A imperfeição da igreja é motivo para abandoná-la?

Por Augustus Nicodemus

Cresce o número daqueles que intencionalmente não se ligam a uma igreja ou que deixaram as igrejas que frequentavam. O fenômeno dos “sem-igreja” é um desafio enorme e alcança comunidades cristãs em todo o mundo.
 
Confira a resposta do teólogo e pastor Augustus Nicodemus. 
É possível prescindir da igreja?
Augustus Nicodemus – Eu não tenho ilusões quanto ao estado atual da igreja. Ela é imperfeita e continuará assim enquanto eu for membro dela. A teologia reformada não deixa dúvidas quanto ao estado de imperfeição, corrupção, falibilidade e miséria em que a igreja militante se encontra no presente, enquanto aguarda a vinda do Senhor Jesus, ocasião em que se tornará igreja triunfante. Ao mesmo tempo, ensina que não podemos ser cristãos sem ela. Que apesar de tudo, precisamos uns dos outros, precisamos da pregação da Palavra, da disciplina e dos sacramentos, da comunhão de irmãos e dos cultos regulares.  
Acho que os desigrejados querem mesmo é liberdade para serem cristãos do jeito deles, acreditar no que quiserem e viver do jeito que acham correto, sem ter que prestar contas a ninguém. Pertencer a uma igreja organizada, especialmente àquelas que historicamente são confessionais e que têm autoridades constituídas, conselhos e concílios, significa submeter nossas ideias e nossa maneira de viver ao crivo do evangelho, conforme entendido pelo cristianismo histórico. Para muitos, isto é pedir demais. 
 
Augustus Nicodemus Lopes é pastor auxiliar da Primeira Igreja Presbiteriana de Recife, vice-presidente do Supremo Concílio da IPB e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.
 

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