A Europa clama: “Passa outra vez para cá e prega-me de novo o evangelho”

Missões na Europa

Missões na Europa

Hitler morreu há 67 anos e não há nem um monumento sequer em memória dele, o que é absolutamente compreensível. O reformador Lutero morreu há 466 anos e em várias cidades da Alemanha — como Berlim, Döbeln, Dresden, Eisenach, Eisleben, Erfurt, Görlitz, Magdeburgo, Prenzlau, Steinbach, Torgau, Wittenberg e Worms — sua memória é preservada por meio de belos monumentos. Todavia, é o caso de se perguntar, parodiando Henry Martin: Há monumentos de Lutero em abundância, mas quando a Alemanha crerá outra vez e com o mesmo vigor na “sola Scriptura” (só a Bíblia como regra de fé e prática), “sola gratia” (só a graça de Deus torna possível a salvação) e “sola fide” (só por meio da fé em Cristo toma-se posse da salvação)? Quando o cristianismo europeu vai se erguer outra vez?

 
Os protestantes falam na “reevangelização” da Alemanha e da Europa. Os católicos, talvez antes dos protestantes, falam na “nova evangelização” do velho continente. A rigor, as palavras são sinônimas, mas não significam necessariamente encher de novo os bancos vazios das igrejas. Reevangelizar é mais que isso. É colocar as pessoas outra vez na órbita de Cristo.
 
Não é uma tarefa fácil, como explicou o pastor luterano finlandês Kalevi Lehtinen em uma reunião realizada na Europa no início de 1988. Ele afirmou que para muitos europeus o evangelho não é nem bom nem novo. Não é novo porque o cristianismo já foi experimentado. Não é bom porque o cristianismo é desnecessário. Há muita diferença entre um campo missionário pré-cristão e outro pós-cristão, embora ambos necessitem do evangelho. A diferença, explica o diretor da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo na Europa, é a mesma existente entre a mulher solteira e a divorciada. Apesar de ambas estarem solteiras, a primeira tem ideais, esperanças, sonhos e aspirações; a segunda tem frustrações, lembranças amargas, experiências desagradáveis e apatia. A Europa pós-cristã é como a mulher divorciada — divorciada de Jesus, conclui Lehtinen.
 
Naturalmente, a mulher solteira aspira ao casamento muito mais do que a mulher divorciada. Para o europeu, insiste o pastor, “o cristianismo não é uma nova oportunidade jamais tentada”. Antes, “o cristianismo não pertence ao amanhã, mas ao ontem. Ser cristão, para a maior parte dos europeus, significa retornar à Idade Média e dizer não à visão científica do mundo e às realidades do hoje”. Por isso, é preciso passar à Europa outra vez e pregar o evangelho a essa mulher divorciada. Afinal, quantas vezes Israel se divorciou de Deus e se prostituiu? Quantas vezes Deus teve misericórdia dos filhos de Abraão e se dispôs a receber outra vez a antiga esposa (Os 3.1-5)?
 
É preciso lembrar que os antigos campos missionários de ontem (toda a América, África e Ásia) têm uma grande dívida de gratidão com o continente europeu no sentido religioso. A Europa nos deu Pedro Valdo (1140–1217), Domingos (1170–1221), Francisco de Assis (1182–1226), Tomás de Aquino (1225–1274), John Wycliffe 
(1320–1384), John Huss (1373–1415), Jerônimo Savonarola (1452–1498), Martinho Lutero (1483–1545), Inácio de Loyola (1491–1556), João Calvino (1509–1564), Zinzendorf (1700–1760), John Wesley (1703–1791), William Wilberforce 
(1759–1833), Robert Kalley (1809–1822), William Booth (1829–1912), C. S. Lewis (1898–1963), John Stott (1921–2011) e muitos outros. Na Europa aconteceram as duas grandes divisões do cristianismo: o Grande Cisma de 1054, que separou de Roma as igrejas ortodoxas orientais, e a Reforma Protestante do século 16. Na Europa surgiram as mais importantes ordens religiosas do catolicismo, quase todas as denominações evangélicas (as igrejas valdense, luterana, presbiteriana, anglicana, batista, congregacional, metodista) e os primórdios do movimento pentecostal.
 
A Europa é o berço do movimento pietista (1674), da escola dominical (1780), das sociedades bíblicas (1808), do Exército de Salvação (1878) e da InterVarsity Fellowship (1877). Foi a Europa que produziu os mais famosos oratórios em torno da pessoa de Jesus, como “Paixão Segundo São Mateus”, de J. S. Bach (1729), e “O Messias”, de G. F. Handel (1741). Alguns dos hinos mais cantados saíram da Europa: “Castelo forte”, “Jesus alegria dos homens”, “Adeste Fidelis”, “Saudai o nome de Jesus e Noite de paz”. As mais notáveis confissões de fé foram escritas na Europa: Confissão de Augsburgo (1532), Confissão Escocesa (1560) e Confissão de Westminster (1640).
 
