Índia (em hindi: भारत, Bhārat, pronunciado: [ˈbʱaːrət̪]; em inglês: India, pronunciado: [ˈɪndiə]), oficialmente denominada República da Índia(em hindi: भारत गणराज्य, Bhārat Gaṇarājya; em inglês: Republic of India), é um país da Ásia Meridional. É o segundo país mais populoso, o sétimo maior em área geográfica e a democracia mais populosa do mundo. Delimitada ao sul pelo Oceano Índico, pelo mar da Arábia a oeste e pelo golfo de Bengala a leste, a Índia tem uma costa com 7 517 km de extensão. O país faz fronteira com Paquistão a oeste; China, Nepal e Butão ao norte e Bangladesh e Mianmar a leste. Os países insulares do Oceano Índico — Sri Lanka e Maldivas — estão localizados bem próximo da Índia.
Lar da Civilização do Vale do Indo, de rotas comerciais históricas e de vastos impérios, o subcontinente indiano é identificado por sua riqueza comercial e cultural de grande parte da sua longa história. Quatro grandes religiões — hinduísmo, budismo, jainismo e siquismo— originaram-se no país, enquanto o zoroastrismo, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da região. Anexada gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orientais no início do século XVIII e colonizada pelo Império Britânico a partir de meados do século XIX, a Índia tornou-se uma nação independente em 1947, após uma luta social pela independência que foi marcada pela extensão da resistência não violenta.
A Índia é uma república composta por 28 estados e sete territórios da união, com um sistema de democracia parlamentar. O país é a sétima maior economia do mundo em Produto Interno Bruto (PIB) nominal, bem como a terceira maior do mundo em PIB medido em Paridade de Poder de Compra. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo; no entanto, a Índia ainda sofre com altos níveis de pobreza, analfabetismo, violência de gênero, doenças e desnutrição. Uma sociedade pluralista, multilíngue e multiétnica, a Índia também é o lar de uma grande diversidade de animais selvagens e de habitats protegidos. A Índia passou do 140º para o 177º lugar entre 2016 e 2018 no Índice de Desempenho Ambiental compilado por pesquisadores das Universidades de Yale e Columbia. Em particular, o estudo destaca a “alarmante” deterioração da qualidade do ar.
Etimologia
O nome Índia é derivado de Indus, que por sua vez é derivado da palavra Hindu, em persa antigo. Do sânscrito Sindhu, a denominação local histórica para o rio Indus. Os gregos clássicos referiam-se aos indianos como Indoi (Ινδοί), povos do Indus. A Constituição da Índia e o uso comum em várias línguas indianas igualmente reconhecem Bharat como um nome oficial de igual status. Hindustão (ou Indostão), que é a palavra persa para a “terra do Hindus” e historicamente referida ao norte da Índia, é também usada ocasionalmente como um sinônimo para toda a Índia.
História
Antiguidade
Os primeiros restos de humanos anatomicamente modernos encontrados na Ásia Meridional datam de aproximadamente 30 mil anos atrás. Sítios arqueológicos com arte rupestre do período Mesolítico foram encontrados em muitas partes do subcontinente indiano, como nos abrigos na Rocha de Bhimbetka, em Madia Pradexe. Por volta de 7 000 a.C., os primeiros assentamentos neolíticos conhecidos apareceram no subcontinente em locais como Mergar e outros no Paquistão ocidental. Estes locais gradualmente desenvolveram a Civilização do Vale do Indo, a primeira cultura urbana da Ásia Meridional; essa civilização floresceu entre 2 500 e 1 900 a.C. no Paquistão e na região oeste da Índia. Centrada em torno de cidades como Moenjodaro, Harapa, Dolavira e Kalibangan, e contando com variadas formas de subsistência, a cultura desenvolveu uma produção robusta de artesanatos e um amplo comércio.
Durante o período de 2000-500 a.C, culturas de muitas regiões do subcontinente fizeram a transição do Calcolítico para a Idade do Ferro. Os Vedas, as escrituras mais antigas do hinduísmo, foram compostas durante esse período e os historiadores têm conectado os textos à cultura védica, localizada na região do Panjabe e na planície Indo-Gangética. A maioria dos historiadores também considera que este período abrangeu várias ondas migratórias indo-arianas no subcontinente, de norte a oeste. O sistema de castas, que criou uma hierarquia de sacerdotes, guerreiros e camponeses livres, mas excluiu os povos indígenas ao rotular suas ocupações como “impuras”, surgiu durante este período. Sobre o planalto do Decão, evidências arqueológicas deste período sugerem a existência de um estágio patriarcal de organização política. No sul da Índia, uma progressão para a vida sedentária é indicada pelo grande número de monumentos megalíticos que datam deste período, bem como por vestígios de agricultura, tanques de irrigação e de tradições de artesanato.
