A tristeza

       A tristeza é uma das emoções que está presente na vida de todas as pessoas durante a sua existência . Quem nunca viveu uma situação capaz de entristecê-lo? Até mesmo o cristão que experimentou o gozo da salvação em Cristo, está sujeito à tristeza E bastante sofrer uma perda significativa, como a morte de um ente querido ou mesmo a perda de um emprego para que esse sentimento venha ser manifestado. Existem, porém, pessoas que sofrem de uma tristeza profunda sem causa aparente. Isso pode ser prenuncio de uma depressão. Abordaremos esse tema com mais profundidade quando falarmos sobre aconselhamento pastoral.

      Para distinguirmos o sentimento de tristeza de uma depressão, é importante atentarmos para os sintomas. A tristeza pode estar relacionada à depressão quando esse sentimento toma conta da pessoa, extrapolando os limites da sua consciência, sem que a pessoa saiba o que, de fato, está deixando-a triste. Em geral, é acompanhada de alguns sintomas como, por exemplo:

  • Anedonia – Perda da sensação de prazer, de sentir.
  • Anorexia – Perda do apetite (se for uma pessoa melancólica).
  • Bulimia – Apetite insaciável (se for uma pessoa ansiosa).
  • Insônia – Perda do sono.
  • Pipersônia – Sonolência permanente.

       A cada dia, cresce o número de pessoas com esse problema em nossas igrejas, que pode estar relacionado a uma depressão ou a uma crise existencial. A depressão é uma doença comprovada cientificamente, provocada por uma alteração neurológica devido à escassez ou excesso de uma substância química no cérebro chamada de cerotonina. Essa doença é caracterizada pelo humor deprimido, pensamento retardado e retardo psicomotor, além de um sentimento profundo de tristeza, desânimo, agitação e perplexidade.

      Apesar de a depressão ser considerada pela Psiquiatria como uma psicose de etiologia desconhecida, existem fatores que contribuem para a sua manifestação, dentre eles: os traumas da infância, a incapacidade de resolver determinadas situações, sentimentos de culpa, a ira ou quando o indivíduo entra num processo de crise.

      Já vimos anteriormente que existem pelo menos três tipos de crises que o ser humano pode enfrentar: Crise de desenvolvimento, que ocorre durante o processo evolutivo do ser humano; Crise circunstancial, que ocorre numa situação de impacto na vida do ser humano; e a Crise existencial, que está diretamente relacionada com a existência do indivíduo. Possivelmente, esta última é a pior crise que o ser humano pode enfrentar.

       O agente causador da Crise de desenvolvimento e da Crise circunstancial está na soma das modificações internas e ambientais do indivíduo, as quais se combinam, levando-o a uma crise. A crise existencial, porém, é algo que está basicamente relacionado à vida espiritual, tratando-se de um conflito entre a criatura e o seu criador.

       A tristeza comum pode ser superada através da solução dos problemas responsáveis pelo seu surgimento ou então quando nos adaptamos a uma nova realidade de vida numa situação que não podemos modificá-la – como no exemplo da perda de um ente querido.

       A tristeza mórbida, quando oriunda de uma depressão, deve ser tratada como tal. A depressão é uma doença como qualquer outra e precisa ser tratada. Atualmente existem tratamentos eficazes que podem resolver esse problema (não descarto, aqui a possibilidade de uma cura divina).

       Quando a tristeza está diretamente relacionada com uma crise existencial, a Psicologia ou a Psiquiatria dificilmente resolverão a situação. Às vezes estas conseguem apenas amenizar o estado da pessoa sob o preço de torná-la dependente de psicotrópicos, ou, pelo contrário, levam-na a uma mudança repentina de caráter, tornando-a egoísta, fazendo-a abdicar dos valores morais e espirituais necessários para o seu ajustamento pessoal.

       Nesse caso específico, só a Palavra de Deus que “penetra até a divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” ( Hb 4:12b) é capaz de mudar essa realidade. Por outro lado, essa situação exige uma mudança intrínseca que pode ocorrer com o cultivo do Fruto do Espírito, conforma Gl 5:22, que significa a implementação do caráter divino em nosso caráter. Um dos elementos que compõe o Fruto do Espírito é a alegria (gozo), o antídoto capaz de acabar com a tristeza.

Psicologia Pastoral – A Ciência do Conhecimento Humano como Aliada Ministerial

Lidando com as emoções e sentimentos – O caminho para a maturidade emocional

Jamiel de Oliveira Lopes – CPAD

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