BIOGRAFIA DOS TEÓLOGOS CIENTÍFICOS OU PÓS-NICENOS DA IGREJA (325 – 460 D.C.)

Jerônimo

Pai do monasticismo do ocidente

Introdução

Erudito das Escrituras e Tradutor da Bíblia para o Latim. Nascido por volta do ano 345 em Aquiléia (Veneza), extremo norte do Mar Adriático, na Itália, Jerônimo passou a maior parte da sua juventude em Roma estudando línguas e filosofia. Apesar da história não relatar pormenores de sua conversão, se sabe que se batizou quando tinha entre dezenove e vinte anos. Logo após, Jerônimo embarcou em uma peregrinação pelo Império que levou vinte anos.

Sua viagem iniciou pela Gália, onde estudou Teologia por alguns anos, aperfeiçoou o grego e adotou a vida monástica. Voltando para Aquiléia esteve durante três anos trabalhando com o Bispo Valeriano. Em 375, Jerônimo partiu para Antioquia da Síria, onde aprendeu o hebraico e estudou intensivamente as Escrituras. Depois de dois anos foi ordenado a padre pelo Bispo Paulino. Partindo dali, foi para Constantinopla, onde por dois anos foi discípulo de Gregório, grande mestre entre Gregório de Nicéia, Basílio de Cesaréia e outros eminentes Pais da Igreja.

Sua Peregrinação

Sua peregrinação terminou no ano 382, quando fez-se secretário de Dâmaso, bispo de Roma, que lhe sugeriu a possibilidade de fazer uma nova tradução da Bíblia. Com a morte de Dâmaso, Jerônimo partiu de Roma em direção à Palestina, no ano 386. Graças à generosidade de Paula, uma rica senhora romana a quem tinha ensinado hebraico, viveu num retiro monástico em Belém, por 35 anos.

Nestes anos, ele dedicou-se em escrever várias obras. A maior delas, foi a tradução da Bíblia para o Latim, conhecida como Vulgata. Jerônimo foi cuidadoso na busca de suas informações e procurou usar as versões mais antigas e manuscritos bíblicos já não existentes. Trabalhando sobre o princípio que o texto original da Bíblia estava livre de erros, ele começou um estudo profundo dos manuscritos juntamente com a Septuaginta, a fim de determinar, entre muitos outros, que texto poderia se considerar como original e verdadeiro.

A Obra de Esmero

Entre os anos 386 e 390, ele completou a tradução, bem como os comentários do Novo Testamento. Entre os anos 390 e 398, ele escreveu muitas obras e comentários que são usados até o dia de hoje; traduziu escritos de outros eruditos para o Latim; e atualizou a obra de Eusébio de Cesaréia, “História Eclesiástica”, gravando os eventos ocorridos na Igreja entre os anos 325 e 378.

A partir do ano 398 até 405, Jerônimo terminou o seu grande projeto, a tradução completa em Latim do Antigo Testamento Hebraico. Esta versão da Bíblia tem sido amplamente usada pela Igreja Ocidental e tem sido, até recentemente, a única Bíblia oficial da Igreja Católica Romana desde o Concílio de Trento. Seu amor pela vida ascética fez dele um propagador do ascetismo, chegando no final de sua vida, entre os anos 405 e 420, ao extremo da abstinência da alimentação normal, do trabalho e do casamento.

 Ambrósio

Aurélio Ambrósio (em latim: Aurelius Ambrosius), melhor conhecido como Ambrósio, foi um arcebispo de Mediolano (moderna Milão) que se tornou um dos mais influentes membros do clero no século IV. Ele era prefeito consular da Ligúria e Emília, cuja capital era Mediolano, antes de tornar-se bispo da cidade por aclamação popular em 374. Ambrósio era um fervoroso adversário do arianismo.

Tradicionalmente atribui-se a Ambrósio a promoção do canto antifonal, um estilo no qual um lado do coro responde de forma alternada ao canto do outro, e também a composição do Veni redemptor gentium, um hino natalino.

Ambrósio é um dos quatro doutores da Igreja originais e é notável por sua influência sobre o pensamento de Santo Agostinho.

