Só o Evangelho Muda a Cultura Humana

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TEXTO ÁUREO

1ª Ts 1:9 Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro.

VERDADE PRÁTICA

Em consequência do pecado, não há culturas inocentes nem inofensivas, mas todas elas podem ser transformadas pelo Evangelho de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1ª Ts 1:1-10

1 — Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

2 — Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações,

3 — lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai,

4 — sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus;

5 — porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós.

6 — E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo,

7 — de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia.

8 — Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma;

9 — porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro

10 — e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos a cultura humana através do prisma da Bíblia Sagrada. Nosso intento é mostrar que nenhuma cultura pode ser tida como neutra, ou inofensiva, porque todas elas acham-se contaminadas pelo pecado de Adão. Em seguida, veremos que a cultura humana tornou-se o abrigo natural do homicídio, do sexo depravado, da usura e da rebelião contra Deus. Mas a boa notícia é que o Evangelho de Cristo pode transformar qualquer cultura. Quanto a nós, Igreja de Cristo, não nos conformemos com este mundo que jaz no Maligno, como fez Israel e Judá. Por aceitar todas as impurezas das culturas vizinhas e longínquas, ambos os reinos foram destruídos. Mantenhamos nossas propriedades como povo de Deus. Os irmãos de Tessalônica são um exemplo para todos nós por terem colocado em prática a sua fé no Senhor, testemunhando de Cristo em diversos lugares.

I. O QUE É A CULTURA

Todo ser humano está envolvido num ambiente cultural. Mas toda cultura, por sua vez, carrega os efeitos do pecado após a Queda, de modo que só o Evangelho muda a cultura humana em seus aspectos que desagradam a Deus, e a redime de modo a proclamar a glória do Senhor.

É verdade que muitos cristãos têm dúvida sobre qual deve ser o seu relacionamento com a cultura. Será que o crente deve se isolar culturalmente? Será que ele deve abraçar, sem reservas, a cultura de seu tempo e lugar? Ou será que deve haver uma abordagem equilibrada partindo do princípio de que o Evangelho muda a cultura humana?

Não é uma tarefa fácil apresentar uma definição do que é a cultura. Ao longo dos tempos centenas de definições já foram apresentadas. A dificuldade se dá pelo fato de a palavra cultura ser frequentemente empregada de forma muito ampla e com sentidos diferentes.

Etimologicamente, a palavra cultura vem do latim e traz a ideia de “cultivar a terra” – que em sua raiz deriva de colere, “cuidar de”. O trabalho com o solo esteve entre as primeiras atividades desenvolvidas pela humanidade. Isso quer dizer que a agricultura não apenas serviu para desenvolver o conhecimento do homem no que diz respeito às atividades de cultivo, mas também a inúmeras outras atividades que tiveram lugar na história da raça humana.

Talvez por isso com o tempo a palavra cultura passou a ser empregada pelas pessoas para falar da ideia de “cultivar conhecimento”. Hoje, o conceito de cultura é extremamente complexo, e em seu sentido amplo abarca o resultado do conhecimento humano em todas as suas atividades. Então a cultura muitas vezes designa a soma das obras humanas tanto no que diz respeito à sua realização quanto no que diz respeito à sua apreciação. Isso obviamente inclui usos e costumes que refletem crenças e valores. Michael Horton define cultura como sendo “a atividade humana que intenciona o uso, prazer e enriquecimento da sociedade” (O Cristão e a Cultura).

Num sentido mais estrito, a palavra cultura conserva esse seu conceito mais amplo, mas o aplica de forma mais específica para designar as características – adquiridas, desenvolvidas e transmitidas – que são próprias de um grupo social numa determinada época.

Há ainda uma sub categorização da cultura no o que é chamado de “cultura popular” – esporte, política, educação, gêneros populares de música e arte, diversão, etc. – e o que é chamado de “alta cultura” – ciência, música, literatura e artes clássicas, etc.

