BIOGRAFIA – Jacó Armínio

Uma breve história sobre Armínio, e o arminianismo.

I-ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO

Breve histórico de Jacó Armínio

Jacob Harmensen, (*1560-1609) que transliterou seu nome para o latim transformando-se em , Jacobus Armínius, em português – Jacó Armínio, também é conhecido nos países de língua portuguesa, pela versão inglesa de seu nome – James ou Jacob Arminius.

Nascido em na cidade Holandesa de Oudewater, numa ambiência totalmente calvinista, estudou em Leyden, na Universidade Marburg (1575-1581) recebendo o título de doutor em teologia, na Basiléia (1582-1583), e em Genebra na Suíça (1584-1586).

Nem sempre Armínio nutria as idéias que hoje são conhecidas como arminianismo, era ele, um adepto do calvinismo, sendo inclusive, influenciado por Teodoro de Beza o sucessor de Calvino.

A controvérsia se deu, não por uma sublevação direta de Armínio, pelo contrário, a princípio o teólogo de Leiden preparou-se, por escolha de um sínodo local, a defender e teologia reformada, professada pela Igreja Holandesa, que vinha sendo atacada pelo teólogo Dirck Koornhet tendo como alvo principal de seus ataques, a doutrina da predestinação absoluta.

No afã de responder com propriedade as assertivas de KoornhetArmínio se lançou a pesquisas tendo como fonte de pesquisa, além das Escrituras, as obras teológicas dos Pais da Igreja. Todo esta empresa, produziu um efeito contrário, ou seja, Jacó Armínio terminou sua pesquisa corroborando as teses de Dirck Koornhet .

Sua principal característica é a defesa do livre-arbítrio humano. Por esse posicionamento, enfrentou forte oposição, perseguição e falsas acusações por parte dos teólogos calvinistas. Entretanto, esse teólogo holandês sempre apresentou uma postura tolerante e não combativa, embora convicto de suas opiniões.

O problema não terminou por aí, alias, absorver as idéias contrarias a teologia dominante, foi apenas o início. Exercendo o ofício pastoral (1588-1603), e nas atividades de professor em Leydem, a partir de 1603, suas questões começaram a ser publicamente divulgadas. Nas publicações de suas idéias e no conseqüente choque com a ala reformada mais radical, principalmente na figura de Franciscus Gomarus, que fora seu professor, que antojou o antiarminianismo, começou na vida de Armínio, uma intensa e enfadonha perseguição teológica e intelectual.

Uns dos pontos centrais da divergência de Armínio e Gomarus, era na doutrina da predestinação, que segundo o primeiro, Deus conhecia de antemão aqueles que recepcionariam a graça de Deus, em Cristo Jesus, já Gomarus defendia que Deus só levava em conta sua absoluta vontade, predestinando assim aqueles que, por única e inquestionável vontade, decidiu eleger. Em 1607, essas diferenças foram transformadas em protestos por parte dos calvinistas, tendo o sínodo holandês convocado Armínio e Gomarus a exporem suas divergências – outra conferência foi agendada em 1609, sem nenhum avanço, sendo que neste mesmo ano, Armínio morreu de tuberculose.

A morte de Jacó Armínio, não esfriou a controvérsia, sendo o seu ideário defendido, principalmente por Johannes Uitenbogaard e Simon Episcopius.
Em 1910 a controvérsia desencadeou em um sínodo, conhecido como Sínodo de Dort. A primeira reunião do sínodo foi realizada no dia 13 de Novembro de 1618 e a finda, a 154ª deu-se no dia 9 de Maio de 1619.

Como já dito, ambiência teológica da Holanda era calvinista, sendo que até seu príncipe regente, Mauricio de Nassau, numa medida política, destituiu e imprimiu uma vil intolerância contra vários ministros arminianos, que, além de serem acusados de hereges, perderam suas propriedades e foram exilados. É importante lembrar também que a intolerância da Igreja Reformada Holandesa, sob o manto do estado holandês, também produziu morte, pois, Van Oldenbarnevelt foi executado. Hugo Grocio, um dos maiores juristas da história, foi condenado a prisão perpétua, mas, graças ao auxílio de sua esposa, conseguiu escapar escondido em um baú, aparentemente cheio de livros.

O calvinismo foi beneficiado pelo estado holandês, porque, estando a Holanda em guerra com a católica Espanha, acreditava Maurício Nassau que o sentimento calvinismo era mais eficaz para impedir que seus patrícios fossem influenciados pelo catolicismo da Espanha.