A literatura sangam, escrita em tâmil, revela que entre 200 a.C. e 200 d.C. o sul da península estava sendo governado pelas dinastias Cheras, Cholas e Pandias, que comercializavam extensivamente com o Império Romano e com o Sudoeste e o Sudeste da Ásia. Nesse período o território do país também se tornou parte da Rota da Seda, uma rede de rotas comerciais que ligava o Extremo Oriente à Europa. Por essas estradas os comerciantes indianos vendiam tecidos e especiarias para mercados da Ásia Central, enquanto monges e peregrinos budistas vinham da China, até o período das Grandes Navegações, quando ligações comerciais marítimas foram criadas entre o Ocidente e o Oriente. No norte da Índia, o hinduísmo afirmou controle patriarcal familiar, o que levou ao aumento da subordinação das mulheres. Até os séculos IV e V, o Império Gupta havia criado um complexo sistema fiscal e de administração nos grandes planaltos do Ganges, que se tornou um modelo para reinos indianos posteriores. Sob os governos dos Guptas, um hinduísmo renovado baseado na devoção ao invés da gestão ritualística começou a se estabelecer. A renovação se refletiu em um florescimento da escultura e da arquitetura, que encontrou patronos entre uma elite urbana. A literatura sânscrita clássica floresceu e ciência, astronomia, medicina e matemática indianas tiveram avanços significativos.
Idade Média
Nos séculos VI e VII, os primeiros hinos devocionais foram criados na língua tâmil. Eles foram imitados por toda a Índia e levaram ao ressurgimento do hinduísmo e ao desenvolvimento de todas as línguas modernas do subcontinente. A realeza indiana, grande e pequena, e os templos por ela frequentados, atraíram cidadãos em grande número para as principais cidades, que tornaram-se também importantes centros econômicos. Templos em cidades de vários tamanhos começaram a aparecer em todos os lugares ao mesmo tempo que a Índia passava por outra era de urbanização. Pelos séculos VIII e IX, os efeitos disso foram sentidos no Sudeste da Ásia, conforme os sistemas culturais e políticos do sul da Índia eram exportados para terras que se tornaram parte dos atuais Myanmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia e Java (Indonésia).Comerciantes, estudiosos e às vezes exércitos indianos envolveram-se nesta transmissão cultural; os asiáticos do sudeste do continente também tomaram a iniciativa e organizaram muitas peregrinações para os seminários indianos, além de terem traduzido os textos budistas e hindus para os seus respectivos idiomas.
Após o século X, clãs nômades muçulmanos do centro da Ásia usaram cavalaria de guerra e organizaram vastos exércitos unidos pela etnia e religião para invadir repetidamente as planícies do noroeste da Ásia Austral, levando à criação do islâmico Sultanato de Déli em 1206. O sultanato controlou grande parte do norte da Índia e fez muitas incursões ao sul do subcontinente. Embora tenha sido perturbador para as elites indianas, o sultanato deixou a vasta população não muçulmana sujeita às suas próprias leis e costumes. Ao repelir repetidamente os invasores mongóis no século XIII, o sultanato salvou a Índia da devastação experimentada pela Ásia Central e Ocidental, criando o cenário para séculos de migração de soldados, homens instruídos, místicos, comerciantes, artistas e artesãos que vinham em fuga daquelas regiões para o subcontinente indiano, criando assim uma cultura indo-islâmica sincrética no norte do país. A invasão do sultanato e o enfraquecimento dos reinos da região do sul da Índia abriram o caminho ao Reino de Bisnaga. Abraçando uma forte tradição xivaísta e construído sobre a tecnologia militar do sultanato, o império passou a controlar a maior parte da Índia peninsular e foi influente na sociedade do sul do país por muito tempo.
Era moderna
Em 1498 o navegador português Vasco da Gama chega a Calecute, na costa ocidental do subcontinente indiano, o marco inicial de uma relação luso-indiana que duraria cerca de 500 anos. Em 1510, o explorador português Afonso de Albuquerque amplia os territórios portugueses com a conquista de Goa, que rapidamente se tornaria a capital do Estado Português da Índia (uma entidade política parte do Império Português). A Índia Portuguesa, como a colônia lusitana também era conhecida, inicialmente abrangia todos os territórios conquistados pelos portugueses no Oceano Índico, mas depois ficou restrita à Costa do Malabar, em territórios como Goa, Damão, Diu, Ilha de Angediva, Dadrá e Nagar-Aveli, Simbor e Gogolá. No início do século XVIII, com a linha entre a dominação comercial e política cada vez mais tênue, uma série de empresas comerciais europeias, como a Companhia Britânica das Índias Orientais, haviam estabelecido postos nas regiões costeiras do país. O controle dos mares, maiores recursos, treinamento militar e tecnologia mais avançados levaram a Companhia Britânica das Índias Orientais a flexionar cada vez mais a sua força militar e tornar isso atraente para uma parcela da elite indiana; esses dois fatores foram cruciais para permitir que a Companhia Britânica ganhasse o controle sobre a região de Bengala em 1765 e marginalizasse as outras empresas europeias concorrentes. O acesso maior às riquezas da Bengala e o subsequente aumento da força e do tamanho de seu exército permitiram à Companhia das Índias Orientais anexar ou subjugar a maior parte do subcontinente indiano durante os anos 1820. A Índia então parou de exportar bens manufaturados e, em vez disso, passou a abastecer o Império Britânico com matérias-primas. Esse momento é considerado por muitos historiadores o início do período colonial no país. Por esta altura, com seu poder econômico severamente restringido pelo parlamento britânico, a Companhia começou a entrar mais conscientemente em áreas não econômicas, como educação, reforma social e cultura.