Uma visão bíblica da cultura

A decadência cultural é inegável. Contudo, como cristãos devemos nos atentar a alguns princípios bíblicos sobre este assunto. Em primeiro lugar, precisamos saber que o mandato cultural é parte da aliança de Deus com a humanidade. O homem é a coroa da criação, e Deus lhe outorgou autoridade para dominar sobre ela. Isso, claro, implica no fato de que o desenvolvimento do conhecimento do homem, e o resultado dele em obras e realizações, são parte do propósito divino.

Ao criar o homem à Sua imagem e semelhança, Deus comunicou à criatura certas capacidades de cumprir esse propósito. Sendo à imagem de Deus, o homem se parece com o Criador em certo sentido; ou seja, Deus lhe comunicou certas características que refletem algumas qualidades divinas. Portanto, a cultura humana era originalmente boa, visto que o homem foi colocado neste mundo para ser o representante de Deus; o refletor de Sua glória. Além disso, a Bíblia diz claramente que tudo quanto Deus criou era muito bom (Gênesis 1:28).

Em segundo lugar, temos que reconhecer que de fato a cultura humana está sob os efeitos da Queda do Homem. O pecado contaminou o homem em todos os sentidos. Embora tenha sido criado originalmente bom, por causa do pecado agora o homem é inclinado ao mal. Então todas as suas obras, atividades, costumes, crenças e valores carregam as marcas do pecado.

livro de Gênesis mostra isso muito claramente. Tão logo que a humanidade começou a se desenvolver, a cultura humana já era marcada por mentiras, assassinatos, imoralidades e outras coisas muito ruins (cf. Gênesis 4-6).

Em terceiro lugar, também precisamos admitir que nem todo resultado do conhecimento humano é mal. O pecado corrompeu a natureza humana e, consequentemente, sua cultura. Mas a imagem de Deus no homem não foi perdida – embora tenha ficado desfigurada. Por isso há coisas boas na cultura humana; coisas que resultam da graça comum de Deus para Suas criaturas; coisas que revelam a imagem de Deus no homem – ainda que não com nitidez – e que não afrontam o padrão moral de Deus.

De acordo com a Bíblia Sagrada, o ser humano foi criado para fazer e produzir cultura, a partir da criação divina. Neste tópico, veremos, ainda, a cultura dos gentios e a cultura do povo de Deus.

1. Definição de cultura.

No princípio, a cultura tinha a ver apenas com o cultivo da terra, visando a produção de alimentos (Gn 4.2). Depois, passou a ser considerada como a soma de todas as realizações humanas: espirituais, intelectuais, materiais etc. Semelhante tarefa foi considerada enfadonha por Salomão (Ec 1.1-13). A cultura pode ser definida também pela maneira como uma nação encara as demandas e reivindicações divinas (Lv 20.23).

Cultura é um padrão de comportamento, lei e regras que um determinado grupo de pessoas seguem. Uma das definições possíveis para cultura é: Cultura é a forma como uma comunidade vive, se expressa e se organiza.

Dentro de uma cultura existem alguns fatores que são de extrema importância, como:
1 – Economia
2 – Política
3 – Religião
4 – Usos e Costumes do Local
5 – Forma de viver.
Esses pontos são importantes considerar até mesmo para fazer uma interpretação bíblica. Quando mais você souber da cultura da passagem bíblica, melhor será sua interpretação sobre o texto.

2. A cultura dos gentios. Quem são os gentios na bíblia?

A palavra “gentio” na bíblia é גּוֹי (GOY), esta palavra também é usada para ‘nação’, mas na maioria das vezes vai ser usada para descrever NAÇÃO que não SEJA ISRAEL, gentios que é o povo que não é judeu, olha está definição no dicionário.

Já a palavra para descrever o povo de Israel na maioria das vezes é עַם(AM) – 2ªCr 7:2, 14. Através de Jesus fomos aproximados de Deus, deixamos de ser GOY para ser AM (Povo de Deus) – Ef 2:13.

Por haverem perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, que lhes havia transmitido o patriarca Noé, logo após o Dilúvio, os seres humanos passaram a adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25). E, a partir daí, puseram-se a imaginar coisas vãs e soberbas (Gn 11.6; Sl 2.1). Hoje, a antropologia cultural vê, como meros fenômenos sociológicos e culturais, a prostituição, o homicídio, a corrupção e até mesmo o infanticídio (2ªRs 23.7; Lv 20.1-5; Ed 9.11).

