A segunda vinda de Cristo e o juízo final

       Há passagens nas Escrituras que mostram a repentina vinda de Jesus, rápida e invisível aos olhos humanos; por outro lado, elas também anunciam vinda de Jesus visível a todos os moradores da terra (Ap 1:7 – “…e todo o olho o verá”). Isso mostra com clareza meridiana que se trata de dois acontecimentos distintos.

           A doutrina da Segunda Vinda de Cristo é comumente confundida com o estudo de escatologia, isto é, o estudo da cronologia de eventos dos últimos tempos. A escatologia é de grande interesse de muitos e vem sendo objeto de acirradas controvérsias na igreja há quase 150 anos. A polêmica gira em torno de três pivôs:

1)A questão do Milênio;

2)A Grande tribulação;

3)A identidade de Israel. 

         O Senhor Jesus Cristo virá em duas etapas distintas. Na primeira, levará os santos ao céu, que é o arrebatamento da Igreja (1ª Co 15:51_53; 1ª Ts 4:14_17). Esse acontecimento será em fração de segundos, simultâneo no mundo inteiro e invisível aos olhos dos moradores da terra. Essa é a expectativa e a esperança da Igreja. Jesus prometeu nos buscar (Jo 14:3). Com o arrebatamento da Igreja será estabelecido o império do anticristo, identificado no livro de Apocalipse, capítulo 13, como a besta. ele é chamado também de “o homem do pecado, o filho da perdição…o iníquo” (2ª Ts 2:3, 8). O termo “anticristo” só aparece nas epístolas de João (1ª Jo 2:18,22; 4:3; 2ª Jo 7). Esse personagem fará um concerto com Israel depois que a Igreja for raptada da terra. Os detalhes desse período estão em Apocalipse dos capítulos 6 a 19.

       Esse período se chama a Grande Tribulação. Terá a duração de sete anos, ou uma semana de anos, e na metade da semana os judeus descobrirão que fizeram acordo com o anticristo. O concerto será rompido na metade da semana (Dn 9:27). Só a partir daí começa o período da angústia de Jacó (Jr 30:7). A cidade de Jerusalém será ainda tomada, por pouco tempo, pois, no final da Grande Tribulação  terá a duração de três anos e meio, ou, usando a linguagem bíblica, “um tempo, de tempos e metade de um tempo” (Dn 12:7), que em Apocalipse aparece descrito como “tempos e metade de um tempo” (Ap 12:14) ou ainda “mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12:6) e “quarenta e dois meses” (Ap 13:5).

     O falso profeta é o porta-voz da besta e ambas as personagens serão lançadas no lago de fogo (Ap 19:20). A Grande Tribulação é o período de transição entre a Dispensação da Igreja e o Milênio. É um período de angústias e sofrimentos sem precedentes na história e será universal. Há quatro passagens clássicas sobre a Grande Tribulação nas Escrituras (Jr 30:7; Dn 12:1; Jl 2:2; Mt 24:21) e a passagem paralela em Marcos 13:19. este período  foi determinado por Deus para fazer justiça contra a rebelião dos moradores da terra e para preparar a nação de Israel para o encontro com o seu Messias (Am 4:12). Mas haverá pregação do Evangelho nesse período. Esses pregadores são os 144 mil judeus que se converterão ao Senhor Jesus no período da Grande Tribulação, que não se contaminarão com as falsas doutrinas (Ap 14: 1_5) e que substituirão a igreja na pregação do evangelho: “… primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1:16).

     Enquanto o cálice da ira de Deus está sendo derramado sobre os moradores da terra, a Igreja é recepcionada pelo Senhor Jesus no céu. após o arrebatamento da Igreja, os salvos se apresentarão diante do tribunal de Cristo (2ª Co 5:10). Esse julgamento é para que cada um receba o seu galardão conforme a obra realizada na terra pela causa do evangelho (1ª Co 3:12_15). Haverá outro evento glorioso no céu enquanto a Grande Tribulação acontece na terra: as Bodas do Cordeiro (Ap 19:7). Esta celebração é a festa de recepção da Igreja pelo Senhor Jesus.

       Depois disso, o Senhor Jesus virá em glória com a sua Igreja glorificada, os salvos raptados da terra por ocasião do arrebatamento da Igreja (1ª Ts 3:13; Jd 14), e todo o olho verá  (Mt 24:30; Ap 1:7). Ele voltará da mesma maneira que subiu ao céu na presença dos seus discípulos (At 1:9-11). Essa é a segunda fase da segunda vinda de Cristo para destruir o império do anticristo.

       A batalha do Armagedom (Ap 16:16) é o símbolo de  todas as batalhas nas quais Deus manifesta o seu poder, quando o seu povo, em condições de inferioridade em efetivo e em equipamento bélico, se vê diante de seus inimigos. É a Batalha final, a última batalha da história da humanidade do Senhor Jesus  Cristo contra Satanás e o seu império representado pelo do anticristo (Ap 19:20). Nesse contexto, está a libertação de Israel (Zc 12:10; 14:8,9), o conflito decisivo com a interferência direta do Senhor Jesus em favor de seu povo.

