O lugar da psicologia na Igreja

Assim como devemos ter conhecimento teológico para lidarmos com questões espirituais, precisamos também ter conhecimento sobre o comportamento e a personalidade humana para lidarmos com questões emocionais.

       Não precisamos cristianizar a Psicologia, nem tão pouco demonizá-la, mas, sim, compreendermos o seu papel como ciência. Ela jamais substituirá os preceitos bíblicos, que são absolutos e eternos, mas ela tem o seu valor quando nos fornece ferramentas que nos ajudam na compreensão do ser humano.

       Por meio da Psicologia, podemos compreender a nós mesmos e as pessoas com quem nos relacionamos, pois Ela faz com que enxerguemos nosso interior, fazendo-nos compreender por que reagimos a uma determinada situação.

       A Psicologia mostra-nos como lidarmos com nossas resistências a frustrações, no combate aos medos, aos estresses e à depressão. Ela também ajuda nos relacionamentos interpessoais, na harmonização dos relacionamentos familiares, com amigos, colegas, superiores e subordinados hierárquicos e, também, para melhorarmos o nível de convivência com vizinhos, comportamento no transito, na melhoria da qualidade de vida e assim sucessivamente.

       Não podemos, em nome do cristianismo, negar a existência dos problemas de ordem emocional. Há uma infinidade de doenças psíquicas que afligem muitas pessoas, tais como: fobias, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), depressão, neuroses, psicoses, esquizofrenia, etc.

       Estudos científicos comprovam a existência das doenças psíquicas. Há uma interligação entre mente e corpo. Muitas doenças físicas têm sua origem em fatores emocionais. Negar isso é generalizar os problemas humanos e colocá-los todos na esfera espiritual.

       Cremos que o poder do Senhor Jesus é capaz de curar as enfermidades físicas, assim como também acreditamos na cura ou libertação de problemas emocionais à partir de uma oração; no entanto, recorrer à medicina, à psiquiatria ou à Psicologia não significa negar a fé ou a sua confiança em Deus.

       O pastor precisa entender que as pessoas são diferentes umas das outras nas personalidades, no comportamento e na maneira de agir na sociedade. E, como as pessoas têm personalidades diferenciadas, não podem, porém, ser tratadas como iguais nos relacionamentos que construímos e nos métodos que empregamos.

Consideremos, por exemplo, como Jesus se relacionava com as pessoas. Não tinha o mesmo tipo de relacionamento com todas elas. Com Nicodemos foi intelectual, aos fariseus, confrontou-os, com Maria e Marta foi mais informal, e com as crianças era caloroso e amoroso. Jesus reconhecia diferenças individuais de personalidades, de necessidades e de nível de entendimento, e tratava as pessoas de acordo com isto.

       Cabe a nós, líderes, termos sabedoria de Deus e discernimento para distinguirmos os problemas emocionais dos problemas espirituais e termos também a sensatez de encaminhar  um profissional um membro da igreja que precisa de um atendimento psiquiátrico ou psicológico.

Psicologia Pastoral – A Ciência do Conhecimento Humano como Aliada Ministerial

Jamiel de Oliveira Lopes – CPAD

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