Gn 17.5), Sara (Gn 17.15) e Jacó (Gn 32.28). O nome de Deus representa o próprio Deus, é inerente à sua natureza e revela suas obras e atributos. Não é um apelativo, nem simplesmente uma identificação pessoal ou uma distinção dos deuses das nações pagãs.

1. NOMES GENÉRICOS E ESPECÍFICOS

São três os nomes genéricos que o Antigo Testamento aplica além do “Deus de Israel”. Na sua tradução do hebraico para a nossa língua só aparecem dois nomes, “Deus” e “Altíssimo”. O nome “Deus” em nossas bíblias é tradução do hebraico El (Nm 23.8) ou Eloah (Dt 32.15), ou seu plural, Elohim (Gn 1.1). O outro nome genérico é Elyon, “Altíssimo” (Dt 32.8), às vezes acompanhado de “El”, como em El-Elyon, “Deus Altíssimo” (Gn 14.19,20).

São três os nomes específicos que o Antigo Testamento aplica somente para o Deus verdadeiro: ShaddayAdonay e YHWHEl-Shadday, “Deus Todo-poderoso”, é o nome que Deus usou ao revelar-se a Abraão (Gn 17.1; Êx 6.3). Adonay, “Senhor”, é um nome próprio e não um pronome de tratamento (Is 6.1). O outro nome é o tetragrama (as quatro consoantes do nome divino, YHWH, Yahweh, Javé ou Jeová). A versão Almeida Corrigida, nas edições de 1995 e 2009, emprega “SENHOR”, com todas as letras maiúsculas, onde consta o tetragrama no Antigo Testamento hebraico para distinguir de Adonay(Jz 6.22).