Ambrósio é um dos Doutores da Igreja latinos juntamente com Santo Agostinho, São Jerônimo e São Gregório, o Grande. A intensa consciência episcopal de Ambrósio ampliou a crescente doutrina da Igreja e seu ministério sacerdotal ao mesmo tempo que o prevalecente ascetismo da época, em consonância com o treinamento ciceroniano e estoico que recebeu em sua infância, permitiu que Ambrósio promulgasse um alto padrão para a ética cristã. Desta verve nasceram De officiis ministrorum, De viduis, De virginitate e De paenitentia.

Ele demonstrava um tipo de flexibilidade litúrgica que tinha em mente que a liturgia era uma ferramenta para servir ao povo em sua adoração a Deus e não deveria tornar-se uma entidade rígida e invariável onde aparecesse. Seu conselho para Agostinho de Hipona sobre este tema era que seguisse o costume litúrgico local. “Quando estou em Roma, jejuo aos sábados; quando estou em Mediolano, não. Siga o costume da igreja onde está.”. Desta forma, Ambrósio recusou-se a ser tragado para um falso conflito sobre qual seria a forma litúrgica “correta” quando na verdade nada havia a ser discutido. Este conselho entrou para a língua portuguesa na forma do dito “Em Roma, faça como os romanos”.

Agostinho

Introdução

Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Polemista capaz, pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã da história que continua válida até hoje em sua essência.Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval.

Nascido em 354, na casa de um oficial romano na cidade de Tagasta em Numidia, no norte da África, era filho de um pai pagão, Patrício, e de uma mãe crente, Mônica. Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã.

Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram feitos na escola local, onde aprendeu latim à força de muitos açoites. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica.

Longe da família, Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390.

Na busca pela verdade, ele aceitou o ensino herético maniqueísta, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal — o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem — o Deus do Novo Testamento. Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384. Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão, e depois para a casa imperial. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II.

Sua Conversão

No ano 386, quando passava várias crises em sua vida, Agostinho estava meditando num jardim sobre a sua situação espiritual, e ouviu uma voz próxima à porta que dizia: “Tome e Leia”. Agostinho abriu sua Bíblia em Romanos 13.13,14 e a leitura trouxe-lhe a luz que sua alma não conseguiu encontrar nem no maniqueísmo nem no neo-platonismo. Com sua conversão à Cristo, ele despediu sua concubina e abandonou sua profissão no Império. Sua mãe, que muito orara por sua conversão, morreu logo depois do seu batismo, realizado por Ambrósio na Páscoa de 387. Uma vez batizado, regressou um ano depois para Cartago, Norte da África, onde foi ordenado sacerdote em 391. Em Tagasta, ele supervisionou e instruiu um grupo de irmãos batizados chamados de “Servos de Deus”. Cinco anos depois, foi consagrado bispo de Hipona por pedido daquela congregação, onde permaneceu até sua morte. Daí até sua morte em 430, empenhou-se na administração episcopal, estudando e escrevendo.

Suas Obras

Agostinho é apontado como o maior dos Pais da Igreja. Ele deixou mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas. Suas obras mais importantes foram:

Confissões, obra autobiográfica de sua vida antes e depois de sua conversão;

Contra Acadêmicos, obra onde demonstra que o homem jamais pode alcançar a verdade completa através do estudo filosófico e que a certeza somente vem pela revelação na Bíblia;

De Doctrina Christiana, obra exegética mais importante que escreveu, onde figuram as suas idéias sobre a hermenêutica ou a ciência da interpretação. Nela desenvolve o grande princípio da analogia da fé;

De Trinitate, tratado teológico sobre a Trindade;

De Civitate Dei, obra apologética conhecida como Cidade de Deus. Com o saque de Roma por Alarico, rei dos bárbaros em agosto 28 de 410, os romanos creditaram este desastre ao fato de terem abandonado a velha religião clássica romana e adotado o cristianismo. Nesta obra, põe-se a responder esta acusação a pedido de seu amigo Marcelino.

Agostinho escreveu também muitas obras polêmicas para defender a fé dos falsos ensinos e das heresias dos maniqueus, dos donatistas e, principalmente, dos pelagianos. Também escreveu obras práticas e pastorais, além de muitas cartas, que tratam de problemas práticos que um administrador eclesiástico enfrenta no decorrer dos anos do seu ministério.

