Professores brasileiros têm um dos piores salários do mundo

 

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Os professores brasileiros têm um dos piores salários do mundo pela categoria, perdendo apenas para a Indonésia. Os dados são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e fazem parte do estudo Education at a Glance 2014, que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros da organização e 10 parceiros, incluindo o Brasil.

A pesquisa revelou que um professor em início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, um professor recebe 66.085 dólares por ano.

Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes o salário de um professor no Brasil.

Os salários no Brasil estão bem abaixo até mesmo dos praticados em outros países da América Latina. No Chile, um professor recebe em média 17.770 dólares por ano e no México, 15.556 dólares.

O único país avaliado no estudo que ficou atrás do Brasil foi a Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano. Os valores são de 2012, com dólares ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).

OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil atualmente está na penúltima posição, à frente somente do México.

Educação

Antecedentes

A educação possui um papel extremamente importante em fornecer às pessoas o conhecimento, as habilidades e as competências necessárias para uma participação efetiva na sociedade e na economia. Além disso, a educação pode melhorar a vida das pessoas em áreas como saúde, engajamento cívico, interesse político e felicidade. Estudos demonstram que pessoas instruídas vivem mais, participam mais ativamente da política e da comunidade onde vivem, cometem menos crimes e necessitam menos de assistência social.

Anos de estudo

Em uma economia do conhecimento que se transforma com rapidez, educação significa adquirir habilidades para a vida. Mas quantos anos as futuras gerações irão passar na escola, faculdade ou em alguma instituição de ensino? A resposta é que, em média, na OCDE as pessoas podem passar cerca de 17,2 anos estudando, a julgar pelo número de indivíduos com idade entre 5 e 39 anos atualmente na escola. Os resultados variam de cerca de 14 anos de estudo na Colômbia e a mais de 21 anos na Austrália.

Grau de Instrução

Ter uma boa educação aumenta consideravelmente a probabilidade de encontrar emprego e ter renda suficiente para uma boa qualidade de vida. Pessoas bem instruídas são menos afetadas pelas tendências de desemprego, isso porque, normalmente, um indivíduo instruído passa a ser mais atraente na força de trabalho. O ganho em anos de vida também aumenta a cada nível de educação obtido.

Adicionalmente, as qualificações exigidas pelo mercado de trabalho cada vez mais se baseiam em conhecimento. Essa alteração na demanda tornou o diploma de ensino médio requisito mínimo para obtenção de emprego em quase todos os países da OCDE. As taxas de conclusão do ensino médio fornecem uma boa indicação sobre o fato de o país estar preparando ou não seus alunos para que atendam as exigências mínimas do mercado de trabalho.

Em média, cerca de 79% dos adultos entre 25 e 64 anos nos países da OCDE concluíram o ensino médio. Nos 34 países da OCDE, na África do Sul e na Rússia, 60% ou mais da população entre 25 e 64 concluíram, pelo menos, o ensino médio.Em alguns países, acontece o contrário: no México e na Turquia, 60% ou mais da população entre 25 e 64 anos não concluíram o ensino médio.  No entanto, na maioria dos países da OCDE é mais provável que as mulheres obtenham um diploma de ensino superior ou universitário, em vez dos homens, uma inversão de um padrão histórico. Em média, nos países da OCDE, 39% das mulheres entre 25 e 64 anos possuem educação superior, comparado com 33% dos homens.

Habilidades dos Estudantes

Ainda que sejam importantes, as taxas de conclusão dos estudos pouco têm a ver com a qualidade da educação recebida. O Programa da OCDE de Avaliação Internacional do Aluno (PISA) examina até que ponto os alunos, próximos ao final da educação obrigatória (normalmente por volta dos 15 anos), adquiriram conhecimento e habilidades essenciais para a plena participação nas sociedades modernas, especialmente no que diz respeito a leitura, matemática e ciência. 

Em 2015, o PISA avaliou alunos de 72 países, incluindo países da OCDE, o Brasil e a Rússia. Os alunos foram avaliados quanto às habilidades de leitura, matemática e nível em ciências. A pesquisa demonstra que essas habilidades ajudam a criar prognósticos mais confiáveis do bem-estar econômico e social do que a quantidade de anos passados na escola ou em instituições de nível superior. O aluno médio na OCDE obteve 486 pontos. Em média, na OCDE, as meninas obtiveram 487 pontos contra 485 dos meninos. 

Japão é o país com melhor desempenho na OCDE, com pontuações médias no PISA de 529, seguido pela Estônia com 524 pontos, pelo Canadá e pela Finlândia, ambos com 523 pontos. O país da OCDE com menor desempenho, México, obteve pontuação média de 416. Isso significa que a diferença entre os países na OCDE de melhor e pior desempenho é de 113 pontos. A diferença em relação ao Brasil é ainda maior, com 134 pontos separando o desempenho médio do Brasil e o do Japão.

Os melhores sistemas educacionais conseguem oferecer educação de alta qualidade a todos os alunos. No Canadá, na Estônia, na Noruega e na Rússia, por exemplo, os alunos tendem a apresentar bom desempenho independente da classe social. Entretanto, na França, na Hungria e em Luxemburgo, a diferença entre os alunos das classes socioeconômicas mais baixas e os alunos das classes socioeconômicas mais altas atinge mais de 115 pontos, sugerindo que a base socioeconômica dos alunos tende a impactar seus resultados. Em média, entre os países da OCDE, há uma diferença de 82 pontos nas pontuações do PISA entre os alunos das classes socioeconômicas mais altas e mais baixas.  

http://www.oecdbetterlifeindex.org/pt/quesitos/education-pt/

https://observatorio3setor.org.br/noticias

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