Era contemporânea
A corrida tecnológica e a comercialização da agricultura na segunda metade do século XIX foi marcada por muitos contratempos econômicos — muitos pequenos produtores tornaram-se dependentes dos caprichos de mercados distantes. Houve um aumento no número de grandes crises de fome e, apesar dos riscos do desenvolvimento de uma infraestrutura suportada pelos contribuintes indianos, pouco emprego industrial foi gerado para a população. Houve também efeitos salutares: cultivos comerciais, especialmente na região recém-canalizada do Punjabe, levaram a um aumento da produção de comida para o consumo interno. A rede ferroviária, desde o alívio da crise de fome, ajudou a reduzir o custo dos bens móveis e auxiliou a nascente indústria indiana.
Vital para a autoimagem da Índia como uma nação independente foi a sua constituição, concluída em 1950, que colocou no lugar da antiga colônia britânica uma república secular e democrática. Nos 60 anos seguintes, a Índia teve um resultado misto de sucessos e fracassos. Manteve-se uma democracia com liberdades civis, uma Suprema Corte ativista e uma imprensa, em grande parte, independente. A liberalização econômica, que teve início na década de 1990, criou uma grande classe média urbana e transformou a Índia em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, o que aumentou a influência geopolítica do país. Filmes, músicas e ensinamentos espirituais indianos desempenham um papel cada vez maior na cultura mundial. No entanto, o país também tem sido oprimido por uma pobreza aparentemente inflexível, tanto no meio rural quanto no urbano; pela violência religiosa e entre castas; por grupos insurgentes de inspiração maoista chamados naxalitas; e pelo separatismo em Jammu e Caxemira e no Nordeste da Índia. O país tem disputas territoriais não resolvidas com a China, que se deterioraram até a guerra sino-indiana de 1962; e com o vizinho Paquistão, em guerras travadas em 1947, 1965, 1971 e 1999. A rivalidade nuclear entre a Índia e o Paquistão veio à tona em 1998. As liberdades democráticas sustentadas da Índia são únicas entre as novas nações do mundo; no entanto, apesar de seus sucessos econômicos recentes, a liberdade de sua população desfavorecida continua a ser um objetivo a ser alcançado.
Geografia
A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano, sendo também a parte mais antiga e estável da Índia, que se estende desde o norte, com as cordilheiras Satpura e Vindhya no centro. Estas cordilheiras paralelas vão desde a costa do mar Arábico, no estado de Gujarat, até o planalto de Chota Nagpur, no estado de Jharkhand. No sul, o planalto do Decão contém à esquerda e à direita os Gates Ocidentais e Orientais; o planalto contém as formações rochosas mais antigas do território, algumas com mais de um bilhão de anos de idade. Os pontos extremos do país se localizam a 6° 43′ e 39° 26 ‘de latitude norte e 68°7′ e 89°25′ de longitude leste.
O clima indiano é fortemente influenciado pelo Himalaia e pelo deserto do Thar, os quais favorecem o desenvolvimento das monções. O Himalaia barra a entrada de ventos catabáticos frios, vindos da Ásia Central, mantendo a maior parte do subcontinente indiano mais quente do que a maioria das localidades que se localizam em latitudes similares.
Biodiversidade
O território indiano se encontra dentro da biorregião himalaia, que apresenta grande biodiversidade. Acolhendo 7,6% de todos os mamíferos, 12,6% de todas as aves, 6,2% de todas os répteis, 4,4% de todos os anfíbios, 11,7% de todos os peixes e 6% de todas as espermatófitas do mundo, a Índia é um dos dezoito países mega diversos. Em muitas regiões indianas existem altos níveis de endemismo; em geral, 33% das espécies indianas são endêmicas.
Os bosques da Índia variam de florestas úmidas nas ilhas de Andamão, Gates Ocidentais e noroeste indiano, até florestas temperadas de coníferas do Himalaia. Entre esses extremos encontram-se os bosques caducifólios da Índia Oriental; o bosque caducifólio no centro-sul e o bosque xerófito do Decão central e a planície ocidental do Ganges. Estima-se que menos de 12% da massa da Índia Continental esteja coberta por densos bosques.
Muitas espécies da Índia são descendentes de táxons originários de Gondwana, do qual a placa tectônica indiana se separou. O movimento posterior da placa do subcontinente indiano e a sua colisão com a massa de terra da Laurásia deu início a um intercâmbio massivo das espécies. Entretanto, o vulcanismo e as mudanças climáticas registradas há vinte milhões de anos provocaram uma extinção em massa de espécies originárias de Gondwana. A partir de então, mamíferos ingressaram ao subcontinente a partir da Ásia por meio de dois passos zoogeográficos em ambos os lados emergentes do Himalaia. Em consequência, apenas 12,6% dos mamíferos e 4,6% das aves são espécies endêmicas, em contraste com 45,8% dos répteis e 55,8% de anfíbios endêmicos. Na Índia existem 172 espécies ameaçadas, ou 2,9%. Entre elas encontram-se o leão-asiático, o tigre-de-bengala e o abutre-indiano-de-dorso-branco (Gyps bengalensis), que está quase ameaçado de extinção devido à ingestão de carne de gado tratada com diclofenaco.
Nas últimas décadas, a invasões humanas generalizadas e ecologicamente devastadoras criaram uma ameaça crítica à vida silvestre da Índia. Em resposta, o sistema de áreas protegidas e parques nacionais, estabelecido pela primeira vez em 1935, foi ampliado consideravelmente. Em 1970, o governo indiano decretou a Lei de Proteção da Vida Silvestre e o “Projeto Tigre”, para proteger o habitat crucial destes animais, além de em 1980 ter sido decretada a Lei de Conservação dos Bosques. A Índia tem mais de quinhentos santuários de vida selvagem e treze reservas da biosfera, quatro das quais fazem parte da Rede Mundial de Reservas da Biosfera. Vinte e cinco zonas de umidade estão registradas na Convenção sobre as Zonas Úmidas.
