Ética Cristã e Direitos Humanos

      A sensação de impunidade traz a ideia de que os direitos humanos foram estabelecidos para defender os bandidos. Esta não é uma ideia correta a respeito dos direitos humanos, mas a expressão que denuncia militantes que os usa, não segundo os valores interiores inerentes ao ser humano, mas a uma agenda fraudulenta político-ideológica. Entretanto é importante ressaltar que a instituição dos direitos humanos é uma expressão do Estado Democrático de Direito. Vivemos num império das leis. Por exemplo, o dogma jurídico de que todo cidadão  tem a presunção da inocência é enfatizado, sobretudo, pela Palavra de Deus (1ªTm 5:19,20). Só saberá o que significa realmente os direitos humanos quem um dia sofrer a injustiça.

Introdução

Grande parte da história da humanidade demonstra que os direitos foram prerrogativas de uma minoria privilegiada. Em tempos modernos foi que surgiu o conceito de direitos fundamentais inerentes à dignidade humana: os Direitos Humanos. Apesar desses conceitos florescerem em tempos atuais, desde a criação do homem, as Escrituras Sagradas revelam a vontade de Deus acerca do que é direito e dever nas relações humanas.

Ponto Central

A ideia de Direitos Humanos brota do mandamento de amor revelado nas Escrituras.

 

A Igreja e os Direitos Humanos

A Igreja de Cristo na terra é atuante e militante. A igreja batalha pela fé que uma vez foi dada aos santos e pelos preceitos bíblicos divinamente revelados (Jd 3). Formada por todos aqueles que seguem a Cristo, a igreja luta contra as depravações da carne  e as injustiças no mundo, luta contra o Diabo e seus ardis, e contra o pecado e suas terríveis consequências (Ef 6:12). Nesse papel, a Igreja tem como pressuposto a pratica do amor, que é o elemento motivacional de conduta para todo cristão. Desse modo, a Igreja de Cristo é agente de transformação social e espiritual da sociedade.

       As Escrituras Sagradas é o livro texto utilizado como única regra infalível de fé e prática para a Igreja. E nenhum outro livro tem enaltecido tanto a dignidade e os direitos do ser humano como o faz a Bíblia Sagrada. As Escrituras revelam o amor de Deus sem acepção de pessoas (Jo 3:16, Rm 2:11). A Palavra de Deus condena as injustiças sociais e a exploração do cidadão (Tg 5:4). A Igreja é advertida em perseverar na prática do bem ao próximo (2ª Ts 3:13). E aqueles que ficam impassíveis diante da violação dos direitos humanos são considerados pecadores (Tg 4:17).

1 – A Igreja e o Trabalho Escravo

O trabalho é essencial para o sustento da vida. Desde a Criação o trabalho está presente na História da raça humana (Gn 2:15). Sustentar a si mesmo e a família por meio do trabalho é uma dádiva divina e dignifica o ser humano (Ec 3:13; Ef 4:28). No entanto, quando a carga horária é exaustiva, os salários são baixos e as condições do trabalho são degradantes, a dignidade humana é violada e o trabalho se torna  em escravidão. A igreja de Cristo não pode ficar insensível diante do trabalho escravo. Há uma condenação direta e objetiva da Palavra de Deus, segundo Tiago, que condena a exploração e a injustiça praticada contra os trabalhadores (Tg 5:4_6).

2 – A Igreja e os prisioneiros

Em 2014, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do Brasil divulgou que a nossa população carcerária era de 563.526 presos e que estavam encarcerados 206.307 prisioneiros além da capacidade de vagas. Somado ao problema da superlotação, os presídios públicos, também não oferecem as condições mínimas de dignidade humana, higiene e salubridade. Nosso índice de reincidência no crime é de 70%, o que demonstra a ineficiência do Estado na ressocialização dos prisioneiros. A igreja não pode negligenciar o seu papel de visitar e evangelizar os encarcerados (Hb 13:3). Por meio da ação dos servos de Cristo, os prisioneiros recebem dignidade e, sobretudo, a salvação (Mt 25:36_40; Lc 4:19).

3 – A Igreja e o problema social

      Os principais problemas sociais do Brasil são o desemprego, a precariedade de moradia, a saúde, a segurança, a educação e outros. Como resultado da ineficiência do Estado os índices de violência e de criminalidade aumentam a cada dia. É consenso que tais problemas são agravados pelo desvio das verbas públicas por meio da nefasta prática da corrupção. Habacuque, em sua época, contatou problemas similares: opressão, violência, litígio, impunidade, suborno e juízo distorcido (Hc 1:1_4). O profeta tinha a consciência de que o mal a ser combatido era o pecado. Assim como fez Habacuque, e como ensina o cronista, a igreja deve unir forças para restaurar a nação por meio da confissão sincera e do clamor a Deus (2ª Cr 7:14).

Conclusão

       Nenhum outro livro tem enaltecido tanto a dignidade humana como o faz a Bíblia Sagrada. As Escrituras revelam o amor de Deus sem acepção de pessoas (Jo 3:16; Rm 2:11). A igreja é advertida em perseverar na prática do bem ao próximo (2ªTs 3:13). E os que ficam impassíveis diante da violação dos direitos humanos são considerados pecadores (Tg 4:17).

Valores Cristãos – Enfrentando as questões morais do nosso tempo – Livro de Apoio das Lições Bíblicas do 2ºT 2018 Adulto CPAD e Revista – Lições Bíblicas

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