A psicologização do cristianismo

       Outro extremo perigoso é tentar psicologizar o cristianismo. A Psicologia como ciência tem o seu devido valor. Tratá-la como “o evangelho do aceite-se a si mesmo” que se contrapõe ao evangelho de Cristo, é tentar espiritualizar conceitos fundamentados em comprovações cientificamente aceitáveis que explicam o comportamento humano.

       O jornalista e radialista Sandro Moraes, no seu blog, faz o seguinte comentário:

O falso evangelho do “aceite-se a si mesmo”, antagônico ao verdadeiro evangelho do “negue-se a si mesmo” nada mais é do que a cruz psicologizada, externada num “Cristo” trivializado. Não raro pregadores até bem intencionados elaboram seus sermões em torno de teorias psicológicas. Dos púlpitos, reverberam expressões como autoestima elevada, autoamor ou amor próprio, autoimagem positiva, autogratificação, autorrealização, etc., como necessidades que precisam ser desenvolvidas no homem interior. Já vi isso muitas vezes. São termos da psicologia humanista introjetadas no evangelho como se este não fosse suficiente para resolver os problemas humanos, precisando receber o reforço poderoso de teorias formuladas por humanistas hostis à palavra de Deus. Durante praticamente 20 séculos, a igreja não precisou dos empréstimos da psicologia para salgar e iluminar o mundo, mas agora é indispensável. O problema é que, em muitos aspectos, a psicologia humanista apresenta-se como religião rival ao cristianismo. E você sabe onde se originaram os tantos “autos” supramencionados? Originaram-se no coração do narcisista incorrigível Lúcifer.

        Não precisamos substituir o evangelho pelas teorias psicológicas. A Bíblia por si só é autossuficiente; porém, demonizar a Psicologia, como faz o autor da citação, é negar o valor da ciência.

       Embora a Bíblia não seja um livro científico, ela é exata quando fala de assuntos da ciência. O que ela condena é a falsa ciência. O apóstolo Paulo faz o seguinte alerta a Timóteo. “O Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência” (1ªTm 6:20).

       A ciência é baseada em fatos. Uma teoria geralmente começa a partir da observação de um determinado fenômeno. Hipóteses são levantadas e testadas em laboratórios ou na natureza.

       A Psicologia como ciência é fatual, baseando-se em estudos e fatos comprovados. Devemos, todavia, ter cuidado, pois nem tudo que se diz ser Psicologia é realmente científico. Por isso, temos que constantemente confrontar as teorias psicológicas com a Palavra de Deus, combatendo  conceitos e princípios antibíblicos.

Psicologia Pastoral – A Ciência do Conhecimento Humano como Aliada Ministerial

Jamiel de Oliveira Lopes – CPAD

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