A formulação de uma interpretação cristã da história deve ser tida como uma das contribuições permanentes deixadas por este grande erudito cristão. Nem os historiadores gregos ou romanos foram capazes de compreender tão universalmente a história do homem. Agostinho exalta o poder espiritual sobre o temporal ao afirmar a soberania de Deus sobre a criação. Esta e outras inspiradoras obras mantiveram viva a Igreja através do negro meio-milênio anterior ao ano 1000.

Agostinho é visto pelos protestantes como um precursor das ideias da Reforma com sua ênfase sobre a salvação do pecado original e atual através da graça de Deus, que é adquirida unicamente pela fé. Sua insistência na consideração dos sentido inteiro da Bíblia na interpretação de uma parte da Bíblia (Hermenêutica), é um princípio de valor duradouro para a Igreja.

O pensamento de Agostinho foi também basilar na orientação da visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação das escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do Gênesis como o que chamaríamos hoje de um “texto alegórico”, iriam influenciar fortemente a Igreja medieval, que teria uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados.

Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento grego e cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen. O Calvinismo desenvolveu-se como parte da teologia da Reforma, enquanto que o Jansenismo foi um movimento dentro da Igreja Católica; alguns Jansenistas entraram em divisão e formaram a sua própria igreja.

Seus últimos meses

Durante os últimos meses de vida, os vândulos tomaram a cidade fortificada de Hipona por mar e terra. Eles haviam destruído as cidades do Império Romano no Norte da África e as evidências do Cristianismo. A cidade estava cheia de pobres e refugiados, e a congregação de Agostinho não era uma exceção. No final de sua vida, ele foi submetido a uma enfermidade fatal, e com 75 anos ele pediu que ficasse só, a fim de se preparar para encontrar com o seu Deus. Um ano depois da morte de Agostinho em 430, os bárbaros queimaram toda a cidade, mas felizmente, a biblioteca de Agostinho foi salva, e seus escritos se perpetuam em nosso meio até a nossa era.

 João Crisóstomo

João Crisóstomo foi um arcebispo de Constantinopla e um dos mais importantes patronos do cristianismo primitivo. Ele é conhecido por suas poderosas homilias e por sua habilidade oratória, por sua denúncia dos abusos cometidos por líderes políticos e eclesiásticos de sua época, por sua “Divina Liturgia” e por suas práticas ascetas. O epíteto Χρυσόστομος (“Chrysostomos”, aportuguesado como “Crisóstomo”) significa “da boca de ouro” em língua grega e lhe foi dado por conta de sua lendária eloquência.

As Igrejas ortodoxas e católicas orientais veneram-no como santo e como um dos Três Grandes Hierarcas, juntamente com Basílio, o Grande e Gregório Nazianzeno. A Igreja Católica também o proclamou Doutor da Igreja. As igrejas de tradição ocidental, incluindo a católica, algumas províncias da Comunhão Anglicana e partes da Igreja Luterana comemoram sua festa em 13 de setembro. As restantes igrejas luteranas e províncias anglicanas o fazem na data tradicional no oriente ortodoxo, 27 de janeiro. A Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria também reconhece Crisóstomo como santo.

Entre suas homilias, oito dirigidas aos cristãos judaizantes ainda geram controvérsia por causa do impacto que provocaram no desenvolvimento do antissemitismo cristão.

Crisóstomo viveu uma vida simples de pureza que era por si mesma uma censura aos seus paroquianos de Constantinopla, cujo padrão devida era altíssimo. Extremamente asceta em sua ênfase sobre simplicidade de vida e inclinado ao misticismo, nem sempre agia com moderação; por natureza era, porém educado, amigo e prestativo. Embora tenha sido um gigante em estatura moral e espiritual, era baixo e magro. Seu rosto fino mas afável, sua testa franzida, sua cabeça sem cabelos e seus olhos vivos e penetrantes deixavam uma indelével impressão sobre seus ouvintes.

       Por não conhecer hebraico, não fez uma investigação crítica dos textos do Velho Testamento, mas destacou a importância do contexto e procurou descobrir o sentido literal do autor e fazer uma aplicação prática deste sentido aos problemas dos homens de sua época. Estas aplicações morais práticas deste sentido aos problemas dos homens, as mesmas eram feitas com grande integridade moral. Para ele não deveria haver divórcio entre morte e religião; a Cruz e a ética devem caminhar de mãos dadas. Não é por acaso que ele tenha sido e continue sendo um dos maiores oradores sacros que a Igreja oriental já teve.

