O Ministério de Apóstolo

Texto Áureo 

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef. 4.11l).

Verdade Prática

O dom do apostolado foi concedido por Deus à igreja com o propósito de expandir o Evangelho de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Efésios 4.7-16 

7 – “Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 – Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
9 – Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 – Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 – E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

12 – querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 – até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14 – para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

15 – Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
16 – do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”

OBJETIVO GERAL

Mostrar a importância do ministério apostólico no Novo Testamento. 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. 

I – Investigar biblicamente o colégio apostólico;
II – Retratar o ministério apostólico de Paulo;
III – Avaliar a apostolicidade atual.

INTERAGINDO

Estes dons se encontram relacionados em Efésios 4.11. Estas dádivas divinas são igualmente importantes e necessárias para que a igreja cumpra a sua missão neste mundo e os crentes cresçam “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2ª Pe 3.18).

Sabemos que o ministério apostólico, segundo os moldes do colégio dos doze, não existe mais, todavia o dom ministerial descrito em Efésios 4.11 continua em plena vigência. Por isso, precisamos orar para que Deus levante apóstolos a fim de que o Evangelho seja pregado a todas as nações.

PONTO CENTRAL: 

O dom ministerial de apóstolo continua em plena vigência.

INTRODUÇÃO 

A partir da lição desta semana estudaremos os Dons Ministeriais distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13). De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1ª Co 12.27-29).

Os dons ministeriais são indispensáveis ao “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12). Neste estudo, o texto básico para referência é o capítulo 4, da epístola de Paulo aos Efésios. Os dons espirituais são voltados para a igreja em seu ambiente interno, congregacional, com manifestações sobrenaturais, no falar línguas estranhas, profecia, interpretação, dons de curar e outros carismas, os dons ministeriais ampliam a ação do Espírito Santo, com sua ação poderosa e sobrenatural, tanto no âmbito interno como externo, da missão da igreja, na Terra.

Os dons ministeriais confundem-se com aqueles a quem Deus lhes concede. Se alguém é chamado para ser evangelista, ele mesmo é um “dom”, assim como sua função de evangelizar. É Deus quem concede os que podem ser chamados de “homens-dons” à igreja. Por isso, o apóstolo Paulo diz “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4:11). A expressão “Ele mesmo deu” indica que o dom precede o ofício. Diz Donald Gee: “Se ‘Ele concedeu’, está fora de dúvida não poder haver ministério divinamente ordenado sem o Seu dom”.

O primeiro dom ministerial que estudaremos é o apóstolo. Há uma controvérsia que atravessa séculos acerca da atualidade do ministério de apóstolo. Há uma corrente de estudiosos da Bíblia, que podemos chamar de “cessacionista”, a exemplo do que ocorre na atualidade dos dons espirituais, que também entende que o ministério apostólico “cessou” com os primeiros discípulos de Cristo. Outros entendem que ainda existem apóstolos, hoje, ainda que numa conotação um tanto diferente dos primeiros doze apóstolos de Cristo. A Igreja Católica tem como patrimônio de fé a chamada “sucessão apostólica”, concedendo aos papas o título de “sucessores de Pedro”, considerado o primeiro papa.

Além dos 12 apóstolos de Cristo, que integraram o chamado “Colégio Apostólico”, vemos, no Novo Testamento, que outros apóstolos foram levantados por Deus, sem que nenhum se considerasse sucessor de outro. Paulo e Barnabé não pertenciam ao “grupo dos 12”; mas eram apóstolos, credenciados por Deus para realizar a missão que lhes foi confiada (1ª Co 1:1; Gl 1:1; At 13:46); Tiago, “irmão do Senhor”, também recebia a qualificação de apóstolo (Gl 1:19).

Um apóstolo de Cristo, como Pedro, Tiago ou João, reunia em si diversas funções ministeriais, além da missão de evangelizar, ou de proclamar as Boas-Novas de salvação. Ele tinha que ser, além de evangelista, profeta e mestre. Podemos dizer que um apóstolo, nos primórdios da igreja, era um homem polivalente. Nos dias atuais, após a expansão da Igreja, percebemos que o Espírito Santo quis distribuir, não só os “dons espirituais”, “repartindo particularmente a cada um como quer” (1ªCo 12:11), mas, também concedendo diversas operações e ministérios à igreja, através de homens , chamados por Deus com variadas missões concedidas a cada um.