3. A cultura do povo de Deus.

A cultura é formada por padrões de comportamentos de uma sociedade (conjunto de pessoas), a cultura do povo de Deus, podemos definir como:

1 – Propagação do Evangelho: Cumprir o Ide do Senhor que foi deixado para todas criaturas – Mc 16:15
2 – Amor ao Próximo: Amar a Deus e ao nosso próximo como a nós mesmo – Mt 22:39
3 – Manifestação da Justiça de Deus: Uma das características mais fortes daqueles que buscam ao Senhor é a justiça (Rm 3:21-26), Jesus adverte que Bem aventurado os que têm sede de Justiça – Mt 5:6.
4 – Buscar a Santidade: A bíblia recomenda que você siga a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor. Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor – Hebreus 12:14 “É sem a santificação”.

A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus (2ªTm 3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta proposição: a Terra é do Senhor (Sl 24.1). Haja vista os filhos de Israel. Eles consagravam ao Senhor até mesmo suas colheitas (Lv 23.10). Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser aferido por este mandamento apostólico: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1ªCo 10.31).

II. UMA CULTURA DOMINADA PELA INIQUIDADE

O homem foi posto no Éden, para lavrar a terra e fazer cultura, a partir da criação divina (Gn 1.26; 2.5). Mas, devido ao pecado, toda a cultura humana pôs-se contra Deus.

1. A cultura original.

Sobre a cultura original, a pergunta que fica é: Adão e Eva falavam com Deus face a Face? Sempre este tema é muito discutido, vamos analisar os versículos:

E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim – Gênesis 3:8, LEIA também o versículo 10. O texto é claro quando diz que eles se esconderam da presença de Deus – não da voz. Esse texto já nos mostra que eles viam a Deus, esta é a natureza original nossa, um dia veremos ao Senhor novamente.

Outra característica da cultura original é: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória” (1ª Coríntios 15:54). Com base neste versículo, 2 pontos: Eles eram imortais e o corpo não era corruptível.

Se a Terra é do Senhor, todos deveriam saber que, neste mundo, não passamos de servos de Deus (Sl 24.1). Logo, tudo quanto produzimos deveria ser um reflexo da glória do Criador. Se não tivéssemos caído em pecado, nossa cultura seria uma extensão da divina. Mas, por causa da Queda, a humanidade passou a trabalhar contra Deus (Ec 7.29).

2. A cultura do homicídio.

 

Adão não se apostatou da fé (Apostasia é abandono da fé, ele simplesmente pecou).

“Não existe cultura do homicídio” – Para ser considerado algo cultural, a maior parte das pessoas devem concordar com a prática. Nos tempos bíblicos (até Gn 12), realmente tinha muitos pecados, porém homicídios foram poucos.

Lista de homicídios até Gênesis 12:
1 – Caim mata Abel – Gn 4:8
2 – Lameque mata 2 homens – Gn 4:23. 

Hoje, vemos aqueles dias replicarem-se em todos os segmentos sociais; a cultura da morte não mudou. O que dizer do aborto, da eutanásia e da cruel indiferença ao próximo? – Isso também pode ser considerado um homicídio, matar um irmão com palavras.

Como resultado da apostasia de Adão, o homicídio é rapidamente incorporado à cultura humana. Haja vista que Lameque, para celebrar a morte de dois homens, escreveu um poema (Gn 4.23). Os heróis daquele tempo eram os vilões que se davam à opressão e à matança (Gn 6.4,11). Hoje, vemos aqueles dias replicarem-se em todos os segmentos sociais; a cultura da morte não mudou. O que dizer do aborto, da eutanásia e da cruel indiferença ao próximo?

3. A cultura do erotismo.

O erotismo também impregnou rapidamente a cultura humana; o casamento foi logo banalizado (Mt 24.37-39). A fraqueza moral, iniciada pelo homicida Lameque, fez-se cultura (Gn 4.23). A promiscuidade precisou apenas de um exemplo, a fim de espalhar-se. Que Deus tenha misericórdia de nossa geração.