      Nessa ocasião, o Senhor Jesus julgará as nações (Mt 25:31, 32). Não se deve confundir esse julgamento com o do Juízo Final mencionado em Apocalipse. Aqui o juízo é sobre todas as nações (Jl 3:12), e não sobre todas as pessoas. As bem-aventuranças citadas aqui são recompensas pelas boas obras; no entanto, ninguém é salvo pelas obras, mas pela graça mediante a fé (Gl 2:16; Ef 2:8). Os irmãos aqui de Jesus são os judeus e, agora, as nações vão receber a recompensa pelo tratamento dado a eles ao longo da história. O reino preparado desde a fundação do mundo (Mt 25:34) não é o céu, mas o Milênio.

       Nessa vinda de Jesus em glória se cumprirá também a promessa de Deus que o anjo Gabriel anunciou a Maria; “E o senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará para sempre na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1:32, 33). E, assim, será estabelecido o Milênio, com o lançamento no lago de fogo da besta e do falso profeta (Ap 19:20).

A orientação já deve ser óbvia: Cristo reina e na sua volta haverá a consumação dos tempos. Mas é importantíssimo registrar aqui a lamentação deste autor (Seminário Teológico de Base – Igreja Pentecostal de Nova Vida) pelo fato de o assunto ter-se avolumado de tal forma que se tornou um empecilho a comunhão. Há muitas doutrinas, infinitamente mais importantes, que foram deixadas em segundo plano, dado o fascínio que o tema escatologia exerce sobre grande parcela da Igreja.

O que realmente importa é que Jesus voltará. Certamente há muito a dizer sobre sua volta, pois se trata do último estágio da sua glorificação.

1  – O que Jesus disse concernente à sua volta.

       Em primeiro lugar, Jesus deixou claro que voltaria e que sua volta seria repentina e sem aviso (Mt 25:13 e Lc 12:40). Há um contraste marcante com sua primeira vinda, pois enquanto esta foi humilde e singela, a segunda será terrível r manifesta a toda criação (Lc 17:24; Mc 13:26). Ele reunirá os eleitos de toda terra (Mc 13:27) e será visto assentado à destra do Todo Poderoso, vindo nas nuvens (Mc 14:62). Na ocasião da sua Ascensão, anjos apareceram aos discípulos e disseram que da mesma forma que Jesus se foi, ele voltará (At 1:7, 10).

       A sua segunda vinda é a grande expectativa dos filhos de Deus, contudo será um dia terrível para os povos do mundo, pois Cristo voltará para julgar os vivos e os mortos (Mt 24:30, 37_41). A esperança dos eleitos é um aspecto enfatizado pelo apóstolo João (Jo 6:39, 40, 44,54; 14:3, 28; 16:16_18, 22).

   2 – As cartas dos apóstolos também deram ênfase à sua volta.

       Em 1ª e 2ª Tessalonicenses, o Apóstolo Paulo deu várias instruções a respeito da segunda vinda de Jesus. Estas foram as primeiras cartas escritas à Igreja, quando havia uma grande expectativa da volta do Senhor ainda na primeira geração. Com o passar dos anos, o apóstolo fortaleceu seu ensinamento sobre este assunto, porém não com a expectativa de que a segunda vinda ocorresse na sua geração¹. Na sua volta, Jesus destruirá de vez o poder do mal (2ªTs 2:3_12) e estabelecerá “Novos Céus e Nova Terra” (2ªPe 3:13). Após a sua vitória final Cristo, então, devolverá ao Pai tudo o que lhe havia sido sujeitado antes para que Deus seja tudo em todos (1ªCo 15:24_28).

       Devemos esperá-lo com antecipação e esperança e nos mantermos preparadas. A parábola das 10 virgens fala da necessidade de nos guardarmos para Cristo (Mt 25). O Apóstolo Paulo frequentemente se referiu à volta de Jesus como motivo de serviço fiel e vida consagrada (Fp 1:10).                                                                                                                          ¹Em Tito 2:13, o Apóstolo Paulo chama a Segunda Vinda e a gloriosa aparição do Nosso Senhor de “bendita esperança”. 

3-Conclusão

Vimos que Deus escolhe e separa um povo que leva o seu nome e com ele mantém Aliança para sempre. Nós somos o novo Israel de Deus e um dia Cristo voltará para levar o seu povo para o lugar eterno que ele preparou. Nesse dia uns ressuscitarão num corpo incorruptível para a salvação e descanso eternos, outros para a segunda morte e perdição. Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Para muitos será motivo de alegria, para outros de horror pela condenação. Então, Jesus consumará todas as coisas e devolverá tudo ao Pai.

A Razão da Nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos – Revista e Livro de Apoio do 3ºT 2017 Adulto CPAD

Segue, em anexo, mais um resumo do tema que extrai de uma das revistas da:

Igreja Pentecostal de Nova Vida.

Seminário Teológico de Base

Livro 7 – Lição 33 – A  2ª Vinda de Cristo e o Juízo Final

http://wp.me/pViQl-bx

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