Um dos maiores equívocos, cometidos por muitos líderes de igrejas, nos dias presentes, é o de entender que o título de “Apóstolo” lhes confere posição hierárquica superior ao de pastor, evangelista, bispo ou presbítero. Já são conhecidos exemplos diversos de obreiros, q eram detentores do título de “pastor”, devidamente ordenados por seus ministérios ou convenções, os quais arrogaram para si o título de “apóstolo”, com o objetivo de se colocarem em posição ministerial “superior”. Procedimento totalmente fora de propósito ou de fundamento escriturístico. |Esquecem-se tais “apóstolos”, que a maior função, no ministério de Cristo, é o de “servo fiel” (Nm 12:7; Hb 3:5; Mt 25: 21_23).

Veremos o quanto esses ministérios são necessários a vida da igreja local para cumprira missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2ª Pe 3.18). Mostrando a sequência de Efésios 4.11, iniciaremos o estudo pelo dom ministerial de apóstolo. 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 

Professor, para introduzir a lição de forma dinâmica, faça a seguinte indagação: “Quais são os dons ministeriais?” Ouça os alunos com atenção e em seguida leia a relação descrita em Efésios 4.11. Depois, utilizando o quadro da página seguinte, explique a respeito do termo apóstolo e faça um pequeno resumo a respeito deste dom. Enfatize que Deus continua levantando apóstolos em nosso tempo. Conclua orando para que o Senhor distribua este dom entre os seus alunos. 

I – O COLÉGIO APOSTÓLICO 

1. O termo “apóstolo”. 

Dicionário Bíblico Wycliffe informa que o termo grego apóstolos origina-se do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”. A palavra apóstolo, portanto, significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”.

Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai com a missão de salvar o pecador com autoridade, poder, graça e amor. O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1). 

2. O colégio apostólico.

Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno. 0 Salvador os separou e nomeou. Os primeiros escolhidos não eram homens perfeitos, mas foram vocacionados a levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).

De acordo com Stanley Horton, eles foram habilitados a exercer o ministério quando do estabelecimento da Igreja (At 1.20,25,26)”. Em outras palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo. Mas antes, como nos mostra a Palavra de Deus, receberam o batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46).

CARACTERÍSTICA DOS APÓSTOLOS DE CRISTO 

A característica fundamental do apóstolo é ser alguém que tem uma missão a cumprir, enviado por quem tem autoridade espiritual para fazê-lo. Em seu discipulado, os doze apóstolos foram preparados para o cumprimento da missão mais importante que um mortal poderia receber. Serem embaixadores do Reino de Deus. Não poderiam ser pessoas desprovidas de qualificações especiais. Eram homens comuns, humanamente detentores de virtudes e defeitos, mas tiveram um treinamento aos pés do Mestre dos mestres. E demonstraram possuir algumas qualidades especiais.

3. A singularidade dos doze.

Aqui é importante ressaltar que o apostolado dos doze tem uma conotação bem singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas.

a) Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor. Multidões seguiam Jesus por onde Ele passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre. Mas para iniciar o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por Ele (Mt 10.1; Lc 6.13).

Lucas anotou a eleição dos 12 dentre muitos outros. Após passar a noite inteira em oração a Deus, “chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles a quem deu nome de apóstolos” (Lc 6:12 – grifo nosso).

b) Andaram com Jesus durante todo o seu ministério. Desde o batismo do Senhor até a crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc 6.7; Jo 6.66- 71; At 1.21-23).

c) Receberam autoridade do Senhor (Jo 20.21-23). Os doze receberam de Jesus um mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram revestidos de autoridade de Deus para expulsar os demônios, curar os enfermos e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4). 

A autoridade delegada aos apóstolos foi tão grande, que eles tinham poder para perdoar pecados ou retê-los. Jesus os enviou, do mesmo modo como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20:21_23).

