Hinduísmo – Breves definições

O que é Hinduísmo?

O Hinduísmo é a religião oficial da Índia e uma das mais antigas tradições religiosas que se encontra registro histórico. É a terceira maior religião do mundo, perdendo em número de seguidores apenas para o cristianismo e o islamismo. ​

Uma das principais características do hinduísmo se dá na divisão da sociedade indiana por castas. São grupos sociais hindus, compostos separadamente por brâmanes (sacerdotes), xátrias (guerreiros), vaicias (comerciantes), sudras (operários) e fora da estrutura social ainda existem os párias, também chamados de intocáveis.

Num sentido mais abrangente, o hinduísmo engloba o bramanismo, isto é, a crença na “Alma Universal”, Brâman; num sentido mais específico, o termo se refere ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós-budista. De acordo com o livro História das Grandes Religiões, “o hinduísmo é um estado de espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente dividido, teologicamente sem crença, desprovido de veneração em conjunto e de formalidades eclesiásticas ou de congregação: e ainda substitui o nacionalismo”. Entre as suas raízes está a religião védica da Idade do Ferro na Índia e, como tal, o hinduísmo é citado frequentemente como a “religião mais antiga”, a “mais antiga tradição viva” ou a “mais antiga das principais tradições existentes”.

É formado por diferentes tradições e composto por diversos tipos, e não possui um fundador. Estes tipos de sub-tradições e denominações, quando somadas, fazem do hinduísmo a terceira maior religião, depois do cristianismo e do islamismo, com aproximadamente um bilhão de fiéis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal. Outros países com populações significativas de hinduístas são BangladeshSri LankaPaquistãoMalásiaSingapurailhas MaurícioFijiSurinameGuianaTrindade e TobagoReino UnidoCanadá e Estados Unidos.

O vasto corpo de escrituras do hinduísmo se divide em shruti (“revelado”) e smriti (“lembrado”). Estas escrituras discutem a teologiafilosofia e a mitologia hinduísta, e fornecem informações sobre a prática do darma (vida religiosa). Entre estes textos os Vedas e os Upanixades possuem a primazia na autoridade, importância e antiguidade. Outras escrituras importantes são os Tantras, os Ágamas, sectários, e os Puranas (IPA[Purāṇas]), além dos épicos Maabárata (IPA[Mahābhārata]) e Ramáiana (IPA[Rāmāyaṇa]). O Bagavadguitá(IPA[Bhagavad Gītā]), um tratado do Maabárata, narrado pelo deus Críxena (Krishna), costuma ser definido como um sumário dos ensinamentos espirituais dos Vedas.

O hinduísmo é mais do que uma religião, configura todo um universo cultural indiano, com reflexo direto na sociedade e políticas locais. 

Também chamada de Sanatana Dharma, expressão em sânscrito que significa “lei perpétua”.

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O principal símbolo visual do hinduísmo é o Om ou Aum, o som primordial. Utilizado nas vocalizações, meditações e mantras, é formado por três letras em sânscrito e combinadas fazem o som de om ou aum. O Om representa a divindade da criação, Brahma.

O hinduísmo não tem um sistema de crenças integrado e nem um único livro sagrado, embora use como referência os vedas, os textos sagrados da tradição védica. A cultura hindu incorpora uma série de costumes e tradições védicas e posteriormente até cristãs, islâmicas, e de outras filosofias orientais, como o budismo.

As práticas e rituais hindus variam de região, mas a maior parte dos seguidores realiza ao menos um ritual diariamente, como o puja, que é a oferenda aos deuses. Entre as práticas hindus está incluído o Yoga, o tantra e a meditação, como formas de harmonizar a energia entre o corpo e a mente. A entonação de mantras faz parte dos rituais, assim como é rotineiro que os hindus façam a veneração na alvorada, os rituais de purificação e as peregrinações a locais sagrados, como o Rio Ganges, na Índia.

Deuses do Hinduísmo

Os hindus acreditam num espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser. A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos avatares (manifestações corporais) da divindade suprema, Brâman. Particular destaque é dado à Trimúrti – uma trindade constituída por Brama (Brahma), Shiva e Vixnu (Vishnu). Tradicionalmente, o culto direto aos membros da Trimúrti é relativamente raro – em vez disso, costumam-se cultuar avatares mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Críxena (Krishna), avatar de Vixnu e personagem central do Bagavadguitá. Os hindus cultuam cerca de 330 mil divindades diferentes.

Os deuses do hinduísmo são na verdade representações corporais, os avatares, da divindade suprema Brâman. São centenas de milhares de avatares cultuados pelos hindus, entre os mais conhecidos os seguintes:

Krishna – Uma das principais divindades do hinduísmo é Krishna, a representante das manifestações do Deus Supremo.