Demografia
A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultural, linguística e genética do mundo, depois da África. O país é o lar de duas grandes famílias linguísticas: a indo-ária (falada por aproximadamente 74% da população) e a dravídica (falada por aproximadamente 24%). Outras línguas faladas na Índia provêm das línguas austro-asiáticas e tibeto-birmanesas. O hindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes e é a língua oficial da república. O inglês é utilizado amplamente em negócios e na administração e tem o status de “idioma oficial subsidiário”, sendo também importante na educação, especialmente no ensino médio e superior.
Mais de 800 milhões de indianos (80,5 % da população) são hindus. Outros grupos religiosos com presença importante no país são muçulmanos (13,4 %), cristãos(2,3 %), siquistas (1,9 %), budistas (0,8 %), jainistas (0,4 %), judeus, zoroastristas(parsis), entre outros. Os adivasi constituem 8,1 % da população. A Índia tem a terceira maior população muçulmana do mundo e a maior população muçulmana para um país de maioria não muçulmana.
A taxa de alfabetização no país é de 64,8% (53,7% para as mulheres e 75,3% para os homens) O estado com o maior índice de alfabetização é Kerala, com 91%, enquanto Bihar tem a menor taxa, com apenas 47%. A razão sexual é de 944 homens para cada mil mulheres, enquanto que a taxa de crescimento demográfico anual é de 1,38%; a cada ano são registrados 22,01 nascimentos para cada mil pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano morrem novecentos mil indianos por beberem água imprópria e por inalarem ar contaminado. A malária é endêmica na Índia. Existem cerca de 60 médicos para cada 100 mil pessoas no país.
Cidades mais populosas
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Bombaim Deli |
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Posição | Localidade | Estado | Pop. | Posição | Localidade | Estado | Pop. | Bangalore Hiderabade |
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1 | Bombaim | Maharashtra | 12 478 447 | 11 | Jaipur | Rajastão | 3 073 350 | ||||
2 | Deli | Deli | 11 007 835 | 12 | Kanpur | Uttar Pradesh | 2 920 067 | ||||
3 | Bangalore | Karnataka | 8 425 970 | 13 | Lucknow | Uttar Pradesh | 2 901 474 | ||||
4 | Hiderabade | Telangana | 6 809 970 | 14 | Nagpur | Maharashtra | 2 405 421 | ||||
5 | Ahmedabad | Gujarat | 5 570 585 | 15 | Indore | Madhya Pradesh | 1 960 521 | ||||
6 | Chennai | Tamil Nadu | 4 681 087 | 16 | Tana | Maharashtra | 1 818 872 | ||||
7 | Calcutá | Bengala Ocidental | 4 486 679 | 17 | Bhopal | Madhya Pradesh | 1 795 648 | ||||
8 | Surate | Gujarat | 4 462 002 | 18 | Vishakhapatnam | Andhra Pradesh | 1 730 320 | ||||
9 | Varanasi | Uttar Pradesh | 3 676 841 | 19 | Pimpri Chinchwad | Maharashtra | 1 729 359 | ||||
10 | Pune | Maharashtra | 3 115 431 | 20 | Patna | Bihar | 1 683 200 |
Governo e política
A Índia é a democracia mais populosa do mundo. O país é uma república parlamentarista com um sistema multipartidário com seis partidos nacionais credenciados, como o Partido do Congresso Nacional Indiano (em inglês: Indian National Congress – INC ou simplesmente Congresso) e o Partido do Povo Indiano (Bharatiya Janata Party – BJP), além de mais de 40 partidos regionais. O Partido do Congresso é considerado de centro-esquerda ou “liberal” dentro da cultura política indiana, enquanto o BJP é de centro-direita ou “conservador“. Durante a maior parte do período compreendido entre 1950 — quando a Índia se tornou uma república pela primeira vez — e o final dos anos 1980, o Congresso manteve maioria no parlamento indiano. Desde então, no entanto, o partido cada vez mais divide o palco político com o BJP e com poderosos partidos regionais que muitas vezes forçam a criação de coalizões multipartidárias.
Nas três primeiras eleições gerais da República da Índia — em 1951, 1957 e 1962 — o Congresso, liderado por Jawaharlal Nehru, teve uma série de vitórias fáceis. Com a morte de Nehru em 1964, Lal Bahadur Shastri tornou-se rapidamente o primeiro-ministro; ele foi sucedido, após a sua morte inesperada em 1966, por Indira Gandhi, que levou o Partido do Congresso a vitórias eleitorais em 1967 e 1971. Após o descontentamento público causado pela declaração de estado de exceção em 1975 pela primeira-ministra, o Congresso perdeu as eleições em 1977; o então novo Partido Janata, que se opôs ao estado de exceção, ganhou e seu governo durou pouco mais de três anos. Ao voltar ao poder em 1980, o Congresso viu uma mudança em sua liderança em 1984, quando Indira Gandhi foi assassinada e então foi sucedida por seu filho, Rajiv Gandhi, que conquistou uma vitória fácil nas eleições gerais no final daquele mesmo ano. O Congresso foi eleito novamente em 1989, quando a coalizão Frente Nacional, liderada pelo Janata Dal (um partido recém-criado), em aliança com a Frente de Esquerda, venceu as eleições; esse governo também foi relativamente curto: durou pouco menos de dois anos. Novas eleições foram realizadas em 1991, mas nenhum partido obteve a maioria absoluta no parlamento. O Congresso, no entanto, por ser o maior partido único do país, conseguiu formar um governo de minoria liderado por P. V. Narasimha Rao.
Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, seguido por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP formou com outros partidos menores a Aliança Democrática Nacional, que obteve vitória e se converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos. Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras no Lok Sabha (câmara baixa do parlamento) e formou um governo de coalização denominada de Aliança Progressista Unida (UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou novamente ao poder nas eleições gerais de 2009, entretanto, a representação dos partidos de esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente, Manmohan Singh foi convertido em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as eleições de 1962, onde Jawaharlal Nehru foi eleito no seu cargo.
Governo
O presidente da Índia é o chefe de estado e é eleito indiretamente por um colégio eleitoral para um mandato de cinco anos. O primeiro-ministro é o chefe do governo e exerce a maioria das funções do poder executivo. Nomeado pelo presidente, o primeiro-ministro é geralmente próximo do partido ou aliança política que conta com a maioria das cadeiras da câmara baixa do parlamento. O poder executivo consiste no presidente, o vice-presidente, o conselho de ministros (sendo o gabinete seu comitê executivo), encabeçado pelo primeiro-ministro. Qualquer ministro do conselho deve ser membro de qualquer câmara parlamentar. No sistema parlamentarista indiano, o poder executivo está subordinado ao poder legislativo, o primeiro-ministro e seu conselho são diretamente vigiados pela câmara baixa do parlamento.
A Índia conta com um poder judiciário de três níveis, que consistem na Suprema Corte de Justiça, encabeçada pelo chefe de justiça, vinte e um tribunais superiores e um grande número de tribunais de primeira instância. A suprema corte é um tribunal de primeira instância para casos relacionados com os direitos humanos fundamentais e um tribunal de apelação acima dos tribunais superiores. É judicialmente independente, tendo o poder de declarar e elaborar leis e revogar leis nacionais ou estaduais que violem a constituição. A função de intérprete último da constituição é uma das funções mais importantes da suprema corte.
Relações internacionais
Além das atuais relações estratégicas com a Rússia, a Índia tem relações de defesa de grande alcance com Israel e França. Nos últimos anos, tem desempenhado um papel-chave na Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC) e na Organização Mundial do Comércio. A nação indiana disponibilizou 100 mil militares e policiais para servir em 35 operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em quatro continentes. O país participa da Cúpula do Leste Asiático, do G8+5 e de outros fóruns multilaterais. A Índia tem estreitos laços econômicos com América do Sul, Ásia e África; desde 1991 que prossegue a política “Look East“ (“olhar para oriente”), que visa a fortalecer parcerias com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Japão e Coreia do Sul, e que gira em torno de muitas questões, mas especialmente aquelas que envolvem investimento econômico e segurança regional.
Forças armadas
O país mantém a política nuclear de “não usar primeiro” (em inglês: no first use) e está desenvolvendo uma capacidade tríade nuclear, como parte de sua doutrina de “dissuasão credível mínima”. O governo indiano está desenvolvendo um escudo de mísseis balísticos de defesa e, com colaboração da Rússia, de um avião caça de quinta geração. Outros projetos militares indianos envolvem a concepção e implementação dos porta-aviões da classe Vikrant e dos submarinos nucleares da classe Arihant.
O presidente da Índia é o comandante supremo das forças armadas do país; com 1,6 milhão de soldados ativos, eles compõem o terceiro maior exército do mundo. As forças armadas compreendem o exército, a marinha e a força aérea; organizações auxiliares incluem o Comando de Forças Estratégicas e três grupos paramilitares: os Assam Rifles, a Força Especial de Fronteira e a Guarda Costeira. O orçamento de defesa oficial indiano para 2011 foi de 36,03 bilhões * de dólares, ou 1,83% do seu PIB. Para o ano fiscal que abrange 2012-2013 foram orçados para essa área 40,44 bilhões de dólares.
De acordo com um relatório de 2008 do SIPRI, a despesa militar anual da Índia em termos de poder de compra foi de 72,7 bilhões de dólares. Em 2011, o orçamento anual de defesa do país teve um aumento de 11,6%, embora isso não inclua os fundos que chegam aos militares através de outros ramos do governo.
Em 2012, o país era o maior importador de armas do mundo; entre 2007 e 2011, a Índia foi responsável por 10% dos fundos gastos em compras internacionais de armas. Grande parte das despesas militares é voltada para a defesa contra o Paquistão e para combater a crescente influência chinesa no Oceano Índico.
Direitos humanos
A sociedade tradicional da Índia está definida como uma hierarquia social relativamente restrita. O sistema indiano de castas descreve a estratificação e as restrições sociais do subcontinente indiano; também define as classes sociais por grupos endogâmicos hereditários, que a princípio se denominam jatis ou castas. A Índia declarou a “intocabilidade” ilegal em 1947 e, desde então, promulgou outras leis antidiscriminatórias e iniciativas para o bem-estar social, embora relatórios sugiram que muitos dalits (“ex-intocáveis”) e outras castas mais baixas em áreas rurais continuam a serem segregadas e enfrentam perseguição e discriminação. No local de trabalho das grandes cidades e nas principais empresas indianas ou internacionais, o sistema de castas praticamente perdeu a sua importância.