Teodoro de Heracleia

Teodoro de Heracleia, dito Estratelate (“General”), também conhecido como Teodoro de Eucaita, foi um mártir e um santo militar venerado com o título de Grande Mártir na Igreja Ortodoxa, Igreja Católica do Oriente e na Igreja Católica Romana. Há muita confusão entre ele e São Teodoro de Amaseia e é possível de fato que ambos sejam a mesma pessoa cujas lendas depois divergiram em duas tradições separadas .

Vida

De acordo com a tradição, ele nasceu na cidade de Eucaita. Ele foi agraciado com muitos talentos e tinha uma bela aparência, sendo conhecido por sua caridade e sua bravura. Teodoro foi nomeado comandante militar (estratelate) na cidade de Heracleia Pôntica durante o reinado do imperador romano Licínio (307-324), quando iniciou-se uma feroz perseguição aos cristãos. Teodoro pessoalmente convidou Licínio à Heracleia, tendo prometido oferecer sacrifício aos deuses pagãos. Ele solicitou que todas as estátuas pagãs em ouro ou prata de Heracleia fossem levadas à sua casa. Teodoro então as despedaçou e então distribuiu os cacos aos pobres.

Teodoro foi preso, torturado e crucificado. A testemunha foi seu servo, Varos, que também é venerado como santo. De manhã, os soldados imperiais o encontraram vivo e incólume. Não querendo se livrar da morte de mártir, Teodoro voluntariamente se entregou novamente às mãos de Licínio e foi decapitado por uma espada. Isto ocorreu em 8 de fevereiro de 319 dC, num sábado, na terceira hora do dia.

Atanásio de Alexandria

Atanásio de Alexandria (em grego: Ἀθανάσιος Ἀλεξανδρείας; transl.: Athanásios Alexandrías), dito o Grande ou o Confessor, chamado também de o Apostólico na Igreja Ortodoxa Copta, foi o vigésimo arcebispo de Alexandria (como Atanásio I de Alexandria). Seu episcopado durou 45 anos (ca. 8 de junho de 3282 de maio de 373), dos quais dezessete ele passou exilado, em cinco ocasiões diferentes e por ordem de quatro diferentes imperadores romanos. Atanásio foi um importante teólogo cristão, um dos “padres da Igreja“, o principal defensor do trinitarismo contra o arianismo e um grande líder da comunidade de Alexandria no século IV.

O conflito contra Ário e seus seguidores, apoiados muitas vezes pela corte em Roma, moldou a carreira de Atanásio. Em 325, com 27 anos, começou a luta contra os arianos como assistente de seu arcebispo, Alexandre, no Concílio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino I entre maio e agosto de 325 para tratar da tese ariana de que o Filho de Deus, Jesus de Nazaré, e Deus Pai seriam de substâncias (ousia) diferentes. Três anos depois de Niceia, Atanásio sucedeu ao seu mentor como arcebispo.

Além do conflito contra os arianos, que incluía o poderoso e influente partido liderado por Eusébio de Nicomédia, ele lutou também contra os imperadores Constantino, Constâncio II, Juliano, o Apóstata e Valente e, por isso, era conhecido como “Athanasius Contra Mundum” em latim.

Apesar disso, poucos anos depois de sua morte, Gregório de Nazianzo chamou-o de “Pilar da Igreja”. Suas obras foram celebradas por todos os padres da Igreja que vieram depois dele, tanto no ocidente quanto no oriente, que ressaltaram sua rica devoção ao Verboencarnado, sua grande preocupação pastoral e seu profundo interesse no nascente monasticismo. Atanásio aparece entre os quatro grandes doutores da Igreja orientais da Igreja Católica Romana2 . Na Ortodoxia, ele é chamado de “Pai da Ortodoxia”. Algumas denominações protestantes chamam-no de “Pai do Cânon”.