Shiva – um dos deuses supremos do hinduísmo e considerado o criador do Yoga, é o deus da destruição e regeneração. Faz parte da Trimúrti, uma correlação hindu com a santíssima trindade.

Brahma – o deus da criação do universo na crença hindu. Também faz parte da Trimúrti.

Vishnu – o deus da preservação, um dos três elementos da trindade da Trimúrti.

Ganesha – deus da fortuna e das riquezas, é filho de Shiva com a esposa Parvati.

Origem do Hinduísmo

A origem do hinduísmo não é exata, mas sabe-se que começou a se formar a partir das tradições védicas milênios antes do Cristianismo.

Os Vedas são textos sagrados escritos pelo povo ariano, que habitou a região onde hoje é o Irã em 1500 antes de Cristo. É a partir destes costumes védicos que surge o hinduísmo.

As invasões muçulmanas à região, no século XI, fizeram com que o Islã influenciasse a doutrina hindu.

Até que a dominação inglesa na Índia no século XIX também mudou a cultura hindu, fazendo com que houvesse um rompimento entre os costumes mais tradicionais para um novo hinduísmo, mais moderno. Surgem novas escolas, linhas e seitas hindus.

Divisões

O hinduísmo pode ser subdividido em diversas correntes principais. Dos seis darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a vedanta e a raja ioga, sobrevivem. As principais divisões do hinduísmo hoje em dia são o vixnuísmo, o xivaísmo, o smartismo e shaktismo. A imensa maioria dos hindus atuais podem ser categorizados sob um destes quatro grupos, embora ainda existam outros, cujas denominações e filiações variam imensamente.

Alguns estudiosos dividem as correntes do hinduísmo moderno em seus “tipos”:

Definições

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Templo hinduísta em Mysore, Índia

O hinduísmo não tem um “sistema unificado de crenças, codificado numa declaração de fé ou um credo“, mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nas tradições vêdicas.

Hindu é originalmente um termo persa, em uso desde os tempos do Sultanato Délhi, e que se referia a qualquer tradição nativa da Índia, em contraste com o islãHindu é usado no inglês no sentido de “pagão indiano” desde o século XVII, porém a noção do hinduísmo como uma tradição religiosa identificável, qualificando uma das religiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX.

A característica da tolerância compreensiva às diferenças de credo e a abertura dogmática do hinduísmo o torna difícil de ser definido como uma religião de acordo com o conceito ocidental tradicional. Embora o hinduísmo seja um conceito prático claro para a maior parte de seus seguidores, muitos manifestam algum tipo de problema ao tentar chegar a uma definição do termo, principalmente devido à ampla gama de tradições e ideias incorporadas ou cobertas por ele. Embora seja descrito como uma religião, o hinduísmo costuma ser definido com mais frequência como uma ‘tradição religiosa’. É descrito como a mais antiga das religiões mundiais, e mais diversa em tradições religiosas.

A maior parte das tradições hindus reverenciam um corpo de literatura sagrada ou religiosa, os Vedas, embora existem exceções; algumas tradições religiosas acreditam que certos rituais específicos sejam essenciais para a salvação, mas diversos pontos de vista sobre o assunto podem coexistir. Algumas filosofias hindus postulam uma ontologiateística da criação, sustento e destruição do universo, enquanto outros hindus são ateus. O hinduísmo por vezes é caracterizado pela crença na reencarnação (samsara), determinada pela lei do karma (karma), e que a salvação é a liberdade deste ciclo de sucessivos nascimentos e mortes; outras religiões da região, no entanto, como o budismo e o jainismo, também acreditam nisto, mesmo estando fora do escopo do hinduísmo. O hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as religiões históricas vivas do mundo, porém a despeito desta complexidade é não apenas numericamente a maior delas, como também a mais antiga tradição em existência na Terra, com raízes que se estendem até a pré-história.

Uma definição do hinduísmo dada pelo primeiro vice-presidente da Índia, o reputado teólogo Sarvepalli Radhakrishnan, diz que ele não é “apenas uma fé”, mas que, por estar ele próprio relacionado à união da razão e intuição, não pode ser definido, apenas experimentado. De maneira similar, alguns acadêmicos sugerem que o hinduísmo pode ser visto como uma categoria com seus limites pouco definidos, e não uma entidade rígida e bem-definida. Algumas formas de expressão religiosa são centrais ao hinduísmo, enquanto outras não são tão centrais, porém ainda enquadram-se dentro da categoria; com base nisto desenvolveram-se algumas teorias acerca da definição do hinduísmo, como a ‘teoria dos protótipos’.