O pagamento de um dote, embora ilegal, continua generalizado entre as classes. Uma mulher é morta por cada hora na Índia porque sua família não conseguiu responder às demandas do marido e dos sogros por pagamentos de dote mais altos e presentes generosos. As mortes por dote, uma variante dos chamados “crimes de honra“, foram em 2012, segundo os próprios dados oficiais, 8233. Perto de 40% dos suicídios femininos, a nível mundial, ocorrem na Índia; um estudo de 2018 responsabiliza por isso os casamentos precoces, a violência masculina e a cultura patriarcal . Na Índia, a cada 15 minutos uma violação de uma mulher é reportada. Mas, na maioria dos casos, leva anos até o culpado ser punido. Porém, quando uma vaca é abatida, existem grupos extremistas que, imediatamente, matam ou agridem os suspeitos do crime. A India é considerada o quarto país do mundo mais perigoso para as mulheres. Em 2012, o brutal estupro coletivo de Jyoti Singh Pandey no interior de um ônibus (autocarro, em português europeu) em Deli encheu as primeiras páginas dos noticiários, com milhares de pessoas manifestando-se nas ruas para protestar contra a falta de proteção legal para as vítimas de assaltos sexuais, a lentidão ou desprezo dos tribunais, práticas policiais nocivas e as questões sociais subjacentes que levam a esse estado de coisas.
Em 6 de setembro de 2018, o Tribunal Supremo da União Indiana aboliu a lei que criminalizava as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, uma regra que vinha do tempo colonial.
Subdivisões
A Índia se subdivide em vinte e nove estados e sete “territórios da União”. Todos os estados e os dois territórios da União de Pondicherry e o território da capital nacional elegem suas legislaturas e governos por meio do modelo de Westminster. Os outros cinco territórios união são regidos de forma direta pelo governo federal, através de várias administrações designadas. Em 1956, em virtude da Lei de Reorganização dos Estados, o território indiano foi dividido baseando-se em aspectos linguísticos. A partir de então, esta estrutura permaneceu sem mudanças. Cada estado ou território da união se divide em distritos administrativos. Por sua vez, os distritos se dividem em tehsils e finalmente em aldeias.
Estados
Territórios da união
Território Nacional da Capital Deli
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Economia
No período compreendido entre as décadas de 1950 e 1980, a economia indiana seguia tendências socialistas. A economia se manteve paralisada por regulamentos impostos pelo governo, o protecionismo e a propriedade pública, o que levou a uma corrupção generalizada e a um lento crescimento econômico. Em 1991, a economia nacional se converteu em uma economia de mercado. Esta mudança na política econômica em 1991 se deu pouco depois de uma crise aguda no balanço de pagamentos, pelo que desde então se pôs ênfase em fazer do comércio internacional e do investimento estrangeiro direto um setor primordial da economia indiana.
Durante as últimas décadas a economia indiana tem tido uma taxa de crescimento anual do produto interno bruto ao redor de 5,8%, convertendo-se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo. A Índia conta com a maior força de trabalho do mundo, com mais de 513,6 milhões de pessoas. Em termos de produção, o setor agrícola representa 28% do PIB; o setor de serviços, 54% e a indústria, 18%. Os principais produtos agrícolas e de gado incluem arroz, trigo, sementes oleaginosas, algodão, juta, chá, a cana-de-açúcar, ovinos, caprinos, aves de curral e pescados.
As principais indústrias são a têxtil, maquinaria, produtos químicos, aço, transportes, cimento, mineração e software. Em 2006, o comércio indiano havia alcançado uma proporção relativamente moderada de 24% do PIB, crescendo à taxa de 6% desde 1985. O comércio da Índia representa um pouco mais de 1% do comércio mundial. As principais exportações incluem os derivados de petróleo, alguns produtos têxteis, pedras preciosas, software, engenharia de bens, produtos químicos, peles e couros. Entre as principais importações estão o petróleo cru, maquinarias, joias, fertilizantes e alguns produtos químicos.
Um relatório em 2007 da Goldman Sachs previa que entre 2007 e 2020 o PIB indiano quadruplicaria e que poderia superar o PIB dos Estados Unidos antes de 2050, mas que a Índia continuaria sendo um dos países com habitantes mais pobres do mundo durante várias décadas, com renda per capita abaixo dos seus companheiros “BRIC” (Brasil, Rússia, Índia e China).
Apesar de nos últimos decênios a economia indiana ter aumentado de forma constante, este crescimento tem ocorrido de maneira desigual, em especial quando se compara à qualidade de vida nos diferentes grupos sociais, econômicos, em diversas regiões geográficas, zonas rurais e urbanas. Em 2008, o Banco Mundial afirmava que as prioridades mais importantes para o governo indiano deveriam ser a reforma do setor público, a construção de infraestruturas básicas, o desenvolvimento agrícola e rural sustentável, a eliminação das normas de trabalho, a reforma nos estados mais atrasados e a luta contra a AIDS.