4. A cultura do consumo irrefreado.

A cultura do mundo pré-diluviano, quanto ao consumo desenfreado, em nada diferia da nossa. Naquele tempo, as pessoas, já tomadas pela apostasia, não faziam outra coisa senão comer e beber (Mt 24.37,38). Hoje, gasta-se exageradamente naquilo que não satisfaz; é o consumo pelo consumo (Is 55.2). Eis o resultado de toda essa gastança: famílias endividadas e muita gente à beira da miséria. Sejamos próvidos e não pródigos.

III. O EVANGELHO TRANSFORMA A CULTURA

Agora, precisamos responder a esta pergunta: “É possível transformar uma cultura dominada pela iniquidade?”.

1. Jesus nasceu num contexto cultural.

Nenhum homem é capaz de viver à parte de uma cultura; somos seres culturais. Aliás, o próprio Filho de Deus, quando de sua encarnação, foi acolhido numa sociedade dominada por três grandes culturas — a judaica, a grega e a romana (Jo 19.20). Todavia, a sua mensagem transformou milhões de pessoas oriundas de todas as culturas do mundo, conduzindo-as a viver num só corpo (Rm 10.12).

Os judeus eram bastante influenciados pela cultura grega (A vida diária nos tempos de Jesus), a grande mensagem deste tópico para nós (aplicação), é:

1 – Não devemos nos corromper com costumes mundanos (Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele – 1ª João 2:15)

2 – Ser luz do mundo e sal da terra – Luz para os estão em trevas e sal para os que precisam de amor, alegria, felicidade na vida – Mt 5:13-14.

2. O Evangelho transforma a cultura.

Se pararmos para pensar, (IBGE) em 2010 havia cerca de de 42,3 milhões de evangélicos no país, o que representava 22,2% da população brasileira. Enquanto as pessoas não mudarem seu padrão de comportamento, atitudes, e exercer o amor, não adianta pregar o evangelho. Atualmente, muitos pregadores, ‘crentes’, são pessoas devedoras, caluniadoras e por incrível que pareça, alguns até traiçoeiros (que gosta de deixar os outros para trás).

Só o evangelho pode mudar esta nação, realmente – porém precisamos mudar primeiro nossa mentalidade, padrão de comportamento, só assim o evangelho fará efeito nas outras pessoas.

Se os extremos são errados, o cristão deve lidar com a cultura de forma equilibrada, sempre mantendo em mente três verdades importantes: 1) tudo o que há no mundo pertence ao Senhor; 2) o pecado é uma realidade que afeta toda cultura humana; 3) só o Evangelho muda a cultura humana que carrega os efeitos do pecado.

A Bíblia diz que este mundo jaz no maligno (1ª João 5:19). Também diz que Satanás é o deus deste século que segou o entendimento dos incrédulos (2ª Coríntios 4:4). Porém, ele não é o dono do mundo; ele não age de forma autônoma na criação. Deus é o dono de tudo, de modo que nada acontece além da vontade divina.

Satanás não passa de um usurpador que tem atuado temporariamente neste mundo dentro dos limites estabelecidos por Deus. Então em sua rebelião contra Deus, ele tem influenciado a cultura humana desvirtuada pelo pecado.

Mas os verdadeiros cristãos são os agentes transformadores da cultura deste mundo. Eles são chamados para ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13,14). Eles possuem a mente de Cristo e pelo poder do Espírito Santo a imagem de Deus neles passa a ser restaurada (cf. 1ª Coríntios 2:16; Efésios 4:24; Colossenses 3:10).

Por isso ao mesmo tempo em que os crentes devem apreciar as coisas boas da cultura que apontam para a grandeza de Deus na criação do homem ao conceder-lhe conhecimento e dons incríveis, eles também devem rejeitar qualquer aspecto cultural que esteja em oposição à Palavra de Deus.