Com a morte de Maurício de Nassau, e a conseqüente perda de poder dos calvinistas, os arminianos conquistaram liberdade de expressão, e isso ocasionou na fundação de igrejas e do Seminário Remonstrante, existente na Holanda até hoje.

*Eleição divina e livre-arbítrio
“Na Bíblia temos tanto a pré-destinação divina como a livre escolha humana, em relação à salvação; mas  não uma predestinação em que uns são destinados à vida eterna, e outros à perdição eterna. […]. Por outro lado, a ênfase inconsequente à livre vontade do homem conduz ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas.”

1-Salvação e livre-arbítrio

Livre-arbítrio significa a tomada de decisão humana para a salvação conquistada por Jesus na cruz do calvário. A salvação é oferecida a todos os seres humanos indistinta e gratuitamente (Ap 22:17) e por uma escolha pessoal e livre de cada um. Todos os que o aceitam serão salvos e predestinados à vida eterna, pois Ele quer que todos sejam salvos (2ªPe 3:9). Essa maneira de pensar a Soteriologia é professada pelos pentecostais e teve sua origem em Jacó Armínio (1560-1609), sendo também explicada depois por JohnWesley (1709-91) e John William Fletcher (1729-85). Logo, com a teologia pentecostal, não necessariamente por não poder conviver com esta, mas especialmente porque  o calvinismo nega algumas dinâmicas do pentecostalismo, como será visto adiante, sendo, assim, irreconciliáveis. Essa declaração é necessária porque o calvinismo é, majoritariamente, cessacionista¹ (https://youtu.be/MIn74klWuKA). Portanto, de forma subjetiva, estão fazendo os pentecostais abdicarem da doutrina mais cara ao pentecostalismo, que é o batismo no Espírito Santo.

  • ¹Os cessacionistas não podem crer na revelação e inspiração interior porque isso vai contra suas teorias e teologias dogmatizadas e afirmadas há séculos. Essas teorias não têm mais respostas às perguntas modernas. Certamente que a ortodoxia é necessária, bem como a antiguidade dos preceitos religiosos diante da volatilidade e liquidez da atualidade, em que nada mais é estável, causando grande desconforto e insegurança nesse sentido. A religião cristalizada — nesse caso o calvinismo — é importante, pois estabiliza o sujeito e torna-se uma da últimas instituições não afetadas pelo pós-modernismo.  

       Os pentecostais também rejeitam a doutrina de Calvino por ela ser fatalista, muito acomodatícia quanto ao evangelismo, supondo certa injustiça em Deus, além de sugerir uma robotização humana; pode levar à acomodação quanto ao evangelismo, supondo certa injustiça em Deus, além de sugerir uma robotização humana; pode levar a acomodação humana quanto a santificação e ao empenho para a salvação de outros. Por isso, aproximam-se mais da doutrina de Armínio, mas isso não significa que toda a Teologia arminiana possa ser aceita sem qualquer problema. Este material, entretanto, não se propõe a encontrar estas falhas, mas simplesmente apontar a coerência existente entre a doutrina arminiana e a Teologia Pentecostal.

       É bom recomendar que não se façam disputas entre calvinismo e arminianismo, mas que se exercite a tolerância cristã e o respeito nas questões divergentes, que são muitas. Até porque os irmãos calvinistas são acusados por alguns, dada a ênfase fundamentalista de suas doutrinas, que são intolerantes; eles são levados ao orgulho espiritual por serem os predestinados;²   sua ação evangelística é quase nula e isolam-se das demais igrejas³. O calvinismo também confessa uma pureza doutrinária acimas das demais teologias evangélicas, pureza esta que acaba tornando-se um meio de auto-salvação.Apesar disso, há também, alguns pontos de contacto entre as doutrinas. Silas Daniel afirmou “que o calvinismo honra a Deus tanto quanto o arminianismo, claramente estou me referindo ao calvinismo majoritário, compatibilista (o outro extremo é o fatalista)”. Há pontos de contato especialmente no pentecostalismo mais popular, onde há “certo fatalismo quando se trata de ‘causas e consequências'”, especialmente diante de grandes tragédias. A frase “Deus assim quis” é muito comum sem levar em conta a lógica da afirmação em alguns contextos”.