Podemos imaginar o que os doze sentiram, ao ouvir aquelas palavras! Serem enviados por Cristo, e como Cristo o fora por seu Pai! Os que entenderam bem a missão devem ter sentido o grande peso de sua responsabilidade. Os que haviam sido pescadores antes, podiam guardar as redes e suspender a pescaria. Mas, uma vez feitos “pescadores de homens” (Mt 4:19; Mc 1:17), não poderiam suspender a missão. Os que outrora tinham outras atividades não tinham como voltar atrás. O mundo nunca mais foi o mesmo depois de Cristo, e depois que seus apóstolos começaram a cumprir a Grande Comissão (Mc 16:15).

d)Tinham delegação de Cristo. Os doze não foram apenas “enviados”, mas tiveram um mandato especial. Jesus lhes disse; “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.

SÍNTESE DO TÓPICO I 

O verdadeiro apostolado é centrado única e exclusivamente em Jesus Cristo, pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO 

“Jesus é o supremo Sumo Sacerdote e Apóstolo (Hb 3.1). A palavra apóstolo era usada, no entanto, para qualquer mensageiro nomeado e comissionado a algum propósito. Epafrodito foi um mensageiro (apóstolo) nomeado pela igreja em Filipos e enviado a Paulo (Fp 2.25).

Os companheiros de Paulo eram os mensageiros (apóstolos) enviados pelas igrejas e por elas comissionados (2ª Co 8.23). Os doze, apenas, eram apóstolos específicos. Depois de uma noite em oração.

Apóstolo“Aquele que é enviado”. 
O verdadeiro apóstoloBaseia-se na pessoa e obra de Jesus Cristo, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1). 
O Colégio ApostólicoO grupo dos doze primeiros discípulos enviados por Jesus.
Os apóstolos atuaisMissionários enviados pela Igreja do Senhor.

Jesus os escolheu por meio de um grupo de discípulos e os chamou apóstolos (Lc 6.13). Pedro recomendou que os doze tivessem um ministério e supervisão especiais (At 2. 20,25,26), provavelmente tendo em mente a promessa de que eles futuramente julgariam (governariam) as 12 tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, nenhum apóstolo foi escolhido, depois de Matias, para estar entre os doze.

Nem foram nomeados substitutos, quando estes foram martirizados. Na Nova Jerusalém há apenas 12 alicerces, com os nomes dos 12 apóstolos inscritos neles (Ap 21.14). Os doze, portanto, eram um grupo limitado, e realizavam uma função especial na pregação, no ensino e no estabelecimento da Igreja, além de testificar da ressurreição de Cristo, com poder. Ninguém mais pode ser um apóstolo no sentido em que eles foram” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.287). 

II – O APÓSTOLO PAULO 

1. Saulo e sua conversão. Chamado por Deus. 

Saulo foi um judeu de cidadania romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do judaísmo (At 22.3,25). Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos cristãos. Entretanto, a caminho de Damasco, em busca dos cristãos que haviam fugido devido à perseguição em Jerusalém, e com carta de autorização para prendê-los, Saulo teve uma experiência com o Cristo ressurreto (At 9.1-22).

Os Doze foram chamados por Jesus de maneira bem natural e espontânea. Ao passar pelas margens do Mar da Galileia, Jesus simplesmente olhou para os irmãos Pedro e André, e os chamou para serem pescadores de homens (Mt 4:18_19); aos irmãos Tiago e João, os chamou da mesma forma (Mt 4:21_22). E eles o seguiram também de maneira espontânea. O chamado de Paulo foi bem diferente. A caminho de Damasco, com ordem dos sacerdotes para prender os cristãos, foi interrompido pior Jesus, de maneira sobrenatural e impactante.

Derrubado ao chão, Paulo teve o chamado de Deus de forma tão dramática, ue caiu, ouvindo a potente voz do Senhor, que o abatera em seu orgulho e presunção, quando julgava estar fazendo a vontade de Deus no zelo do judaísmo (At 9:4; 22:7; At 9:10_19). Deus tem seus caminhos e suas maneiras de agir, às vezes muito estranhas (cf. Is 28:21). Diante de um chamado tão singular e diferente dos demais apóstolos, Paulo tinha razão em dizer que era chamado pela vontade de Deus e não dos homens. Até o seu nome foi mudado, de Saulo (hb. Sha’ul, o que foi pedido) para Paulo (gr. Paulus, baixo, pequeno, humilde), após ser convocado pelo Espírito Santo para ser enviado para a missão (At 13:8).