  • ‘EL – Gn. 33:20 – força (ser forte), poder (ser poderoso), ligar. Este é o nome mais primitivo de Deus e está relacionado ao nome genérico de Deus e que diz respeito à sua essência, manifestando o seu poder, sua transcendência e imanência.
  • ELOHIM – Gn. 1:1ss – plural de ‘EL. É usado sempre com o verbo no singular. Expressa a relação de Deus com o universo e com os povos não israelitas. Expressa Deus como criador e a forma plural é majestática, mostrando a profundidade e sublimidade do ser ao qual se refere.
  • ‘EL ELYON – Gn 14:20 – “Deus Altíssimo”. Não traduz a idéia de espaço, pois Deus é onipresente, mas traduz o conceito de transcendência, superioridade, soberania, distinção.
  • ‘EL SHADDAI – Ex. 6:3 – “Deus Todo-Poderoso”. Revela o ser ilimitado no poder e que corresponde ao atributo da onipotência. Este nome foi manifestado pelo próprio Deus, antes de revelar-se como YHWH. Com exceção do nome revelado a Moisés, todos os demais nomes derivados de YHWH partem da relação do homem com Deus que, devido às ações de Deus, vão cada vez compreendendo a natureza, a essência e o ser de Deus.
  • YHWH – Ex 3:14-15 – “Eu Sou” – O nome revelado a Moisés. Expressa a relação de Deus com o povo de Israel. Possivelmente derivado da raiz do verbo “ser” (hava), o substantivo JEVEH (1a pessoa do singular do verbo ser) significa “eu sou”. Conotação: (O DEUS PRESENTE (a presença de Deus foi garantida a Moisés – Ex. 3:12-14)); O DEUS LIVRE ou A LIBERDADE DE DEUS; A ETERNIDADE DE DEUS; O DEUS DA ALIANÇA (Ex. 19:1-8).
  • JAVE JIREH – Gn 22:13-14 – “O Senhor Proverá”. Surge da experiência profunda de Abraão com Deus e de sua fé inquestionável num momento de dura provação.
  • JAVE NISSI – Ex. 17:15 – “O Senhor é Minha Bandeira”. Surge da experiência do povo hebreu com Deus, onde Ele atua com aquele que luta e vence pelo seu povo.
  • JAVE SHALOM – Jz. 6:24 – “O Senhor é Paz”. Livre da condenação da morte pela consciência de que vendo Deus o homem morreria, Gideão entende que Deus não se interpõe como inimigo do homem, mas como aquele que busca um relacionamento harmonioso.
  • JAVE SABAOTH – 1ª Sm 1:3 – “O Senhor dos Exércitos”. É o nome expresso na experiência de Elcana e Ana que, embora não tivessem filhos, serviam a Deus de contínuo, expressando a submissão àquele que comanda os exércitos dos céus e da terra e, portanto, é soberano e a Ele servimos incondicionalmente.
  • JAVE MACCADESHKEM – Ex. 31:13 – “O Senhor que te Santifica”. Na experiência do povo hebreu com Deus, ficou claro que Deus é santo e esse lhe um atributo próprio, porém comunicável aos homens e só pela sua absorção chegamos diante de Deus.
  • JAVE RAAH – Sl. 23:1 – “O Senhor Meu Pastor”. Expressa a dependência do homem e o grande amor e poder de Deus.
  • JAVE TSIDKENU – Jr. 23:6 – “O Senhor Justiça Nossa”. Jeremias, na sua vidência de profeta, antevê o Renovo que procede de Davi como aquele que justificaria o povo de Israel. Esse é um atributo que diz respeito à justiça de Deus e suas exigências. Esta é uma profecia messiânica que mostra em quem a justiça de Deus seria satisfeita a fim de justificar os pecadores.
  • JAVE ‘EL GMOLAH – Jr. 51:56 – “O Senhor Deus da Recompensa”. O Senhor, por causa da sua justiça, é justo juiz. Seus juízos são perfeitos e estão relacionados ao seu amor, santidade e justiça.
  • JAVE NAKEH – Ez. 7:9 – “O Senhor que Fere”. O pecado suscita a ira de Deus e os seus juízos contra os ímpios e rebeldes. A Deus pertence a “vingança”, pois seus juízos são perfeitos.
  • JAVE SHAMMAH – Ez. 48:35 – “O Senhor que Está Presente”. Pressupões a onipresença de Deus.
  • JAVE RAFÂ – Ex. 15:26 – “O Senhor que te Sara”. Sua soberania e seu poder fazem dele o médico dos médicos, pois, como Criador, conhece a natureza humana totalmente.

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

No Antigo Testamento, o nome de uma pessoa tinha a função de mostrar o caráter ou a índole de um indivíduo.

II – O NOME QUE SE TORNOU INEFÁVEL

  1. A pronúncia do nome divino. O tetragrama é inefável no judaísmo desde o período interbíblico e permanece impronunciável pelos judeus ainda hoje. Isso para evitar a vulgarização do nome e assim não violar o terceiro mandamento. A escrita hebraica é consonantal; as vogais são sinais diacríticos que os judeus criaram somente a partir do ano 500 d.C. Assim, a pronúncia exata das consoantes YHWH se perdeu no tempo. Os judeus religiosos pronunciam por reverência Adonay cada vez que encontram o tetragrama no texto sagrado na leitura da sinagoga.
  2. Jeová ou Javé?Na Idade Média, especificamente no século XIV, foram inseridas no tetragrama as vogais de Adonay (o “y” é semi-consoante no alfabeto hebraico). O resultado é a pronúncia “YeHoWaH”. Isso para lembrar, na leitura, que esse nome é inefável e, dessa forma, pronunciar “Adonai”. Esse enxerto no tetragrama resultou na forma “Jeová”, que não aparece no Antigo Testamento hebraico. Estudos acadêmicos confirmam o que a maioria dos expositores do Antigo Testamento vinham ensinando, que a pronúncia antiga do nome é Yahweh, e na forma aportuguesada é Iavé ou Javé.
  3. O significado.Esse nome vem do verbo hebraico hayah, “ser, estar”. O significado desse verbo em Êxodo 3.14, “EU SOU O QUE SOU”, indica que Deus é imutável e existe por si mesmo; é auto-existente, auto-suficiente e que causa todas as coisas. Deus se revela pelo seu nome. O terceiro mandamento é um resumo e ao mesmo tempo uma recapitulação daquilo que Deus havia dito antes a Moisés (Ex 3.14; 6.3).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A pronúncia do tetragrama, YHWH, o que seria o nome exato de Deus, perdeu-se no tempo.