  • ² Muito embora se afirme em alguns círculos pentecostais, especialmente no Brasil, que os calvinistas praticam o “parisitismo teológico”, ou seja, para sobreviver teologicamente e enquanto igreja, precisam firmar-se numa teologia diferente, eles nesse sentido, estão “evangelizando” os pentecostais. Deve-se destacar também que a ortodoxia cristã tem uma grande dívida para com a teologia reformada na luta contra as teologias liberais.
  • ³ Algumas correntes neocalvinistas podem ser mais moderadas e possíveis de um diálogo com pentecostais, mas não deixam de afirmar o cessacionismo.

Armínio escreveu que não poderia concordar com o calvinismo, chamando-o, então, de repugnante, tendo em vista algumas contrariedades que são: Deus jamais criaria algo, como a predestinação, para a condenação, com o propósito de não ser unicamente bom, ou seja, “que Deus criou algo para a perdição eterna para o louvor da sua justiça”; se Deus predestinasse alguém à perdição, seria para demonstrar a glória de sua misericórdia e da sua justiça, mas Ele não pode demonstrar tal glória através de um ato contrário à sua misericórdia e justiça, como a predestinação à condenação; se Deus condenasse os seres humanos desde a criação, Ele quereria o maior mal para as suas criaturas e teria predeterminado, desde a eternidade, o mal para elas, mesmo antes de conceder-lhes qualquer bem; assim, Deus quis condenar e, para que pudesse fazer isso, Ele quis criar, embora a própria criação é uma demonstração de sua bondade; entretanto, contrariando essa ideia espúria, Deus confere bençãos e benefícios sobre o mal e o injusto e até sobre aqueles que são merecedores de punição; o pecado é chamado de desobediência e rebelião; logo, Deus teria colocado alguns sob uma necessidade inevitável de pecar, o que seria impossível; a condenação é consequência do pecado; este entretanto, sendo causa, não pode ser colocado como meio pelo qual Deus executa o decreto ou a vontade de reprovação dos seres humanos; a predestinação tem um paradoxo intransponível, que é o fato de os pecadores destinados à condenação terem sido condenados antes mesmos de Jesus ter sido predestinado, muito embora Ele tenha sido morto desde a fundação do mundo para ser o salvador; isso desonra a Cristo e sua obra; se a salvação de alguns já tinha sido preordenada, Ele, então, foi apenas um ministro e um instrumento para dar-nos a salvação, assumindo um protagonismo secundário, e sua morte foi desnecessária, pois, quem fosse destinado à salvação teria sido salvo do mesmo jeito.

        Recentemente, tem havido uma aproximação ao calvinismo por parte de alguns pentecostais mais intelectualizados, mas isso se deve mais a uma lacuna pentecostal histórica quanto a educação teológica sólida, que deixou uma classe intelectualizada mais abandonada, do que propriamente a habilidade de fazer coadunar as duas teologias.

A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA

        Eleição é a escolha que Deus faz com grupos ou indivíduos com fins específicos determinados por Ele — no caso aqui abordado, para a salvação. Uma das palavras hebraicas para eleição, yãdha’¹,  tem uma conotação amorosa no sentido de que Deus elege não simplesmente por uma mera escolha, mas especialmente porque seus afetos levam-no a escolher as pessoas para a salvação. Essa mesma palavra é usada quando o Antigo Testamento refere-se a um casal que teve relações sexuais, ou seja, há um envolvimento de afetos. A eleição amorosa também está presente num tero grego usado por Paulo (Rm 8:29), proginõskõ, que expressa o sentido de que Deus amou de antemão. Tendo em vista esse amor, Paulo escreveu poeticamente: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome ou a nudez, ou o perigo ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8:35_37). Assim, segundo a doutrina arminiana, Deus elegeu e destinou todos para a salvação (Jo 3:14_16; 1ªPe 2:9), “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:15).

       No Antigo Testamento, a eleição tem um significado mais específico do que no Novo Testamento. Exemplo disso é a escolha de Abraão e sua descendência, que, depois vieram a formar a nação de Israel. Deus chamou o patriarca e fez-lhe promessas, e este livremente respondeu o chamado; porém, diante dele, estava a possibilidade de não atender ao convite. A eleição de Israel (Is 51:2; Os 11:1) e alguns indivíduos dela, de maneira específica, é pontual na história porque Deus tinha o propósito de, através dessa nação, trazer o Salvador. Por ser uma eleição pontual, ela não pode servir de base, em se tratando de salvação, para estabelecer uma eleição absoluta e específica apenas para determinadas pessoas e outras não. A liberdade de escolha para obedecer que Deus deu para Israel e a desobediência e rebeldia do povo fizeram eles perderem algumas das bençãos prometidas (Jr 6:30; 7:29) , assim, servissem-nos de exemplo para não repetirmos os mesmos erros. (1ª Co 10:6,11).

