Princípios básicos originais do casamento estabelecido pelo criador

       

São três os princípios básicos originais do casamento estabelecido pelo Criador: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2:24). O fato de o homem deixar pai e mãe e “apegar-se-á à sua mulher” remete a dois princípios fundamentais: a heterossexualidade, pois o casamento é entre um homem e uma mulher, e a monogamia, porque está escrito “à sua mulher” e não “às suas mulheres”. O homem deve se casar com uma só mulher. O terceiro princípio original é o da indissolubilidade, “e serão ambos uma carne”.

       A heterossexualidade é o relacionamento conjugal com aprovação divina dentro do casamento. Quando Deus disse: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1:28), estava se referindo ao casal “macho e fêmea” (v.27). Isso diz respeito à procriação, que só é possível pelo ato conjugal entre um homem e uma mulher. Com o avanço dos recursos científicos, é possível o invento de muitas coisas, mas esses princípios são invioláveis, a heterossexualidade e dentro do casamento, numa relação  sexual responsável. Ninguém tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo, pois está escrito que ele pertence a Deus e não a nós mesmos (1ªCo 6:20; 7:23), e nem a outrem sem responsabilidade. A ideia gnóstica é de que o corpo é por natureza mau, mas não danifica a pureza do Espírito; assim pode-se fazer dele o que quiser é completamente falsa, pois Deus veio ao mundo num corpo (Jo 1:14; Hb 10:5), o nosso corpo é a morada de Deus e do Espírito Santo (1ªCo 3:16; 6:19) e Deus irá ressuscitá-lo (1ªCo 15:42). Assim, o corpo deve ser conservado em santidade (1ªTs 5:23). A heterossexualidade é pecado fora do casamento; isso se chama adultério ou fornicação.

       A prática homossexual é condenada de ponta a ponta na Bíblia (Gn 19:4, 5; Lv 18:22; 20:13; Jz 19:22; Rm 1:24_28; 1ª Co 6:10; 1ªTm 1:9,10, Jd 7); mesmo assim, há um esforço concentrado de eliminar essa condenação exarada no Livro de Deus, até mesmo por alguns “teólogos”. Eles podem até convencer as Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde, os parlamentares do mundo inteiro, todos os governantes da terra, mas jamais poderão convencer o Deus do céu, autor da Bíblia.

       A monogamia é o sistema que estabelece o casamento de um homem com uma única mulher e vice-versa, estabelecido por Deus na criação: “apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2:24). O texto não diz “às suas mulheres”; este é o princípio original. O vocábulo vem de dois termos gregos: monós, “único”, e gamos, “casamento”. O sistema monogâmico é o oposto da poligamia e da poliandria. O modelo divino original é resgatado no cristianismo, a começar pelo Senhor Jesus a ratificar a instituição no relato da criação (Mt 19:4_6). O apóstolo Paulo também reafirma esse princípio: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada um tenha o seu próprio marido” (1ªCo 7:2). E, mais adiante, nos requisitos para os presbíteros, cujo ensino vale para todos os cristãos, o apóstolo afirma: “marido de uma só mulher” (1ªTm 3:2). Havia no começo do cristianismo muitas famílias polígamas, provenientes tanto dos judeus como dos gentios. Eram situações que não podiam ser facilmente resolvidas. Essas pessoas abraçaram o evangelho de Jesus, nasceram de novo. O que deviam fazer com as suas mulheres e filhos. Muitos ficaram assim, nessa condição, mas não podiam exercer cargos na Igreja.

       O termo “poligamia” vem de duas palavras gregas: polys, “muito”,  gamos, “casamento”. Trata-se do sistema social que permite a um homem se casar com mais de uma mulher ao mesmo tempo, e isso foi introduzido pelo pecado (Gn 4:19). No antigo Oriente Médio, era mais uma ostentação de poder (1ªRe 11:1_3). A poligamia nunca foi um mandamento; simplesmente aparece na legislação mosaica (Ex 21:9, 10; Dt 21:15). Os judeus abandonaram essa prática, mas os muçulmanos a mantêm.  Ela não aparece no Antigo Testamento depois da monarquia, exceto no caso de alguns reis, como Davi e Salomão, isso mostra que nesse período não era estilo de vida do povo, mas exceção.

       A indissolubilidade do casamento está no propósito divino desde 0 princípio da criação, como disse Jesus: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19:4_6). O Senhor Jesus está dizendo que a vontade de Deus expressa nas palavras de Gênesis 2:24 é a indissolubilidade. Isso é da natureza do casamento, independentemente da confissão religiosa dos nubentes. Deus está presente no voto solene durante o pacto do casamento, a cerimônia, qualquer que seja o regime, cultura regional ou época. Essa verdade está presente numa repreensão divina à falta de fidelidade conjugal: “Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto” (Ml 2:14). Assim, o casamento é mais do que um contrato jurídico; é uma união espiritual e indissolúvel.

       O divórcio é um remédio amargo para uma solução inglória. A Bíblia não incentiva nem encoraja o divórcio (1ªCo 7:10, 11); apenas o permite em situações específicas por causa da pecaminosidade humana (Mt 19:7,8). Em termos genéricos, pode-se afirmar que casamento só termina pela morte de um dos cônjuges (Rm 7:4), pela infidelidade conjugal (Mt 5:31; 19:70 ou pela deserção por parte do cônjuge descrente (1ªCo 7: 14, 15). A nota de rodapé sobre 1ª Coríntios 7:8_16 da Bíblia de Estudo Apologia Cristã, publicação da CPAD, conclui assim o assunto:

Paulo não estava contradizendo o ensinamento de Jesus, nem fazendo acréscimos a ele, mas aplicando-o a um contexto particular. As Escrituras apresentam duas claras infrações ao concerto do casamento (Gn 2:24; Mt 19:5): a deserção (que infringe a instrução de “apegar-se”) e o adultério (que infringe a instrução de ser “uma só carne”); em minha opinião, estas instruções são motivo legítimos para o divórcio (e, portanto, um novo casamento). Onde esta ruptura não tiver ocorrido, o novo casamento depois do divórcio não é opção aceitável. Quando possível, todavia, a reconciliação é o ideal.

O cônjuge vítima de traição e de deserção não estará em adultério se contrair novas núpcias.

A Razão da Nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos – Livro de Apoio das Lições Bíblicas do 3ºT 2017 Adulto CPAD

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