CONHEÇA MAIS

Sinais Diacríticos

A palavra “diacrítico” vem do grego diakretikos, que significa “distinção ou o que distingue”. Na língua portuguesa, os sinais diacríticos são os acentos gráficos usados para distinguir as pronúncias das vogais: o acento agudo, o circunflexo, o til, a cedilha, etc. Enquanto que na língua portuguesa esses sinais distinguem-se das letras ou das vogais, no hebraico eles são as próprias vogais unidas às consoantes.

III. TOMAR O NOME DE DEUS EM VÃO

  1. O terceiro mandamento (Ex 20.7; Dt 5.11).O termo hebraico lashaw, “em vão, inutilmente, à toa”, indica algo sem valor, irreal no aspecto material e moral. A Septuaginta emprega a expressão grega epimataio, “impensadamente”. O substantivo shaw (pronuncia-se “chav”) significa “vaidade, vacuidade”. Corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, e faltar com a verdade em seu nome, como ao pronunciar um juramento falso (Lv 19.12) ou fazer um voto e não o cumprir (Ec 5.4).
  2. Juramento e perjúrio.O juramento é o ato de fazer uma afirmação ou promessa solene tomando por testemunha algum objeto tido por sagrado; o perjúrio é o falso juramento. As palavras do Senhor Jesus, “ouvistes que foi dito aos antigos” (Mt 5.33), não se referem ao Antigo Testamento, mas aos antigos ensinos dos rabinos, às suas interpretações peculiares das passagens da lei que falam sobre o tema (Ex 20.7; Lv 19.12; Dt 6.13). Isso fica claro, pois as palavras seguintes, “Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor”, não aparecem em nenhum lugar no Antigo Testamento.
  3. Modalidades de juramentos.As autoridades israelitas escalonavam o juramento em diversas modalidades: pelo céu, pela terra, por Jerusalém (Mt 5.34-36), pelo Templo e pelo ouro do Templo; pelo altar e pela oferta que está sobre o altar e assim por diante (Mt 23.16-22). Segundo essa linha de pensamento, os juramentos se classificavam em obrigatórios e não obrigatórios. Jurar pelo Templo não seria válido; mas, se alguém jurasse pelo ouro do Templo, estava obrigado a cumpri-lo. Tais crenças e práticas eram condenadas nas Escrituras Sagradas. Tudo isso era uma forma de ocultar o pecado.

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

O terceiro mandamento corresponde a usar o nome de Deus de forma superficial, em conversas triviais, fúteis e insignificantes.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

   “Ao que tudo indica a proibição aqui não se limita a blasfêmias e vulgaridades no sentido moderno. Ademais, o senso comum de que o mandamento proíbe jurar falsamente em um tribunal é válido, mas não encerra o caso.

   A palavra hebraica para ‘vão’, aqui utilizada, deriva de uma raiz que significa ‘estar vazio’, no sentido de ‘não ter substância, não ter valor’. Qualquer invocação do nome de Deus ou menção de seu nome, que seja simplesmente perfunctória, equivale a tomar o nome de Deus em vão. Em outras palavras, tomar o nome de Deus em vão é usar seu divino nome em relação a coisas desimportantes, fúteis e insignificantes. Por isso, Elton Trueblood afirma: ‘A pior blasfêmia não é o sacrilégio, mas as palavras falsas’ (HAMILTON, Victor. Manual do Pentateuco. RJ: CPAD, 2006, p.221).