        Por mais que pareça, a eleição não trouxe privilégios para a nação de Israel, mas, sim, responsabilidades. No entanto, por não conseguir cumprir sua parte na eleição, Israel nunca deixou de ser alvo do amor de Deus, embora sofresse as consequências (destruição da nação) por não agirem como povo escolhido.

        A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores para a salvação em Cristo e torna-os santos (Rm 8:29,30). Essa eleição é proclamada através da pregação do evangelho (Jo 1:11; At 13:46; 1ªCo 1:9), e Deus deseja que todos sejam salvos e respondam afirmativamente ao chamado para a salvação (At 2:37; 1ªTm 2:4; 2ªPe 3:9). Os que crerem serão salvos; os que não crerem, porém, serão condenados (Mc 16:16). Alguns, ao ouvirem o evangelho, se endurecem ainda mais em seus pecados (Jo 1:11; At 17:32) e perdem a oportunidade de salvação.

       Presciência é a capacidade que Deus tem de saber todas as coisas de antemão (At 22:14; Rm 9:23) e também de interferir na história humana(Ne 9:21; Sl 3:5; 9:4; Hb 1:3). Ele é soberano (Jó 42, provedor (Sl 104) e também sabe quem irá responder positivamente ao convite para a salvação (Rm 8:30; Ef 1:5). Ele proveu a salvação para todos, mas nem todos atendem ao seu convite, pois Ele mesmo, em sua bondade, deu para seus filhos a possibilidade da escolha. Assim, Deus cortou Israel (Mt 21:43 por escolha deles e enxertou os salvos em seu lugar, e foram esses salvos que se tornaram o Israel de Deus (Rm 11:17_24). Em sua soberania, estamos sob os cuidados e a presciência de Deus, mas também desfrutamos paradoxalmente da liberdade do livre -arbítrio dado por Ele, e isso aumenta a responsabilidade humana em obedecer aos seus mandamentos (Ap 3:20). “Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10:38).

       Eleição é uma decisão de Deus desde a eternidade, mas é condicionada à vontade humana. Entretanto, essa vontade não prejudica em nada a vontade de Deus. Ele não é pego de surpresa diante da livre vontade humana, pois ele previu essa vontade. Podemos com toda a certeza afirmar que o que Deus predestinou foi, de fato, a vontade humana, no sentido de ela ser completamente livre, ou seja, Ele criou o homem determinando que este teria liberdade de escolhas. “Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade”(2ªTs 2:13).

       Antonio Gilberto ensina que “na Bíblia, mencionam-se a eleição divina coletiva, como a de Israel (Is 45:4; 41:8_9) e a da Igreja (Ef  1:4);e a individual, como a de Abraão (Ne 7:9) e a de cada crente (Rm 8:29).” Severino Pedro propõe outra forma. Ele classifica a eleição de quatro maneiras: preventiva, quando Deus usa de vários meios para impedir o mal na vida dos que são chamados e atendem à sua salvação (Gn 20:6); permissiva, que diz respeito às coisas que Deus não proíbe nem restringe, mas fica na vontade do homem (Dt 8:2); diretiva, que se baseia na vontade perfeita de Deus dirigindo a vontade humana (Gn 50:20); e determinativa, que é quando Deus decide e executa conforme a sua soberana vontade (Jó 2:2).

¹Outro termo hebraico utilizado é bãhar, que significa selecionar deliberadamente alguém.  

 2- O livre-arbítrio na Bíblia

       Deus nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1:26). Logo, por Ele ser naturalmente livre, também seus filhos possuem a faculdade de escolherem livremente. Por isso, o Criador sempre incentivou a nação a escolher o caminho da vida (Dt 30:19,20). Assim, segundo as Escrituras, se em Adão todos são predestinados para a perdição, em Cristo, todos são predestinados para a salvação: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim, todos serão vivificados em Cristo” (1ªCo 15:22; cf. Jo 1:12), pois, “se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo” (Rm 10:9).

       O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente, se tratando da salvação. Isso quer dizer que cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a todos a oportunidade. No jardim do Éden, o criador outorgou o livre-arbítrio ao homem (Gn 2:16, 17); a Israel deu também esta prerrogativa(Dt 30:19); e à humanidade o Altíssimo possibilitou escolha entre o caminho da salvação ou o da perdição (Mc 16:16).