Os problemas com uma única definição do que realmente se quer dizer pelo termo ‘hinduísmo’ frequentemente são atribuídas ao fato de que o hinduísmo não tem um fundador histórico único ou comum. O hinduísmo ou, como alguns dizem, ‘hinduísmos’, não tem um sistema único de salvação, e apresenta diferentes metas de acordo com a seita ou denominação. As formas da religião vêdica são vistos não como uma alternativa ao hinduísmo, mas como a sua forma mais antiga, e praticamente não há justificativa para as divisões estabelecidas pela maior parte dos acadêmicos ocidentais entre o vedismo, o bramanismo e o próprio hinduísmo.

Uma possível definição de hinduísmo é ainda mais complicada pelo uso frequente do termo “” como sinônimo para “religião“. Alguns acadêmicos e diversos praticantes se referem ao hinduísmo com uma definição nativa, como ‘Sanātana Dharma’, uma frase em sânscrito que significa “a eterna lei” ou “eterno caminho”.

Crenças

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Escultura no templo de Hoysaleswara representando a Trimúrti: Brama, Shiva e Vixn

O hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu organicamente através de um grande território marcado por uma diversidade étnica e cultural significativa. Esta corrente evoluiu tanto através da inovação interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco sofisticados aos principais movimentos da religião, que contam com milhões de aderentes espalhados por todo o subcontinente indiano e outras regiões do mundo. A identificação do hinduísmo como uma religião independente, separada do budismo e do jainismo, depende muitas vezes da afirmação dos próprios fiéis de que ela o é.

Temas proeminentes nas (porém não restritos às) crenças hinduístas incluem o darma (dharmaética hindu), samsara (samsāra, o contínuo ciclo do nascimento, morte e renascimento), carma (karma, ação e consequente reação), mocsa (moksha, libertação do samsara), e as diversas iogas (caminhos ou práticas).

Conceito de Deus

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Brama, uma das principais divindades do hinduísmo.

O hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento, com crenças que abrangem o monoteísmopoliteísmopanenteísmopanteísmomonismo e ateísmo, e o seu conceito de Deus é complexo, e está vinculado a cada uma das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma religião henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a existência de outros), porém o termo é visto, da mesma maneira que os outros, como uma generalização excessiva.

A maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma – o “eu” verdadeiro de cada pessoa, chamado de ātman — é eterno. De acordo com as teologias monistas/panteístas do hinduísmo (tais como a escola Advaita Vedânta), este Atman não pode ser distinguido, em última instância, do Brâman, o espírito supremo; estas escolas são, portanto, chamadas de não-dualistas. A meta da vida, de acordo com a escola Advaita, é chegar à conclusão que o seu ātman é idêntico ao Brâman, a alma suprema. Os Upanixades afirmam que quem que tome consciência do ātman como o âmago de si próprio estabelece uma identidade com Brâman, atingindo assim o moksha (“liberação” ou “liberdade”).

Escolas dualísticas (Ver Dvaita e Bhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui personalidade, e o/a veneram como VishnuBrahmaShiva ou Shákti, dependendo da seita. O ātman é dependente de Deus, enquanto o moksha depende do amor a Deus e da graça de Deus. Quando Deus é visto como um ser supremo pessoal (em lugar do princípio infinito), Deus é chamado de Ishvara (“O Senhor”), Bhagavan (“O Auspicioso”) ou Parameshwara (“O Senhor Supremo”). As interpretações de Ishvara variam, no entanto, da não-crença no Ishvara dos seguidores do Mimamsakas, até a sua identificação com Brâman, pelo Advaita. Na maior parte das tradições do vishnuísmo Deus é Vishnu, e o texto das escrituras desta denominação identifica este Ser como Krishna, por vezes chamado de svayam bhagavan. Também existem escolas, como o Sânquia, que têm tendências ateias.

Hinduísmo no Brasil

A comunidade hindu é pequena no Brasil, menor do que os budistas. A principal expressividade do hinduísmo no Brasil é pelo movimento Hare Krishna.

Hinduísmo e Budismo

O Budismo teve maior expressividade, a princípio, na China, e o hinduísmo é uma tradição indiana. Enquanto o hinduísmo tem base nos vedas, os textos sagrados védicos, a crença budista vem dos ensinamentos elaborados por Buda durante o seu caminho para a iluminação.

As duas tradições compartilham dos conceitos de karma e dharma, mas com diferentes objetivos. Os budistas buscam o nirvana simbolizado pelo estado permanente de paz e trabalham na busca pela felicidade eterna. E os hindus alcançam moksha, um conceito semelhante ao do nirvana, apenas pelo conhecimento da doutrina religiosa, guiado pelos deuses.

Ambas as culturas hindu e budista acreditam existir encarnações anteriores, então que é preciso estar atento ao comportamento em vida para não voltar sob uma forma inferior na próxima. As duas também acreditam na prática do Yoga como forma de alcançar a evolução espiritual.

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