O mundo inteiro deve muito à Europa no que diz respeito a missões. Embora tardias e posteriores às das igrejas católicas, as igrejas reformadas organizaram várias agências missionárias e enviaram missionários para o mundo inteiro. Só da Universidade de Halle, na Alemanha, saíram sessenta missionários para o estrangeiro, e de Herrnhut, mais de 2 mil.
 
A Europa clama: “Passa outra vez para cá e prega-nos de novo o evangelho”. Em entrevista concedida ao site de “Veja”, o autor do “best-seller” “Uma Breve História do Mundo” afirma que o cristianismo já renasceu muitas vezes e vai renascer outras ainda. Se não reevangelizarmos o velho continente, seremos como os nove leprosos que não voltaram a Jesus para agradecer o milagre da cura (Lc 17.11-19)!
  •        A concepção e cosmovisão missionária por muitos anos e décadas enfatizaram a África e a América Latina como alvo e campo missionário, e depois foi e ainda é a Ásia. Graças a Deus por essa visão, pois fomos alcançados pela mensagem graças à disposição de missionários que vieram até o Brasil a fim de evangelizar essa Nação. O Brasil foi alvo missionário, e ainda carece de Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB S sempre fico intrigado com a aplicação do tempo e do espaço, em termos teológicos, filosóficos, ou religiosos. A primeira influência é no tocante a esperança. Se eu for adepto de Allan Kardec, ficarei na dúvida sobre várias coisas. Exemplo: Se uma pessoa está sofrendo, está pagando o mal da encarnação anterior, e, se eu aliviar seu sofrimento, então não ajudarei, mas prejudicarei. Se sofro, quero saber o que fiz de errado na vida anterior, para evitar repetir o erro, mas, explicam-me que ninguém sabe. Uma das religiões orientais afirma que é preciso muitos investimentos, haja vista nossas cidades com vários bairros sem Igrejas sérias, bíblicas e equilibradas, e várias cidades que ainda não possuem Igrejas organizadas. Além dessas e de outras tantas necessidades das Igrejas evangélicas e do nosso povo que clama por ajuda e por salvação, temos que olhar para o mundo como um campo missionário. Fomos alvo das agências missionárias e hoje somos considerados um celeiro de missionários. O Brasil hoje é umas das Nações que mais envia missionários ao campo. Hoje o processo está invertido.
  •        Outrora os missionários Europeus e norte-americanos vinham ao Brasil para aqui pregar, ensinar a Palavra de Deus, batizar, e plantar Igrejas. Hoje, a Europa secularizada clama por cristãos que amem acima de todas as coisas. Hoje a Europa, marcada por vários conflitos internos, por várias situações políticas do pós-guerra, clama por salvação. O Brasil tem enviado pessoas valorosas para re-evangelizar a Europa. Paulo, o apóstolo, foi o maior missionário, e ele almejava ir à Espanha, de acordo com o texto de Romanos 15.28. Não sabemos ao certo se esse desejo concretizou-se, só sabemos que o Evangelho chegou lá.
  •        Graças a Deus o Evangelho chegou até nós e nós não podemos represá-lo para nós em nossas Igrejas. Precisamos sim olhar para o mundo com compaixão. Devemos amar as almas perdidas da Europa e clamar para que o Senhor levante mais obreiros para Sua Seara. São poucos os ceifeiros e os campos estão brancos para a colheita, é o que nos disse e nEle. Se antes de morrer a pessoa estava com Ele e nEle, após a morte ela entra em outra relação no tocante a tempo e espaço. Logo, ela não sentirá se esteve dormindo 1, 100, ou 1.000 anos, então, após minha morte, se eu estava em Cristo, e era dEle, vou ressurgir. É como se a minha vida não sofresse interrupção. Um detalhe: Dizer-me que não devemos crer que Cristo morreu e ressuscitou é pior do que crer, pois como aceitar que todos os apóstolos morreram por não negar a Cristo, e que, depois dEle, milhares de discípulos deles também foram martirizados, é muita ignorância. Por uma verdade, um homem pode morrer, mas por uma mentira, impossível! Outra coisa, Jesus. A obra missionária é urgente e prioritária para a Igreja de Jesus Cristo. O “Ide por todo mundo” ainda é, e sempre será um desafio para nós. A sensação de urgência se dá pelo fato de que pessoas a todo instante estão desperdiçando suas vidas e morrendo sem Deus e sem salvação eterna. As pessoas, seja aqui, seja na cidade do lado, do outro lado do mundo, ou na Europa, precisam saber que Jesus Cristo é o Senhor para a Glória de Deus Pai. Clamemos pela Europa e nossos missionários que lá estão.

 Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

http://www.batistas.com/OJB_PDF/2016/OJB_11.pdf

ultimato.com.br/revista/316

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