Basílio de Cesaréia

Basílio de Cesareia, também chamado de São Basílio Magno ou Basílio, o Grande (em grego: Ἅγιος Βασίλειος ὁ Μέγας), foi o bispo de Cesareia, na Capadócia (atualmente a cidade de Kayseri, na Turquia). Ele foi um dos mais influentes teólogos a apoiarem o Credo de Niceia e um adversário das heresias que surgiram nos primeiros anos do cristianismo como religião oficial do Império Romano, lutando principalmente contra o arianismo e os seguidores de Apolinário de Laodiceia. Sua habilidade em balancear suas convicções teológicas com suas conexões políticas fez de Basílio um poderoso advogado da posição nicena.

Além de sua obra como teólogo, Basílio ficou conhecido por seu cuidado com os pobres e necessitados. Ele estabeleceu padrões para a vida monástica com foco na comunidade, na oração e no trabalho manual. Juntamente com São Pacômio, ele é lembrando como pai do monasticismo comunal no cristianismo oriental.

Basílio, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa são conhecidos como Padres Capadócios. A Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica Oriental agrupam Basílio com Gregório de Nazianzo e João Crisóstomo como os Três Grandes Hierarcas. Ele é reconhecido como Doutor da Igreja na tradição oriental e ocidental.

Cirilo de Alexandria

Cirilo de Alexandria (ca. 375 ou 378444) foi o Patriarca de Alexandria quando a cidade estava no auge de sua influência e poder no Império Romano. Um dos Padres gregos, Cirilo escreveu extensivamente e foi protagonista nas controvérsias cristológicas do final do século IV e do século V. Foi uma figura central no Primeiro Concílio de Éfeso, em 431, que levou à deposição do patriarca Nestório de Constantinopla. Ele é listado entre os Pais e os Doutores da Igreja, e, por sua reputação no mundo cristão, é conhecido como “Pilar da Fé” e “Selo de Todos os Pais”. Entretanto, os bispos nestorianos no Segundo Concílio de Éfeso o declararam herético, rotulando-o como um “monstro, nascido e criado para a destruição da Igreja“.

http://www.sepoangol.org/biogra-p.htm

http://pt.wikipedia.org

 

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2 respostas para BIOGRAFIA DOS TEÓLOGOS CIENTÍFICOS OU PÓS-NICENOS DA IGREJA (325 – 460 D.C.)

  1. Foram os pais capadócios que definiram de uma vez para sempre a doutrina da Trindade aceita e ensinada pelos principais ramos do cristianismo. Ele completaram a tarefa de Atanásio. A partir deles, ficou esclarecida a verdadeira identidade do Espírito Santo; no entanto, a processão ainda está em aberto. Em Gregório de Nazianzo encontra-se sua extraordinária contribuição para a vitória final da fé nicena. Ele organizou os dados da revelação divina, registrados nas Escrituras, e afirmou categoricamente que o espírito Santo é Deus. O Concílio de Constantinopla, 381, descreveu o Espírito como Deus e como “o senhor e provedor da vida, que procede do Pai e é adorado e glorificado com o Pai e com o Filho”.
    Está claro nas Escrituras que ele é o senhor e provedor da vida: “O Senhor é o Espírito” (2ªCo 3:17); “Porque a lei do Espírito de vida” (Rm 8:2); “O Espírito é o que vivifica” (Jo 6:63); “e o Espírito vivifica” (2ªCo 3:6); que ele procede do Pai (Jo 15:26); “o Espírito que provém de Deus” (1ªCo 2:12); e que falou pelos profetas (2ªPe 1:21).
    O que parece crucial nessa declaração é o fato de o Espírito Santo ser adorado com o Pai e com o filho. A frase “adorado e glorificado com o Pai e com o Filho” vem de Atanásio ao afirmar que o Espírito Santo: “está unido ao Filho, como está unido ao Pai, ele que é glorificado com o Pai e o Filho é chamado Deus com o Verbo, e realizando o que o Pai faz mediante o Filho” (Carta a Serapião I.25.2). E Basílio de Cesareia diz “…e constrói as igrejas que confessam a sã doutrina em que o Filho é reconhecido ser da mesma substância do Pai, e o Espírito Santo é considerado e adorado com a mesma igualdade de honra” (Epístola, 90.2). Há uma única passagem nas Escrituras que fala diretamente sobre a adoração do Espírito Santo: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3:3). O verbo “servir” aqui é latreuo,
    e em o sentido de prestar, culto, adorar, serviço sagrado. A construção grega aqui ficou ambígua e Agostinho de Hipona afirma que as gerações de cristãos antes dele adoravam o Espírito Santo com base nessa passagem paulina:

    O Espírito Santo não é criatura. Ele, ao qual todos os santos prestam culto, no dizer do apóstolo: Os verdadeiros circuncidados somos nós, que servimos ao Espírito de Deus (Fl 3:3). E em grego estão designados pelo termo latreuontes. Em muitos exemplares de mesmo nos latinos assim se lê: Que servimos ao Espírito de Deus; assim se encontra também na maioria ou quase em todos os códices gregos. Em algumas cópias latinas, porém, o texto não é: Servimos ao Espírito de Deus, mas: Servimos a Deus, no Espírito (A Trindade, Livro I,13).

    A cláusula grega para “somos nós, que servimos a Deus no Espírito”, em grego, hoi pneumati theou latreuontes, é ambígua porque a terminação -ti, no substantivo pneuma, “espírito”, significa tanto “no Espírito” como também “ao Espírito”, ou ainda “pelo Espírito” e também “com o Espírito”. A ausência de uma preposição em pneumati deixa o assunto em aberto naquilo que a gramática grega chama de caso dativo, caso locativo ou caso instrumental. Se é dativo, a frase significa “nós que adoramos/servimos/prestamos culto ao Espírito de Deus”. A.T.Robertson reconhece essa possibilidade: “Caso instrumental, ainda o caso dativo como o objeto de latreuo também tem bom sentido (adorando ao Espírito de Deus)” (ROBERTSON, tomo 4, 1989, p.600).
    Há absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14). O Espírito Santo dá prosseguimento ao plano de salvação idealizado pelo Deus Pai, e executado pelo Deus Filho. As três Pessoas estão presentes, atuando cada uma na sua esfera de atuação, em perfeita harmonia e perfeita unidade.

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  2. Agostinho de Hipona, o pai do anti-semitismo

    Não é de admirar que o Catolicismo Romano seja tão inimigo dos judeus, tendo-os perseguido a partir do século 4, quando a Igreja de Roma foi fundada por Constantino, e aconteceu a apostasia da igreja cristã primitiva.

    A igreja cristã dos primeiros séculos amava os judeus e acreditava na doutrina da iminência, isto é, que Jesus voltaria a qualquer momento para arrebatar os cristãos, levando-os para a casa do Pai, onde estariam prontas as moradas que Ele iria preparar para os seus, conforme João 14:1-3.

    No século 4 apareceu o eminente teólogo católico Agostinho de Hipona (354-430), o qual com a sua obra “Cidade de Deus” criou o anti-semitismo, que iria gerar implacáveis perseguições aos judeus no mundo inteiro, sob a alegação de que eles foram os imperdoáveis assassinos do Senhor Jesus Cristo.

    Agostinho desfechou contra a fé cristã um danoso golpe, fazendo com que a doutrina do arrebatamento ficasse esquecida durante mais de 1.400 anos, através do prejudicial ensino de que a Bíblia não deveria ser compreendida literalmente. Agostinho foi um discípulo do erudito “cristão” Orígenes Adamantius (185-254), o pai da Bíblia Católica. Orígenes ficou famoso no século 2 com a interpretação alegórica da Bíblia. Discípulo de Platão, ele achava, por exemplo, que as estrelas, como seres criados, tinham direito à salvação, conforme a sua interpretação de Jó, 25:5: “As estrelas não são puras…” Quanta heresia!

    O livro de Agostinho tem dominado as mentes, desde que foi escrito, e tem influenciado também os protestantes, que aderiram à teologia da substituição, acreditando que a igreja substituiu Israel no plano divino e, portanto, os judeus caíram definitivamente da graça de Deus, por terem rejeitado o seu Messias. Agostinho criou a falsa teologia de que a Igreja de Roma é a substituta literal e por direito de Israel e que todas as promessas feitas por Deus ao seu povo passaram a valer somente para o “Israel de Deus”, isto é, a Igreja de Roma. A partir dessa doutrina, Roma tomou o lugar de Jerusalém, autodenominando-se “Cidade Santa” e os papas tomaram o lugar o Espírito Santo, proclamando-se “Vigários de Cristo”. O resultado dessa teologia de Agostinho é que o pre-milenismo da igreja primitiva foi sufocado e passou a vigorar o amilenismo, doutrina que tem influenciado muitas denominações protestantes.