Infraestrutura
Ciência e tecnologia
A Índia responde por cerca de 2,9% de todas as despesas em pesquisa e desenvolvimento do mundo em 2012 e o número de publicações científicas do país é crescente. No entanto, de acordo com o ministro de ciência e tecnologia indiano, Kapil Sibal, o país está ficando para trás em ciência e tecnologia em comparação aos países desenvolvidos. A Índia tem apenas 140 pesquisadores para cada milhão de habitantes, em comparação com 4 651 nos Estados Unidos. O país investiu 3,7 bilhões de dólares em ciência e tecnologia entre 2002 e 2003. Em comparação, a China investiu cerca de quatro vezes mais, enquanto os Estados Unidos investiram cerca de 75 vezes mais do que os indianos em ciência e tecnologia.Apesar disso, cinco Institutos Indianos de Tecnologia foram listados entre as dez melhores escolas de ciência e tecnologia da Ásia, pela Asiaweek. O número de publicações de cientistas indianos é caracterizada por algumas das taxas de crescimento mais rápidas entre os principais países. A Índia, juntamente com China, Irã e Brasil são os únicos países em desenvolvimento que fazem parte dos 31 países que juntos são responsáveis por 97,5% da produção científica do mundo.
Educação
A educação ocidental enraizou-se na sociedade indiana com o estabelecimento do Raj britânico. O sistema educacional indiano está sob o controle do Governo da União e, com alguma autonomia, dos estados. Vários artigos da constituição indiana classificam a educação como um direito fundamental. A maioria das universidades no país é controlada pela União ou pelos governos dos estados. O país tem feito progressos em aumentar a taxa de frequência no ensino primário e na expansão da alfabetização para cerca de três quartos da população. A melhora no sistema de ensino indiano é frequentemente citada como um dos principais contribuintes para o crescimento econômico do país nos últimos anos.Grande parte do progresso, especialmente na educação superior e na pesquisa científica, foi atribuído a várias instituições públicas. O mercado educacional privado indiano movimentou 40 bilhões de dólares em 2008 e aumentou esse valor para 70 bilhões em 2012.
No entanto, o país continua a enfrentar severos desafios nessa área. Apesar do crescente investimento educacional, 25% de sua população ainda é analfabeta, apenas 15% dos estudantes indianos chegam à escola secundária e apenas 7% à pós-graduação. A qualidade da educação, seja no ensino fundamental ou no superior, é significativamente baixa em comparação com a das principais nações em desenvolvimento. Em 2008, as instituições de ensino superior ofereciam vagas suficientes para apenas 7% da população em idade universitária do país, 25% dos cargos de ensino em todo a Índia estão vagos e 57% dos professores universitários indianos não tinham mestrado ou doutorado. Em 2011, existiam 1 522 faculdades de engenharia, com um total anual de 582 mil estudantes, além de 1 244 politécnicos, com um total anual de 265 mil estudantes. No entanto, estas instituições enfrentam problemas, como a escassez de professores e preocupações têm sido levantadas sobre a qualidade do ensino oferecido.
Saúde
A Índia tem um sistema de saúde universal mantido pelos seus estados e territórios constituintes. A constituição cobra de cada estado “elevar o nível da nutrição e da qualidade de vida de seu povo e da melhoria da saúde pública como entre suas funções primárias”. A Política Nacional de Saúde foi aprovada pelo Parlamento da Índia em 1983 e atualizada em 2002. Paralelo ao setor de saúde pública, e de fato mais popular, é o setor médico privado. Famílias indianas urbanas e rurais tendem a utilizar o setor médico privado com mais frequência do que o setor público, como refletido em pesquisas.
A Índia tem uma expectativa de vida de 64/67 anos (m/f) e uma taxa de mortalidade infantil de 61 por mil nascidos vivos. 42% das crianças indianas abaixo de três anos de idade são desnutridas, taxa maior que a encontrada em estatísticas da região subsaariana da África, que é de 28%. Embora a economia do país tenha crescido 50% entre 2001 e 2006, a taxa de desnutrição infantil caiu apenas 1%, ficando atrás de países com taxas de crescimento similares. A desnutrição impede o desenvolvimento social e cognitivo das crianças, além de reduzir seus níveis de escolaridade e renda quando adultas. Estes danos irreversíveis resultam em uma menor produtividade para o país. Como mais de 122 milhões de famílias sem banheiros e 33% sem acesso à latrinas, mais de 50% da população do país (638 milhões de pessoas) defecam ao ar livre todos os dias. Esta taxa é consideravelmente maior do que as de Bangladesh e Brasil (7%) e da China (4%). Apesar de 211 milhões de pessoas terem ganho acesso a sistemas de saneamento básico entre 1990 e 2008, apenas 31% utilizam os recursos oferecidos.
Transportes
Apesar das melhorias em curso na área, vários aspectos do setor de transportes ainda estão cheios de problemas devido à infraestrutura precária e à falta de investimento em regiões menos economicamente ativas do país. A demanda por infraestrutura e serviços de transportes tem vindo a aumentar em cerca de 10% ao ano, já que a infraestrutura atual é incapaz de atender às demandas econômicas crescentes. De acordo com estimativas de 2008 da Goldman Sachs, a Índia teria que gastar 1,7 trilhão de dólares em projetos de infraestrutura ao longo da década seguinte para impulsionar seu crescimento econômico, do qual 500 bilhões de dólares estão orçados para serem gastos durante o Décimo Primeiro Plano Quinquenal.