Então em tudo isso deve haver entendimento. O cristão não deve rejeitar ou receber toda a cultura, mas deve redimi-la, transformá-la, santificá-la pelo Evangelho para a glória de Deus. Ao mesmo tempo em que aprecia aquilo que a cultura realmente tem de bom, o crente deve fazer oposição clara e vigorosa aos traços culturais que expressam a depravação total do homem, sabendo que de fato o Evangelho muda a cultura humana (cf. 1ª Coríntios 6:9-11; Tito 1:5-13).

Conquanto não nos seja possível converter toda uma sociedade, podemos influenciá-la com a mensagem do Evangelho. Haja vista o que aconteceu em Éfeso, durante a terceira viagem missionária de Paulo, quando praticantes de artes mágicas queimaram seus livros em público (At 19.19). Se quisermos, de fato, transformar o nosso país, devemos evangelizá-lo de acordo com o modelo de Atos dos Apóstolos (At 1.8).

3. Os crentes de Corinto, um exemplo da influência do Evangelho.

Corinto era uma das cidades mais promíscuas no período do Novo Testamento. Não obstante, Paulo, ao levar-lhe o Evangelho, resgatou preciosas almas aprisionadas a um contexto moralmente doentio (1ªCo 6.9-11). Apesar de seus graves problemas, a igreja coríntia detinha todos os dons espirituais (1ªCo 1.7). O mais importante, porém, é que os seus membros, dantes escravizados por Satanás, eram agora chamados de santos em Jesus Cristo (1ªCo 1.1,2).

Como o cristão deve lidar com a cultura?

Muitos cristãos ao longo dos tempos se posicionaram de forma totalmente contrária à cultura, criando um tipo de isolacionismo. Nesse grupo houve – e ainda há – a tentativa de estabelecer uma distinção rígida do que é supostamente sagrado e do que é supostamente secular.

Outros, por sua vez, acabaram abraçando totalmente a cultura, aceitando elementos que claramente são contrários à Palavra de Deus sob o pretexto de serem apenas aspectos culturais.

Obviamente ambos os posicionamentos estão errados e são perigosos. O primeiro está errado porque biblicamente não há essa distinção entre “sagrado” e “secular”. A Bíblia diz que “do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Salmo 24:1). O apóstolo Paulo escreve que “tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração” (1ª Timóteo 4:4,5).

Além disso, o mesmo apóstolo escreve que devemos glorificar a Deus em todas as coisas que fazemos em nossas vidas (1ª Coríntios 10:31). Aqueles que tentam separar artificialmente o sagrado do secular acabam criando uma sub cultura cristã que muitas vezes se mostra uma imitação patética do que eles chamam de “cultura secular”. Concordo com Michael Horton que diz que esse tipo de pressão para se criar versões “cristãs” de tudo no mundo, no fim é uma pressuposição de que realmente existe algo essencialmente errado com a Criação. Isso não deixa de ser uma desvalorização da obra de Deus na Criação?

Já o segundo grupo que abraça tudo o que há na cultura também erra porque ignora que, de fato, o pecado atingiu totalmente a raça humana e aquilo que é produzido por ela. Essas pessoas tentam incorporar no Cristianismo todo e qualquer elemento cultural, adotam o relativismo e se tornam coniventes – e até propagandistas – de costumes, ideologias e atividades que transgridem a lei moral do Senhor. Por exemplo: cristãos que defendem o aborto e a legalização das drogas, cristãos que enxergam comportamentos imorais e desonestos como simples traços culturais que devem ser aceitos etc.

CONCLUSÃO

A cultura atual em nada difere da pré-diluviana. No entanto, podemos influenciá-la através da pregação do Evangelho de Cristo. Se levarmos a sério a promessa de Atos 1.8, viremos não apenas a influenciá-la, mas igualmente transformá-la. Afinal, somos o sal da terra e a luz do mundo. Somente a Igreja de Cristo reúne essas propriedades tão raras para abalar as estruturas deste mundo que jaz no Maligno. Sejamos santos. Evangelizemos e façamos missões! É a ordem de Cristo. Nós podemos transformar a cultura da sociedade atual, como fez o apóstolo Paulo em Tessalônica.

https://escoladominical.assembleia.org.br/licao-10-so-o-evangelho-muda-a-cultura-humana/

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