    Para Agostinho, criador da teologia do reconstrucionismo (que hoje domina o Protestantismo liberal e ecumênico), a Igreja de Roma iria governar o mundo e seria a pedra cortada sem auxílio de mãos, de que fala Daniel 2:44-45, a qual governaria o mundo por mil anos. E tanto a hierarquia e os teólogos católicos acreditam nessa teoria que, desde a Reforma Protestante, usando a Ordem de Loyola (criada para destruir os protestante, judeus e ortodoxos), o Vaticano tem promovido todas as guerras do planeta, a fim de criar um Estado Mundial Católico para governar o mundo inteiro, nos moldes da Idade Média. A União Européia é esse Estado embrionário e dentro em breve contará com 25 nações, tornando-se a nação mais poderosa do planeta. O Euro já está mais forte do que o Dólar!

    A teologia católica foi edificada sobre a teologia agostiniana, herdada de Orígenes. Como os reformadores vieram do Catolicismo Romano, com o ranço do anti-semitismo criado por Agostinho, os judeus se tornaram vítimas, não apenas do Catolicismo, mas também do Protestantismo, como por exemplo na II Guerra Mundial, quando a Igreja Luterana Alemã se colocou ao lado de Hitler. Houve pastores, como Dietrich Bonhoeffer, que se posicionaram a favor dos judeus e, por isso, foram assassinados pelos nazistas.

    Deus deixou bem claro a Abraão, em Gênesis 12:3: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Isso quer dizer que qualquer nação ou ser humano que alimenta ódio pelos judeus está incorrendo na maldição divina. No “julgamento das nações” (Mateus 25:31-46), o Senhor Jesus Cristo julgará todas as nações e indivíduos que se posicionaram contra os judeus, principalmente no período da Tribulação, e fico imaginando como a Alemanha e o Vaticano vão ser condenados pela boca do Senhor! Graças a Deus sou crente, brasileira e amiga dos judeus! Além disso, já terei sido arrebatada junto com os cristãos verdadeiros!

    Quem lê a Bíblia literalmente corre menos perigo de cair na satânica armadilha do anti-semitismo e receberá grandes bênçãos do Senhor. Na Bíblia existem mais de 300 versículos falando da Segunda Vinda de Jesus como o Messias de Israel, da restauração dessa nação que irá governar o mundo inteiro, e do julgamento que será feito pelo Messias contra os inimigos do seu povo. Os líderes da ONU, que ficam impondo a entrega aos árabes dos territórios que Deus deu permanentemente a Israel, vão receber um castigo tenebroso, na hora do julgamento divino. Do mesmo modo, todos os governantes anti-semitas.

    A Teoria da Evolução de Darwin trouxe como conseqüência a descrença que passou a dominar o Protestantismo Liberal, quando muitos pastores aceitaram essa nefanda teoria. O darwinismo se tornou o mais mortal de todos os golpes contra os protestantes, formando a classe liberal, a qual passaria a descrer na criação do homem segundo Gênesis, passando a crer nas mentiras de Darwin. No instante em que um cristão deixa de acreditar literalmente na Bíblia – de Gênesis a Apocalipse – um abismo é construído dentro do seu íntimo e Jesus passa a valer tanto ou menos do que Confúcio, Buda, Maomé, e outros “profetas” pagãos, passando a ser visto apenas como o fundador de uma religião, em vez de ser, como Ele é, o Deus Criador e Sustentador do universo! (Hebreus 1:2,3).

    Felizmente, os teólogos conservadores do Protestantismo, mesmo depois de Darwin – continuaram a aceitar a literal infalibilidade da Bíblia e a teoria da iminência passou a ser pregada com o objetivo de que os cristãos estejam preparados para o Arrebatamento, levando uma vida reta e santa diante de Deus e da comunidade.

    por Mary Schultz
    Dados colhidos no cap. 12 do livro “The Rapture”, de Hal Lyndsay

    http://www.cacp.org.br/agostinho-de-hipona-o-pai-do-anti-semitismo/

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