A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios. 

2. Um homem preparado para servir. 

Dos vinte sete livros do Novo Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo. Quão grande tratado teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi grandioso para o cristianismo. Mas para além da intelectualidade teológica, o apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do Cristo ressurreto. Eis a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2ª Tm 4.7). 

3. “O menor dos apóstolos”. Paulo teve experiências com Deus

O apóstolo Paulo não pertencia ao colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem testemunhou a ressurreição do Senhor — requisitos indispensáveis para o grupo dos doze (At 1.21-23). Humildemente, o apóstolo reconheceu que não merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido fora de tempo, o menor de todos (1ª Co 15.8,9). Sua conversão dramática, no caminho de Damasco, revela quão imensurável e incompreensível à lógica humana, a misericórdia e o amor de Deus.

Entretanto, o Senhor se revelou a ele ressurreto (At 9.4,5) e ensinou-lhe todas as coisas. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1ª Co 11.23). Embora o colégio apostólico tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2ª Pe 3.14-16), as igrejas plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1ª Co 9.2).

Um verdadeiro apóstolo é homem que deve ter comunhão e experiência com Deus. Paulo, não obstante não ter convivido com Jesus como os demais apóstolos, teve experiências espirituais que os outros não tiveram. E essas experiências fortaleceram sua vida espiritual e solidificaram seu relacionamento com Cristo. Ele diz que teve “visões e revelações do Senhor” (1ªCo 12:1); com bastante modéstia, falando na terceira pessoa, diz que “foi arrebatado ao terceiro céu”… “e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar” (1ªCo 12:2,4). Que palavras foram essas, só Deus e Paulo sabem. 

4. O maior dos Teólogos. Paulo era homem de grande cultura.

Mesmo considerando-se “o menor dos apóstolos”, Paulo revelou-se um grande servo de Deus. Algumas qualidades e atividades podem ser destacadas na vida do apóstolo, podendo ser chamado de o maior dos teólogos do cristianismo.

Desmistificando a crença ou “doutrina” de que Deus só usa pessoas de pouca instrução, o exemplo da Paulo é bem marcante. Era homem de alto conhecimento bíblico e teológico, discípulo de Gamaliel, um dos mestres do judaísmo (At 22:3).

Paulo era um intelectual poliglota. Falava hebraico, por ser judeu e fariseu (At 22:2); por ser cidadão romano (At 22:25), falava latim; suas epístolas foram escritas em grego, o que dá a entender que, sendo um homem culto de sua época, falava a língua helênica; e como judeu zeloso, certamente falava o aramaico, que era língua usual, nos meios intelectuais de sua época. Em sua soberania, e segundo seus propósitos divinos, Jesus resolveu contrariar a lógica humana, e chamar um perseguidor do evangelho para ser salvo e fazer dele um apóstolo dos mais destacados entre os que quis escolher.

Enquanto alguns de seus primeiros discípulos, do grupo dos Doze, eram humildes pescadores, de menor grau de instrução, Paulo era um homem intelectual, que haveria de levar o evangelho aos gentios, ou gente de todas as nações, fora de Israel, inclusive aos “reis” ou governantes de povos estrangeiros. Além dessa característica marcante, em seu ministério,, Paulo foi o grande teólogo e interprete dos evangelhos de Cristo. Dos 27 livros do Novo Testamento, 13 foram escritos por ele. E ainda resta dúvida se a epístola aos hebreus também foi de sua autoria.