A principal característica do arminianismo é o livre-arbítrio.

PONTOS BÁSICOS DA DOUTRINA DE ARMÍNIO

  1. A predestinação depende da forma de o pecador corresponder ao chamado da salvação. Logo, acha-se fundamentada na presciência divina; não é um ato arbitrário de Deus.
  2. Cristo morreu, indistintamente, por toda a humanidade, mas somente serão salvos os que crerem.
  3. Como o ser humano não tem a capacidade de crer, precisa da assistência da graça divina.
  4. Apesar de sua infinitude, a graça pode ser resistida.
  5. Nem todos os que aceitaram a Cristo perseverarão.

CONHEÇA MAIS

Eleição divina e livre-arbítrio

“Na Bíblia temos tanto a predestinação divina como a livre escolha humana, em relação à salvação; mas não uma predestinação em que uns são destinados à vida eterna, e outros à perdição eterna. […]. Por outro lado, a ênfase inconsequente à livre vontade do homem conduz ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas. “

II – ELEIÇÃO DIVINA E O LIVRE-ARBÍTRIO

1 – A eleição divina.

A eleição é uma escolha soberana de Deus (Ef 1:5,9) que tem como objetivo de seu amor todos os seres humanos (1ªTm 2:3,4). Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em Cristo (Ef 1:4). Em Jesus, Deus nos elegeu com propósitos específicos: para pertencer-mos a Cristo (Rm 1:6; 1ªCo 1:9); para a santidade (Rm 1:7; 1ª Pe 1:15; 1ªTs 4:7); para a liberdade (Gl 5:13); para a paz (1ª Co 7:15); para o sofrimento (Rm 8:17, 18); e para a sua glória (Rm 8:30; 1ªCo 10:31).

2 – Escolha humana e fatalismo

A graça comum (Rm 5:18) é estendida a todos os seres humanos, abrindo-lhes a oportunidade para crerem no Evangelho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma ação fatalista de Deus – Fatalismo: acontecimentos que operam independentemente da nossa vontade, e das quais não podemos escapar. Ora, a eleição de Deus não é destinada somente a alguns indivíduos, enquanto os outros, por escolha divina, vão para o inferno. Isso vai contra a natureza amorosa e misericórdia do criador. Por isso, indistintamente. Ele dá oportunidade para que todos se salvem (At 17:30, pois Deus não fz acepção de pessoas (At 10:34).

3 – A possibilidade da escolha humana

Há vários textos bíblicos que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher:”todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16); o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6:37); “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10:13). Uma das coisas mais belas da Palavra de Deus é que, embora o altíssimo seja soberano, Ele não criou seus filhos como robôs autômatos milimetricamente controlados. O nosso Deus deseja que todo o ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo o coração e mente.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

…’Se Deus leva em conta nossos pecados, porque não nossas súplicas?’ Isso significa que a oração, a súplica, move a Deus. Numa palavra, ‘Deus e o homem não se excluem mutuamente, como o homem exclui ao seu semelhante no ponto de junção, por assim dizer, entre Criador e criatura; no ponto em que o mistério da criação — infinito para Deus e incessante no tempo para nós — ocorre de fato’. Isso significa que, ‘Deus fez (ou disse) tal coisa’ e ‘eu fiz (ou disse) tal coisa’ podem ambos ser verdadeiros’. Esta, inclusive é a forma arminiana e pentecostal de crer. A soberania divina coexiste com o livre-arbítrio e qualquer tentativa de explicar como isso ocorre leva e equívocos e discussões desnecessárias.

       Abaixo, segue um quadro comparativo entre as três principais correntes da doutrina da salvação, quanto a vários temas que demonstram as tensões e questões conflitantes entre elas:

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CONCLUSÃO

       O Evangelho é um presente oferecido a todas as pessoas, independente de méritos pessoais. Por isso o Senhor convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28). Os que aceitam a esse convite estão predestinados a “serem conforme a imagem de seu filho”, Jesus Cristo (Rm 8:29). Deus deseja que todo ser humano seja salvo!

Lailson Castanha.

http://teologiaarminiana.blogspot.com.br/2009/01/uma-breve-histria-sobre-armnio-e-o.html

A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Livro de Apoio das Lições Bíblicas do 4ºT 2017 Adulto CPAD e Revista – Lições Bíblicas

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