A Psicologia na Igreja

       Tratar de Psicologia na igreja ainda é um grande tabu. Assim como temos defensores entusiastas, temos, também, críticos severos. Quem nunca ouviu expressões como: “Nosso psicólogo é Jesus!”, “Já tenho Jesus, não preciso ir ao psicólogo!”, “Crente não entra em depressão”, “depressão é falta de fé, pecados na vida, ou opressão maligna”, “Terapia com psicólogos e psiquiatras é para quem é louco”. “Converso com Deus, e tudo fica resolvido”, “O que meus irmãos vão pensar se eu disser que vou ao psicólogo e ao psiquiatra?”?

       Qual deve ser a posição da igreja em relação à Psicologia e ás práticas psicoterápicas?

       Infelizmente existe um extremismo perigoso quando se trata do lugar da Psicologia na igreja. Ao mesmo tempo em que há uma demonização da Psicologia por alguns crentes e pastores, há também, um enaltecimento exacerbado das práticas terapêuticas em muitas igrejas. 

       Há grupos organizados como o PsychoHeresy (http://www.psychoheresy-aware.org) que combatem a Psicologia, destacando nas suas publicações as idéias e conceitos de aconselhamento psicológicos seculares, negando a validade dessa ciência e defendendo como válido apenas o conhecimento bíblico.

       Por outro lado, há quem defenda as práticas psicoterápicas nas igrejas, criando núcleos de atendimentos e mantendo psicólogos licenciados em seu quadro de funcionários. Há, inclusive, agências missionárias que exigem de seus candidatos a missionários a avaliação e aprovação por psicólogos profissionais licenciados antes mesmos de serem admitidos ao serviço.

       Existem benefícios ou prejuízos a essas práticas? É difícil entender a Psicologia sem conhecermos o universo na qual ela está inserida e sem desmistificá-la das práticas místicas infiltradas em suas diversas correntes teóricas.

      A Psicologia é formada de diversas correntes, cada uma delas com sus peculiaridades. Uma abordagem teórica concentra-se no estudo do comportamento, outra no estudo da mente, outra no estudo do inconsciente, e assim sucessivamente. Há teorias específicas como a Psicanálise, a Psicologia da Gestalt, o Behaviorismo, a Psicologia social, entre outras que estudam a personalidade, o funcionamento do aparelho psíquico, o comportamento, o processo da aprendizagem e muitas outras questões.

       Embora o objeto de estudo da Psicologia – o comportamento humano – seja algo que não pode ser apalpado, pode, no entanto, ser manipulado em laboratório. Isso fez com que, no final do século XIX, a Psicologia galgasse o status de ciência. Enquanto ciência, ela embasa seus postulados em pesquisas que buscam testar hipóteses acerca do funcionamento de diversos fenômenos humanos.

       A Psicologia não se fundamenta em princípios religiosos, nem cristãos, nem espíritas. Precisamos separar as teorias psicológicas de práticas exotéricas e adivinhatórias. No âmbito de práticas terapêuticas, existem correntes místicas infiltradas que põem em xeque a fé cristã. Por isso, torna-se perigoso e desaconselhável um crente procurar um psicólogo que não seja cristão.

       É comum encontrarmos alguns consultórios cheios de apetrechos místicos como cristais, pirâmides, incensos, etc. Há profissionais, inclusive que inserem nas suas sessões psicoterápicas artes adivinhatórias como leituras de cartas de tarô, mapa astral, etc. Essas práticas, porém não são tratadas nem recomendadas nas teorias psicológicas. O código de Ética do psicólogo proíbe tais práticas.

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:[…]

b) induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais;

Cabe a nós fazermos uma leitura das teorias psicológicas, comparando-as aos ensinos bíblicos. A Bíblia está acima de qualquer abordagem secular. Nada é capaz de sobrepor os seus ensinamentos. Ela é, irrevogavelmente, a Palavra de Deus.

Psicologia Pastoral – A Ciência do Conhecimento Humano como Aliada Ministerial

Jamiel de Oliveira Lopes – CPAD

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