A rede ferroviária indiana é uma das maiores do mundo (com 63 465 quilômetros de extensão) e é o sistema mais utilizado do planeta, transportando 651 milhões de passageiros e mais de 921 milhões de toneladas de carga em 2011. O sistema ferroviário indiano, introduzido em 1853 pelos britânicos, é fornecido e mantido pela estatal Indian Railways, sob a supervisão do Ministério das Ferrovias.
A Índia tem uma rede de estradas nacionais que ligam todas as principais cidades e capitais estaduais, formando a espinha dorsal econômica do país. Em 2010, o país tinha um total de 79 443 km de estradas nacionais, das quais 200 km eram classificadas como autoestradas. A rede de estradas estaduais totalizava no mesmo ano 131 899 km e o total da rede rodoviária indiana cerca de 3 300 000 km.
Em 2012 havia 352 aeroportos civis na Índia, dos quais 251 com pistas pavimentadas. Há mais de 20 aeroportos internacionais. O Aeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Déli, e o Aeroporto Internacional de Chhatrapati Shivaji, em Bombaim, lidam com mais de metade do tráfego aéreo do sul da Ásia.
Os portos são os principais centros para o comércio. No país, cerca de 95% do comércio exterior em quantidade e 70% em valor ocorre através de portos marítimos. A Mumbai Port & JNPT (Nova Bombaim) controla 70% do comércio marítimo na Índia. Há doze portos principais nas seguintes cidades: Nova Bombaim, Bombaim, Kochi, Calcutá (incluindo Haldia), Paradip, Visakhapatnam, Ennore, Chennai, Thoothukudi, Nova Mangalore, Mormugão e Kandla. Além destes, existem 187 portos menores e intermediários, 43 dos quais lidam com cargas.
Energia
Devido à sua rápida expansão econômica, o país tem um dos mercados de energia que crescem mais rapidamente no mundo e espera-se que se torne o segundo maior contribuinte no aumento da demanda energética global até 2035, sendo responsável por 18% do aumento do consumo mundial. Dada a crescente demanda de energia e as limitadas reservas de combustíveis fósseis no mercado interno, o país tem planos ambiciosos para expandir suas indústrias de energia renovável e nuclear. A Índia tem o quinto maior mercado de energia eólica do mundo e tem planos de adicionar cerca de 20 gigawatts de capacidade de energia solar até 2022, além de também prever aumentar a contribuição da energia nuclear para a capacidade total de geração de eletricidade de 4,2% para 9% em 25 anos. O país tem cinco reatores nucleares em construção e planeja construir outros dezoito até 2025.
Cultura
A cultura indiana está marcada por um alto grau de sincretismo e pluralismo. Os indianos têm conseguido conservar suas tradições previamente estabelecidas, enquanto absorvem novos costumes, tradições e ideias de invasores e imigrantes, ao mesmo tempo que estendem a sua influência cultural a outras partes da Ásia, principalmente Indochina e Extremo Oriente.
Culinária
Artes e arquitetura
A arquitetura dos templos hindus é influenciada pelos Shastras Shilpa, uma série de textos fundamentais cuja forma mitológica básica é a mandala Vastu-Purusha, uma praça que encarna o conceito de “absoluto“. O Taj Mahal, construído na cidade de Agra entre 1631 e 1648 por ordem do imperador Shah Jahan e em memória de sua esposa, é descrito na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO como “a joia da arte muçulmana na Índia e uma das obras-primas universalmente admiradas da herança do mundo”. A arquitetura neo-indo-sarracena, desenvolvida pelos britânicos no final do século XIX, baseou-se em arquitetura indo-islâmica.
Artes cênicas
Literatura
Cinema e mídia
A indústria cinematográfica indiana é a maior do mundo. Bollywood, bairro localizado na cidade de Bombaim onde são feitos os filmes e comerciais em hindi, foi recentemente convertido no centro da indústria cinematográfica mais prolífica do mundo, igualando sua importância com Hollywood. Também são feitos filmes tradicionais e comerciais em zonas onde o bengali, canarês, malaiala, marata, tâmil e telugo são idiomas oficiais. O cinema do sul da Índia atrai mais de 75% da receita do cinema nacional.
A radiodifusão televisiva começou na Índia, em 1959, como um meio estatal de comunicação e teve expansão lenta por mais de duas décadas. O monopólio estatal na transmissão da televisão terminou em 1990 e, desde então, canais por satélite têm se tornado cada vez mais populares na cultura popular da sociedade indiana. Hoje, a televisão é a mídia com maior alcance na Índia; estimativas da indústria indicam que em 2012 havia mais de 554 milhões de consumidores de TV, 462 milhões de satélite e/ou conexões por cabos, em comparação com outras formas de mídia de massa, como a imprensa (350 milhões), o rádio (156 milhões) ou a internet (37 milhões).
Esportes
Os bons resultados conquistados pela equipe indiana de Copa Davis e outros tenistas indianos no início de 2010 fizeram o tênis se tornar cada vez mais popular no país. A Índia tem uma presença relativamente forte no tiro esportivo e já ganhou várias medalhas no Jogos Olímpicos, nos Campeonatos do Mundo de tiro e nos Jogos da Commonwealth. Outros esportes em que os indianos têm sido bem sucedidos internacionalmente incluem o badminton, o boxe e o wrestling. O futebol é popular em Bengala Ocidental, Goa, Tamil Nadu, Kerala e em estados do nordeste.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Índia
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