IV – O SENHOR JESUS PROIBIU O JURAMENTO?

  1. Objetivo do terceiro mandamento.A finalidade é pôr um freio na mentira, restringir os juramentos e assim evitar a profanação do nome divino (Lv 19.12). O Senhor Jesus nos ensinou na oração do Pai Nosso a santificar o nome divino (Mt 6.9). Ninguém deve usar o nome de Deus nas conversas triviais do dia a dia, pois isso é misturar o sagrado com o comum (Lv 10.10). O Senhor Jesus condenou duramente essas perversões farisaicas, práticas que precisavam ser corrigidas ou mesmo substituídas. Este mandamento foi restaurado sob a graça e adaptado a ela na nova dispensação, manifesto na linguagem do cristão: “sim, sim; não, não” (Mt 5.37).
  2. A proibição absoluta.Há os que entendem que a expressão “de maneira nenhuma” (Mt 5.34) é uma proibição de toda e qualquer forma de juramento. Entre os que defendem essa interpretação estão os amish e os quakers, que nos Estados Unidos se recusam a jurar nos tribunais de justiça. Eles acreditam que o Senhor Jesus não fez declaração sob juramento diante do Sinédrio (Mt 26.63,64). De igual modo, o apóstolo Paulo evitava fazer juramentos em afirmações solenes (Rm 9.1; 1Co 1.23).
  3. A proibição relativa.Outros afirmam que a proibição de Jesus se restringe aos juramentos triviais, e por essa razão o Senhor Jesus foi específico: “de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, […] nem pela terra, […] nem por Jerusalém, […] nem jurarás pela tua cabeça” (Mt 5.34-36). Outro argumento é que homens de Deus no Antigo Testamento faziam juramentos em situação solene e o próprio Deus jurou por si mesmo (Gn 24.3; 50.6,25; Hb 6.13,16). Consideram, ainda, como juramento a resposta de Jesus e as declarações solenes de Paulo (Mt 26.63,64; Rm 9.1; 1 Co 1.23). Essas últimas passagens bíblicas não parecem conclusivas em si mesmas; entretanto, a proibição relativa nos parece mais coerente. Mesmo assim, devemos evitar o juramento e substituir o termo por voto solene em cerimônias de casamento.

SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

A linguagem do cristão deve ser usada na perspectiva de Jesus: sim, sim ou não, não.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

   “Os Juramentos (5.33-37). Mateus apresenta pela quarta vez a fórmula ‘Foi dito… Eu, porém, vos digo’. No comentário sobre a antiga lei, Jesus faz um ajuste importante. Os juramentos eram permitidos e, em alguns casos, exigidos (e.g., Nm 5.19), mas Jesus proibiu o uso de juramentos. O emprego do advérbio holos (‘de maneira nenhuma’, Mt 5.34) indica que Jesus esperava que esta atividade cessasse completamente. Os juramentos que aludem indiretamente a Deus, pela referência a céu, terra e até a própria pessoa, eram proibidos, postura que respeita a transcendência e imanência de Deus ainda mais. A moratória de Jesus sobre juramentos e votos também elimina o cumprimento de votos tolos feitos imprudentemente. Ele atinge o cerne da questão: A pessoa honesta não tem necessidade de fazer juramento; um simples sim ou não é suficiente (veja também Tg 5.12)” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.47).

CONCLUSÃO

A linguagem do cristão deve ser sim, sim ou não, não. Não há necessidade de jurar, pois o testemunho, como crente em Jesus, fala por si mesmo. Se alguém precisa jurar para que se acredite em suas palavras, tal pessoa precisa fazer uma revisão de sua vida espiritual. Por essa razão, devemos viver o que pregamos e pregar o que vivemos.

Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 2015 – A Lei de Deus — Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança – Não tomarás o Nome do Senhor em vão

Apostila do Pr Edson Tinoco da Costa

Seminário Teológico Betel

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