Não foi por acaso que Paulo foi o primeiro apóstolo a levar o evangelho de Cristo à Europa. Ele foi o grande evangelizador do Império Romano (Rm 15:24,28). Em suas viagens missionárias, levou evangelho de Cristo a cidades de Israel, passou pela Turquia, pela Ásia Menor; pregou na Macedônia, na Acaia, na Grécia, centro cultural da Europa, à época; em sua última viagem missionária, reviu discípulos nas igrejas que fundara, e terminou em Roma, para onde foi levado preso, e pregou na capital do império mundial da época. Terminou sua extraordinária missão, declarando solenemente: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2ªTm 4:7).

SÍNTESE DO TÓPICO II 

Paulo viu o Cristo ressurreto. Esta era a sua credencial apostólica. 

III – APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11) 

Para efeito de compreensão do assunto, categorizamos o ministério apostólico em dois aspectos:

I – NO SENTIDO ESPECIAL

Aplicamos este termo ao “Colégio Apostólico”, ou aos Doze discípulos que foram selecionados por Jesus, e enviados como apóstolos para dar início à Grande Comissão (Mc 16:15). Apóstolos como eles não existem mais. Eles eram apóstolos no sentido estrito da palavra, e nas circunstâncias em que foram chamados e enviados por Jesus.

1)Estiveram com Cristo, durante todo o seu ministério terreno

2)Eles estiveram com Jesus, após a sua ressurreição

3)Receberam a Grande Comissão

4)Os doze terão seus nomes nos fundamentos da Nova Jerusalém

II- NO SENTIDO GERAL

Já ressaltamos o envio dos “setenta discípulos” que, sendo enviados, de dois em dois, cumpriram o papel dos apóstolos. Mas, além deles, o Novo Testamento também cita outros exemplos de apóstolos, como Paulo, que se considerou a si mesmo “o menor dos apóstolos” por ter perseguido “a igreja de Deus”(1ªCo 15:9; Rm 1:1; 2ªCo 1:1); ele viu a Jesus Cristo (1ªCo 9:1). Barnabé também foi reconhecido como apóstolo (At 14:14). Havia “outros apóstolos!”, a que Paulo se referia em sua carta aos romanos (Rm 16:7) e em outras epístolas (Gl 1:19; 1ª Ts 2:6,7).

1)A liderança dos apóstolos

2)A itinerância dos apóstolos

3)A ordem de fazer discípulos

1. Ainda há apóstolos? 

No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica. 

2. Apóstolos fora dos doze. 

A Carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo. 0 teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14, bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7)”.

Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local (Dicionário Vine). 

3. O ministério apostólico atual. 

Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal. 0 ministério dos doze não se repete mais. 0 que há é o ministério de caráter apostólico. Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo.

Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “Irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.

Sem dúvida alguma, o ministério de caráter apostólico deve ser desenvolvido, na atualidade, ao lado dos demais ministérios, indispensáveis à unidade e à edificação do corpo de Cristo.

Patzia afirma: “Visto que a Igreja de hoje não tem lugar para o cargo de apóstolo, por exemplo, a tentação é encontrar-se uma contrapartida contemporânea nos líderes eclesiásticos, como superintendentes ou supervisores”. Há realmente essa “tentação”, de se buscar aplicação para o termo “apóstolo” a funções que pouco ou nada têm e apostólicas.

SÍNTESE DO TÓPICO III 

Segundo Efésios 4.11 o dom ministerial de apóstolo está em plena vigência na igreja atual. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO 

APÓSTOLO 

Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de Jesus na terra e consequentemente testificaram que Jesus era o Senhor ressurreto (Lc 24.45-48; 1ª Jo 1.1-3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única são dados em At 1.21,22. A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14- 16; At 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19. Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por Jesus.

Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas, o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no episódio da transfiguração (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani (Mt 26.36– 46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os companheiros de Jesus e proclamar o Evangelho (Mc 3.14).

Durante o ministério de Jesus, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada por outros (Lc 10.1)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 162). 

CONCLUSÃO 

Concluindo, podemos afirmar com bastante fundamento escriturístico, que o ministério apostólico, nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. Nos dias atuais, também há homens e mulheres de Deus, arriscando suas vidas, em países inimigos do evangelho. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje.

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Dons Espirituais e Ministeriais – Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário – Livro de Apoio das Lições Bíblicas do 2ºT 2021 Adulto CPAD

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